Marcos Bukão. Foto: Divulgação. |
O formato de delegações no ISA World Surfing Games é:
– 04 opens (categoria livre de idade).
– 04 juniores (categoria até 18 anos).
– 02 surf feminino (categoria livre de idade).
– 01 longboarder (categoria livre de idade ? pranchão).
– 01 kneeboarder (categoria livre de idade ? surf de joelhos).
– 02 bodyboarders masculino (categoria livre de idade ? surf deitado).
– 01 bodyboard feminino (categoria livre de idade ? surf deitado).
– 02 juizes (para países que possuem até a 10a colocação no ranking. Do 11o ao 20o leva apenas 01 juiz).
– 01 manager.
– 01 assistente de manager.
– 01 técnico (normalmente países mais fortes como Brasil, Austrália, USA, áfrica do Sul, Hawaii, levam mais técnicos por conta própria, mas oficialmente é somente 01).
Obs – Este formato serve também para o Pan-Americano de surf.
Segundo Marcos Bukão, Diretor Financeiro da CBS e enciclopédia do surf brasileiro, o qual acompanha os mundiais desde 1991, em Barbados, relata que as participações do Brasil em mundiais são muito representativas.
?O primeiro ISA World Surfing Games foi na Inglaterra em 1986, na época não teve muita repercussão. O catarinense? Flávio ?Teco? Padaratz estava nesse time?, lembra Bukão, que será o diretor de prova do ISA WSG na África do Sul.
Em 1988, em Porto Rico a delegação brasileira teve participação histórica, com Fábio Gouveia campeão mundial open e Fernando Graça, o ?Bolha?, e Rico de Souza foram vice-campeões junior e longboard respectivamente. Também faziam parte deste time: Zé Paulo, Piu Pereira, Wagner Pupo, Brigitte Mayer e Flávio ?Teco? Padaratz, que foi o grande destaque naquele ano, embora não tivesse bom resultado na final. O Brasil terminou em terceiro lugar.
No Japão em 1990, formamos um time dos sonhos com Joca Júnior, Victor Ribas, Peterson Rosa, Sávio Carneiro, Washinton Smurf e Hemerson Marinho. Nesse mundial o hexa-campeão mundial Kelly Slater, era do time americano. Os melhores foram Hemerson Marinho terminando em terceiro na open e Neco Carbone em terceiro no longboard. A Andréa Lopes fazia parte do time feminino.
Depois se seguiu para Lacanau, França, onde o Brasil contava com um timaço também. Guilherme Herdy, Narciso, Rodrigo Jorge e Eduardo Fernandes na open. Renatinho Wanderley, Eric Myakawa, Gustavo Aguiar e Rodrigo Dornelles na júnior. Vitorino James no longboard era um dos favoritos até roubarem seu pranchão. Na equipe também estavam as surfistas Ana Galotti e Michelle Pessoa. Os melhores resultados foram de Herdy e Narciso na open, ambos em sexto, e Renatinho na júnior, em sétimo. O bodyboarder Rodrigo Fiúza e William Grutter, surfista de joelho, ficaram em terceiro. O Brasil acabou na terceira colocação, mas o kneeboarder dos EUA foi barrado no antidoping e subimos para segundo. Foi o primeiro vice-campeonato tupiniquim.
Rio de Janeiro 1994, a grande chance do primeiro título mundial por equipes. A delegação brasileira contava com Gustavo Aguiar, Daniks Fischer, Charles Cardoso na open. Robson Buiú, Binho Nunes, Neco Padaratz e Maicon Rosa eram os juniores. ?Estávamos com o título por equipes na mão até a bandeira amarela da final open, quando Sasha Stoker da Austrália pegou um tubo, passou de quarto para primeiro lugar deixando o Charles Cardoso como vice-mundial e conquistando os pontos que deram o título para a Austrália e o Brasil novamente vice?, relembra Bukão. Neco foi terceiro na júnior, Jefferson Anute (bodyboard) e a Alessandra Viera se sagraram campeões mundiais em suas categorias.
