Litígio na CBSurf

Reviravolta no Nordeste

Geraldo Cavalcanti entra em discórdia com ex-aliado Adalvo Argolo e convoca reunião para discutir os rumos do surfe brasileiro.

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Dirigentes participam de reunião com portas fechadas em Pernambuco.

Depois de ser reconduzido à presidência da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) através de nova decisão judicial, Adalvo Argolo enfrenta uma nova turbulência em sua gestão. Desta vez, Argolo é alvo de Geraldo Cavalcanti, ex-presidente da entidade e da Federação Pernambucana de Surf.

Geraldinho, como é conhecido, aliou-se ao vice-presidente Guilherme Pollastri, que trava uma batalha judicial com Adalvo para assumir a presidência da entidade máxima do surfe brasileiro. O grupo tem o apoio também de nomes como Pedro Falcão, diretor-executivo da ABRASP (Associação Brasileira dos Surfistas Profissionais), e do ex-Top da elite mundial Teco Padaratz.

Uma reunião aconteceu na última quinta-feira (31/1), em Porto de Galinhas (PE), com portas fechadas, com o objetivo de afastar Adalvo do comando e discutir os novos rumos da entidade. O atual presidente da entidade não foi convidado.

Além de Geraldinho, Pollastri, Teco e Falcão, participaram da reunião os presidentes das federações do Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e São Paulo.

Estiveram ausentes os presidentes das federações de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Maranhão. No momento, o Paraná e o Rio Grande do Sul estão sem federações filiadas.

Logo que foi afastado judicialmente da entidade – a pedido de Guilherme Pollastri -, no mês de dezembro, Adalvo Argolo teve o apoio de grande parte das federações. Um manifesto foi encabeçado por Geraldo Cavalcanti, um dos seus maiores aliados.

Porém, quando Pollastri assumiu interinamente a presidência da entidade, as planilhas com os custos da CBSurf – disponíveis no Comitê Olímpico Brasileiro – foram apresentadas aos presidentes das federações. Ao tomar conhecimento dos salários da diretoria, das despesas, custos das viagens e nomeação de cargos, Geraldinho rompeu relação com o antigo aliado e passou a apoiar o vice-presidente da CBSurf na batalha contra Adalvo.

Mesmo não presidindo nenhuma federação no momento, Geraldo Cavalcanti usou sua forte influência nos bastidores para reunir as entidades em seu estado, com o intuito de discutir os rumos do surfe brasileiro.

Oito das 13 federações marcaram presença e uma assembleia geral extraordinária já havia sido convocada para o próximo dia 8 de fevereiro, no Rio de Janeiro, por Guilherme Pollastri, poucos dias antes de Adalvo Argolo ser reconduzido judicialmente à presidência.

Na assembleia chamada por Pollastri, o primeiro item citado é decidir sobre o afastamento de Adalvo da presidência. Um dos principais pontos mencionados pelo dirigente na reunião em Pernambuco foi a falta de transparência na atual gestão da CBSurf.

Caso ocorra a assembleia no Rio de Janeiro e as federações votem pelo afastamento, Adalvo teria um prazo de 15 dias úteis para apresentar sua defesa. Sendo afastado, uma nova diretoria seria eleita para cumprir um mandato-tampão até 2020.

Procurado pelo Waves, Adalvo Argolo criticou a reunião sem sua presença. “É uma covardia ser feita uma reunião para me atacar sem me dar o direito de defesa, sendo que todas as acusações feitas para mim já foram esclarecidas e estão disponíveis no site do COB, totalmente transparentes. Se houvesse alguma irregularidade, a CBSurf não teria a carta que o COB deu, assinada pelo presidente”, diz Adalvo.

O presidente revelou ainda que a assembleia convocada por Pollastri será anulada. “Essa assembleia convocada pelo vice-presidente não tem validade, porque ele se aproveitou do momento em que estava exercendo o cargo por força de liminar, para chamar a assembleia com o objetivo de tirar o presidente, o que na verdade sempre foi o seu objetivo. A decisão da desembargadora federal que me colocou no cargo me garante o direito de ser o único com poderes para chamar a assembleia. Será chamada uma assembleia ordinária, como rege o estatuto, no primeiro trimestre de 2019”, continua o dirigente.

Por fim, Adalvo rebateu as alegações de que falta transparência em sua gestão. “Todos os recursos da CBSurf são totalmente transparentes. Está no site do COB, todo brasileiro pode ver. As contas estão rigorosamente em dia, conforme atestou o próprio Comitê Olímpico”, finaliza Adalvo Argolo.

Veja a ata da reunião:

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