#Jeff Hubbard, considerado o atleta número um do bodyboard nos EUA, foi uma da atrações do Campeonato de Bodyboarding Internacional do Rio de Janeiro, realizado em março passado.
Nascido e criado no Hawaii, ele é mundialmente famoso pelas suas manobras aéreas.
Atualmente, Jeff conta com os patrocínios da BZ Bodyboards, Julbo, Viper Fins, Dakine, No Friends e o site ebodyboarding.com.
Na entrevista, ele mostrou ser uma pessoa muito tranquila e bastante humilde.
Esta é a primeira vez que você vem ao Brasil?
Sim, é a primeira vez que venho ao Brasil.
Quais foram suas primeiras impressões sobre o País?
O Brasil é um país fantástico, nunca vi nada igual. Vocês têm praias que rolam altas ondas perto de montanhas. Já viajei para toda parte do mundo, mais só vi este tipo de paisagem aqui. O povo daqui é muito engraçado (risos) e muito acolhedor. Estou me sentindo em casa. O clima daqui é muito quente, mas bastante parecido com o do Hawaii.
O que fez você vir ao Brasil participar deste evento ?
Eu queria conhecer o Brasil, pois já tinha conhecido vários picos em vários lugares. O Brasil tem muitos bodyboarders talentosos e eu precisava conhecer o local onde eles começaram a pegar onda. Eu adoro conhecer culturas e povos diferentes, acho que isso é uma boa experiência para mim. Quando pintou o convite, não pensei duas vezes.
O que você prefere, free surf ou competição?
Definitivamente o free surf, mas para viver do esporte você tem que ser profissional e competir, pois a grana vem toda das competições. Quando era menor, sentia um certo nervosismo nos campeonatos, pois existia uma pressão muito grande em cima de mim para obter bons resultados. Quando fui ficando mais velho, a pressão passou a não existir e hoje consigo competir com muita tranquilidade. Se pudesse viver só do free surf, esta seria a minha escolha.
#Quais os brasileiros que detonam no Hawaii?
Os brasileiros de uma forma geral detonam no Hawaii. Eu destaco o Paulo Barcellos como o melhor brasileiro em Pipe. Guilherme Tâmega, Jefferson Anute, Hermano Castro e Renato Kamp também arrebentam no Hawaii.
O que você acha dos atletas brasileiros ? Como é o relacionamento entre os brasileiros e os havaianos?
Eles são superradicais, todos mandam bem quando os vejo no Hawaii. O meu relacionamento com os brasileiros é muito bom. O que acontece no Hawaii é que o mundo inteiro vai lá para pegar onda e nem todo mundo respeita os locais. Se os locais não tomam uma atitude mais enérgica, acabam perdendo respeito. Isso se aplica a todos, não só aos brasileiros. O brasileiros são bem tranquilos e respeitam bastante os locais.
Como é a sua relação com o Spencer Skipper?
O Spencer é meu amigo de infância, conheço ele desde pequeno e fomos criados juntos. Considero-o como um irmão. Sempre que é possível viajamos juntos. Ele até viria para o Brasil para esta competição, mas ele foi para a África do Sul visitar sua namorada. Eu preferi vir para o Brasil, pois lá está havendo muitos ataques de tubarões.
Qual a sensação de ter sido eleito o melhor atleta do mundo pelos leitores da revista Bodyboarding?
Estou muito amarradão por ter sido escolhido pelo público como o melhor bodyboarder do mundo. Esse título tem uma importância muito grande para mim, por foi a garotada da nova geração que votou em mim. É uma ótima sensação saber que a nova geração votou em você. Isso é muito bom !!!
Você tem algum ídolo?
Atualmente, não tenho nenhum ídolo. Existem bodyboarders que merecem respeito maior. Quando era moleque, me espelhei muito nos bodyboarders Harry Antipala e o Kyle Maligro. Definitivamente, eles me motivaram a levar bodyboard a sério.
E o Mike Stewart?
Um ótimo bodyboarder, um profissional fora de série com um coração enorme. O surf fala por ele.
Quais são as suas expectativas para o Super Tour de 2002, já que etapas como The Box, Shark Island, Scar Reef, Philipinas e Pipe estão confirmadas?
Estou muito feliz, pois pela primeira vez teremos ondas de qualidade no Circuito Mundial. Muita gente está sacrificando tudo o que tem para participar de todas as etapas, pois não vai ser barato. Esperamos que desta vez a mídia dê ao Circuito Mundial o devido valor para que os atletas possam ter o seu devido retorno.
Qual é a sua manobra predileta?
Hummm (pensou alguns segundos). Definitivamente, o 720 aéreo, porque é uma manobra superdifícil. Outra que adoro fazer é o Hub aéreo.
Você está desenvolvendo alguma manobra nova?
Estou aprimorando algumas manobras, como por exemplo o front flip aéreo, entre outras que ainda não têm nome.
E modelo de prancha, você está desenvolvendo algum?
Sim, estou concentrando todos os meus esforços para fazer uma prancha mais barata e com maior durabilidade. Meu foco são as crianças mais novas. Uma prancha minha está sendo vendido em torno de US$ 240 e esse valor é muito alto. Quero reduzir este preço para que todos tenham acesso à minha prancha. Os novos modelos serão chamados de H Series e devem chegar às lojas em alguns meses.
#Qual tipo de música você curte?
Antes da caída no mar, gosto de escutar um punk rock para me motivar. Adoro o grupo Metallica!! Depois da caída, um reggaezinho cai muito bem para tranquilizar.
Como surgiu a marca No Friends?
Quem teve a idéia a princípio foi o Ross (Ross Macbride). A No Friends é uma marca feita por bodyobarders para bodyboarders. Temos vários produtos como vídeos, bermudas e camisas. Estamos implementando nos próximos meses vários acessórios como estrepes, cordinhas de pé-de-pato, entre outros.