Huntington Beach 1996. O maior campeonato de surf na história do esporte. Quase 900 surfistas de 42 países em oito dias de competições com três palanques simultâneos. ?Foi à ocasião onde o surf esteve o mais próximo das olimpíadas. E por incrível que pareça, o Brasil ficou ainda mais perto do título do que no Rio de Janeiro?, diz Bukão, que foi diretor de prova do campeonato histórico. ?Qualquer atleta do Brasil que tivesse ficado apenas uma posição acima, teria dado o título para nós?, completa Bukão. Os americanos ganharam com a vitória de Taylor Knox na open e Shane Beschen ficando em terceiro. Victor Ribas finalizou em segundo. O Brasil formou com Vitinho, Jerônimo Bonfim, Alessandro Melo, Rodrigo Rocha, Pedro Lima e James Santos (melhor amador da competição, só perdendo para cinco profissionais do WCT) a categoria open e Yuri Sodré, Olavo Aguiar, Lucinho Lima e Leonardo Oliveira na júnior. A cearense Tita Tavares foi vice-campeã mesmo com interferência na final, Guilherme Tâmega e Daniela Freitas ganharam no bodyboard. Marcelo Freitas também marcou presença na final do longboard. A diferença de pontuação foi muito pequena, 0,6% dos pontos dos americanos: USA 33.626 x Brasil 33.492, 134 pontos do que seria o primeiro título. Foi a primeira vitória verde e amarela sobre a Austrália.
Em Portugal, 1998, novamente a equipe brasileira encerrou como vice-campeões por teimar em levar apenas um profissional na categoria open, enquanto os adversários levavam quatro. Peterson Rosa (vice-campeão), Tânio Barreto (melhor amador do mundo), Robson Buiú e Lucinho Lima faziam o time open. Marcondes Rocha, Marco Pólo, Raoni Monteiro e Danilo Grillo eram ?dream time? da júnior, que no fim não rendeu o que se esperava. Os títulos vieram com Picuruta Salazar no longboard e Alcione Silva no feminino. Novamente o Brasil estagnou em segundo, atrás da Austrália e levando sufoco da África do Sul em terceiro.
Maracaípe 2000, Brasil, agora ou nunca. Finalmente se optou pela presença maciça de profissionais na open: Fábio Gouveia, Fábio Silva (campeão mundial) e Armando Daltro foram os comandantes do time open, que ainda tinha Rafael Becker. A júnior deu show com Marcondes Rocha, Bernardo Pigmeu e André Silva na grande final, embora o havaiano Joel Centeio tenha colocado areia na engrenagem quase perfeita do Brasil levando o título. Gilmar Silva completava a categoria. O Brasil ganhou todas as outras categorias, com Marcelo Freitas no longboard, Tita Tavares no feminino, Guilherme Tâmega e Karla Costa no bodyboard e o incansável Sérgio Peixe no Kneeboard, que aos 41 anos entrou para a história da ISA como o campeão de mais idade em todos os mundiais. O ?banho? do Brasil se traduziu em números: Brasil 31.532 – Hawaii 22.805 – Austrália 22.332.
Participações de Marcos Bukão nos mundiais e pan-americanos:
Mundialito de Barbados 1991: Team Manager.
Mundial da França 1992: Team Manager.
Pan Americano Venezuela 1993 : Team Manager.
Mundial do Brasil 1994: Team Manager.
Mundial da Califórnia 1996: Diretor de Prova.
Pan Americano do Brasil 1997: Diretor de Prova.
Mundial de Portugal 1998: Diretor de Prova.
Pan Americano de Mar Del Plata 1999: Diretor de Prova.
Mundial do Brasil 2000: Diretor de Prova.
Pan Americano da Venezuela 2001: Diretor de Prova.