#De acordo com Geoffrey Holland, atual diretor da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Unesco, “existem muitos temas globais, inclusive alguns que tratam da pobreza, que não são relacionados aos oceanos”. Em torno de 2/3 da população mundial (3.6 bilhões) vivem a cerca de 60 km da costa e muitas nações dependem do mar para sobreviver, seja através da pesca, comércio marítimo ou turismo. Enquanto isso, o oceano trabalha com a atmosfera em um vasto sistema interligado para dirigir o clima global e absorver o choque causado tanto pelas mudanças naturais quanto às produzidas pelo homem.
A capacidade do oceano é imensa, em termos de troca de calor e reciclagem de gases ligados ao aquecimento global, absorvendo poluentes e sustentando a vida marinha. Mas essa capacidade é finita, sem ser ilimitada como certas músicas produzidas pela Broadway nos fazem crer. O oceano reage lentamente quando os sinais de stress começam a aparecer e os efeitos podem durar décadas e até séculos. “Estes sinais de stress costumam surgir no litoral”, diz Holland – referindo-se ao local onde vive a maioria das pessoas no mundo. “Assim, temos que ser pacientes para sobreviver, adverte. “A melhor coisa a fazer é ficar atento aos pimeiros sinais de aviso”, diz.
Quando a Assembléia Geral da ONU concordou em declarar 1998 o Ano Internacional do Oceano, a expectativa era a de chamar atenção às questões essenciais, sobretudo à questão dos limites dos recursos marinhos, no sentido de deixar claro que já ocorrem sinais de stress por causa da atividade humana, bem como estimular indivíduos, comunidades, organizações e governos a tomarem imediata atitude de usar os oceanos de forma que ele possa sustentar as futuras gerações. O Ano Internacional dos Oceanos pretende obter um compromisso diante dos recursos marinhos para sua proteção adequada.
A íntegra desse texto pode ser acessada em: www.unesco.org/opi/eng/98iyo/pl-ocean.htm