Vincent Schulemburg explica sucesso da Bennett Foam

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#A Bennett Foam é pioneira em espumas de poliuretano de alta tecnologia. Controla aproximadamente 90% do mercado carioca e possui forte presença nacional, mas nem por isso deixou de se atualizar, a ponto de hoje exportar para países na América Latina e Europa. Além de manter alto padrão de qualidade em seus blocos, prioriza o atendimento ao cliente. Nosso repórter no Rio de Janeiro conversou com Vicent Schulemburg, uma das cabeças que controla a fábrica no Rio, junto com o primo Henrique Schulemburg. Leia a seguir os melhores momentos desta conversa.

Como foi o início da Bennett?
A Bennett Foam foi fundada em 87. Ela surgiu da necessidade que o shaper Henrique von der Schulenburg tinha para obter material de primeira qualidade no Brasil. Henrique começou a shapear em 69, e até 87 a qualidade dos blocos no Brasil era muito ruim. Henrique shapeou muitos anos no Hawaii e na Califórnia, e através do Terry Fitzgerald, dono da Hot Buttered, conheceu Barry Bennett, dono da Bennett Foam da Austrália. Depois de alguns meses de negociação, Henrique e eu fomos para a Austrália aprender como se faz espuma para prancha de surf. Após quatro meses de aprendizado, montamos a Bennett Foam do Brasil.

Em que nível de qualidade a Bennett se posiciona em relação aos blocos gringos?
Nosso slogan é ?a melhor espuma do planeta?, e este slogan surgiu depois de vários shapers gringos como Arakawa, Rusty e outros terem estado aqui, e nos dizerem que era o melhor produto que haviam trabalhado na vida. Muitos brasileiros que costumam shapear no exterior também têm esta opinião, e isto nos orgulha muito.

Quantos blocos em média são produzidos por mês?
Esta é uma pergunta que vai ficar sem resposta. Por força do contrato com a Bennett da Austrália, não podemos divulgar números de nossa produção. É importante deixar claro, porém, que a Bennett Foam está equipada para atender toda a demanda de seus clientes, durante o ano todo.

Vocês exportam? Para onde?
A Bennett Foam do Brasil é hoje a maior fábrica de espuma para pranchas da América do Sul. Exportamos para Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Portugal, Itália e França.

A matéria-prima é toda nacional ou existe algum componente importado?
A matéria-prima utilizada na fabricação dos blocos Bennett Foam é 100% importada da Austrália. Nenhum componente é nacional.

Como funciona o sistema de entregas, por exemplo, para um cliente que não seja shaper?
Todas terças e quintas, no Rio, o caminhão da Bennett faz entregas nas oficinas e também para clientes (pessoa física) que queiram comprar o bloco e levá-lo para ser shapeado. Fora do Rio, o sistema de entregas varia de acordo com a cidade, ou a região coberta por um dos nossos nove distribuidores no Brasil. Mas com certeza, todo mundo que queira ou precise de um bloco é atendido da maneira mais rápida possível.

A Bennett tem uma equipe fixa de atletas?
Nossa equipe já foi bem maior, mas continuamos a apoiar vários atletas e campeonatos, para que o esporte possa continuar a crescer e revelar novos talentos e futuros consumidores.

Quais são os critérios para o desenvolvimento de novos plugs?
Necessidades identificadas através de pesquisas com os shapers e surfistas.

Como funciona o controle de qualidade?
O sistema de qualidade funciona como um raio-X. Podemos ver se dentro do bloco existe alguma imperfeição ou um problema de fabricação. Os blocos que não passam no CQ, são classificados como segunda ou reject. É importante ressaltar, que, desde que começamos a operar com máquinas injetoras de espuma, nossa perda se reduziu a menos de 1%.

Quais os plugs mais vendidos?
Os plugs pequenos (até 6?5?). Os grandes representam muito pouco no percentual de vendas. Quem desenvolve os plugs? O Henrique, em conjunto com vários dos top shapers do Brasil.

Um shaper pode ter um tipo específico de plug?
De plug eu não diria, mas de curva para determinado bloco com certeza.

Além das espumas quais os outros produtos o fabricante pode encontrar na Bennett?
Fibra de vidro, quilhas, copinhos e fitas de amarração para pranchas.

Como funciona a Bennett em outros estados?
Através de distribuidores locais.

Como você analisaria o mercado brasileiro de pranchas de surf?
Já foi muito maior. No momento está meio estagnado, mas acredito que volte a crescer. O surf sofre concorrência de outros esportes radicais e começar a surfar não é fácil. O pior é que vemos iniciantes sendo hostilizados por locais e por quem já surfa. Isto inibe o iniciante, que acaba procurando outro esporte, e no fim o surf é que sai perdendo, por não aumentar a base de praticantes.

O que falta para os fabricantes brasileiros atingirem um nível melhor?
N-A-D-A !!!! Algumas fábricas brasileiras já estão fazendo pranchas muito melhores que as gringas. A tristeza é ver que santo de casa não faz milagres, e poucos reconhecem isto. A prova do que estou dizendo é o volume crescente de pranchas brasileiras sendo exportadas para vários países do mundo.

Vocês tem algum projeto de reciclagem, já que de um shape boa parte da espuma é desperdiçada?
Nós pensamos em implantar um sistema de coleta das bordas que sobram durante o corte do out-line, mas as fábricas utilizam-nas em embalagem para pranchas ?protegendo as bordas. Aí, continuou tudo como está.

A Bennett tem algum tipo de parceria?
Existem parcerias com clientes, fornecedores, e com a Dion, outra fábrica de espuma aqui do Rio. No caso da Dion, ela fabrica a espuma e a Bennett distribui em todo o Brasil. É uma parceria de sucesso, que tem agradado aos clientes, e a nós também.

Você acha que algum material vai substituir o poliuretano?
O poliuretano é um material abençoado para se fabricar pranchas de surf. Ele é leve, branco, resistente, fácil de shapear e muito barato. Até já existem alguns materiais que podem ser usados no lugar do poliuretano, mas são muito caros e não dão produção. Alguém se lembra das pranchas feitas com blocos de isopor? Por que não foram para frente?