#O brasileiro André Pinto Neves é um personagem antigo do North Shore de Oahu, no Hawaii. André Rei, como é conhecido, está com 34 anos, 11 deles morando no Hawaii, e fez fama no passado entre os big riders com performances épicas nos maiores dias de Waimea Bay. Após o primeiro swell da temporada que fez quebrar a baía, na última quarta (26/12), ele bateu um papo com a Waves.
O curioso é que ele chegou para sua primeira temporada nas ilhas havaianas e nunca mais voltou. Natural de Salvador, Bahia, André morou por sete anos no North Shore, onde já foi jardineiro, cuidou de porcos e trabalhou em construção para ganhar a vida.
Foi justamente nessa época, no auge da disposição e da sua carreira, que protagonizou momentos inesquecíveis na baía de Waimea, sempre com aquela gunzeira vermelha, famosa nas páginas de #diversas revistas de surf no Brasil.
Após dedicar todo esse tempo ao surf de ondas grandes, ele chegou à conclusão que não estava valendo a pena, não tinha estrutura dos patrocinadores e mudou para a cidade, em Waikiki, onde mora atualmente.
Agora, André disse que chega a ficar mais de um mês sem surfar, e aparece apenas quando a baía acorda, como nesta última quarta, com a chegada do primeiro swell no pico.
Ele foi um dos primeiros a cair no mar, com uma gunzeira 12 pés, e mostrou a tranqüilidade de sempre ao dropar as maiores da série, que chegavam aos 15 pés, com total conhecimento da onda. À tarde André preferiu descansar os braços, pois as ondas, apesar de maiores, beirando os 20 pés, não estavam perfeitas. Ficou somente observando o entra e sai no mar e as performances dos brasileiros.
#Para ele, o brasileiro Rodrigo Resende é atualmente o melhor brasileiro em Waimea, sempre disposto a cair e dropar a maior da série. Mas outros como Carlos Burle, Eraldo Gueiros (obviamente), Pato, Kiko Ferreira, Rômulo Fonseca, Calunga entre outros também são nomes de destaque, ?e pegam bem melhor do que eu?, completa com modéstia.
Na sua opinião é importante estar com o ?material completo?, como gosta de dizer, ou seja, uma prancha boa, preparo físico em dia e a cabeça no lugar. ?É sinal que o sujeito está bem?, diz ele. André não conseguiu apontar o maior mar que pegou na baía. ?Já caí em vários, não existe esse negócio de maior mar. Sempre existe o dia de amanhã, e sempre pode estar maior?, filosofa.
Sobre as ondas que costuma surfar, diz que cai #apenas em Waimea e Sunset. E Tow-in? ?Não, nunca fiz. Não confio nos motoristas brasileiros (risos). Se fosse com um cara experiente como o Darrick Doerner eu iria (risos). Já fui convidado, mas nunca me animei para ir, prefiro pegar no braço mesmo?, afirma.
Ele pensa em voltar para o Brasil no ano que vem. “Cansei um pouco do Hawaii, já são onze anos aqui. Quero ir visitar a minha mãe em Salvador”, conclui.