#Nascido em São Paulo e criado em Natal (RN), Danilo mudou para o Guarujá em 94 para aprimorar o surf. Ficou até 97, e conquistou diversas vitórias, vencendo vários campeonatos amadores nas mais diversas categorias, tendo inclusive se tornado campeão brasileiro júnior, em 95, com 100% dos pontos somados.
Hoje, divide seu pouco tempo disponível em casa, na praia de Ponta Negra (RN), com a Ilha de Fernando de Noronha, onde fica praticamente todo o tempo em que está no Brasil.
Danilo foi o primeiro surfista brasileiro a vencer uma etapa do circuito mundial de surf profissional, nos EUA, além de vencer mais de 20 Expression Sessions (campeonato de melhor manobra) do circuito mundial, e tem como manobras preferidas o tubo e o aéreo. Nesta entrevista concedida ao nosso colaborador Alexandre Gennari, Danilo conta um pouco mais sobre a carreira.
Você acabou de voltar da Austrália. Como foi por lá, pegou altas ondas?
Ao contrário dos outros anos, em Newcastle deu altos tubos. Muito mais ondas que Margaret River, mas pegamos altas ondas em Left Hands, um secret em West Australia.
Por que você é considerado um dos melhores brasileiros nas ondas de Teahupoo, no Tahiti?
Pelo fato de ter três temporadas e de ter pego vários mares pesados, e também ter como companheiro de barca o Aldemir Calunga, um free surfer de responsa que acaba passando toda sua calma e experiência nas horas difíceis.
Qual é a principal dificuldade para surfar em Teahupoo?
A onda é muito cavada e exige muito da remada. Você precisa de pranchas bem grossas, e o fundo ali é muito afiado, com a água extremamente cristalina, dando para ver tudo passando por baixo. É realmente tenso e ao mesmo tempo mágico.
Quais lugares fora do Brasil você conhece?
Conheço muitos lugares alucinantes pelo fato de acompanhar o circuito mundial durante quatro anos. Lugares como Hawaii, África do Sul, Portugal, Espanha, França, Nova Zelândia, Austrália, Tahiti entre outros.
Quais são as revelações da nova geração de atletas nordestinos nas ondas de Fernando de Noronha?
Tem um tal de André Silva que tá foda, e tem também o nosso campeão nordestino, o José Jr. (Chupetinha).
Qual resultado foi o mais importante da sua carreira?
Campeão brasileiro amador em 95.
Free surf ou competição?
Competição.
Entre tantos países e picos alucinantes, qual você considera o mais show?
Tahiti e Noronha.
E a melhor onda?
Teahupoo.
Qual é o seu quiver de competição?
5?11; 6; 6?1; 6?4; 6?8; 7; 7?3; 7?6; 7?8 e 8?2.
O que acha do nível dos atletas brasileiros no Hawaii?
A cada temporada que passa os brasileiros estão quebrando mais e surpreendendo a todos.
#Quem você destacaria?
Da nova geração, Daniel Hardman, Estefano Figueiredo, Marco Pólo, Pigmeu e Leonardo Oliveira. Da geração já consagrada: Aldemir Calunga, Danilo Couto, Eraldo Gueiros e, lógico, Carlos Burle.
No seu treinamento diário existe algum tipo de acompanhamento físico e nutricional?
Além dos treinos de surf diários, me exercito a noite com treinos na academia.
O que acha de atletas estarem trabalhando no seu dia a dia com técnicos de surf?
Muito importante, pois uma pessoa de fora d?água corrigindo os seus erros e dando informações técnicas é extremamente válido.
No que as experiências que você tem em ondas grandes e perigosas influenciam nas competições?
Os campeonatos de surf estão partindo para picos em ondas perfeitas e grandes, e quem tem experiências nesse tipo de onda já está na vantagem, e eu estou tentando aprimorar cada vez mais meu surf nesses tipo de ondas, onde o Tahiti me ensinou bastante.
Quantas vezes foi para o Hawaii?
Duas, porque preferi ir para o Tahiti. Estive no Hawaii em 95/96, no spring time, e foi alucinante. Tive como companheiro o Zé Paulo, e como eu era novo ele me ensinou bastante relacionado ao posicionamento perante a ondas grandes e com muito crowd.
Ter morado no Guarujá, em 94, acrescentou o que no seu surf?
São Paulo sempre foi uma potência no surf amador e competir os estaduais foi tudo para eu adquirir bastante experiência e encarar o circuito mundial.
Qual é o seu ídolo no esporte?
Joca Jr. sempre foi meu ídolo, desde moleque.
Quanto ao futuro dos atletas no Brasil, quais nomes citaria?
Marco Pólo, Daniel Hardman, Léo Oliveira, Raoni Monteiro e Bernado Pigmeu.
#Para este ano, o que você espera em relação às competições e às viagens?
Com o novo circuito brasileiro, o ?Grand Slam?, estou partindo com tudo para o título brasileiro de 2000. Quanto ao WQS, estou brigando direto pelo título e vou para a Califórnia na próxima semana perturbar um pouco os gringos.
Nome: Danilo Costa
Apelido: Piúba
Idade: 22 anos
Local: Ponta Negra / Natal
Patrocínios: Billabong, Reef Brasil, Oakley, Tent Beach, Ricardo Martins
Ídolo: Mark Occhilupo
Outros esportes: Futebol e natação