Jihad surfou bem durante as duas seletivas e mereceu o título Sul-americano. Foto: Ricardo Macario.	Jean em mais uma merreca rumo à vitória. Foto: Ricardo Macario.
Praia do Farol, Ilha do Mel. Foto: Ricardo Macario.	Torre principal do evento. Foto: Ricardo Macario.
Troféus da competição. Foto: Ricardo Macario.	Espectadoras VIP. Foto: Ricardo Macario.
Campeão do Billabong Pro Junior de 2001, Bruno Moreira chegou até a semi-final. Foto: Ricardo Macario.	Jean comemora a vitória. Foto: Ricardo Macario.
Carregado pelo irmão, ele está nos céus. Foto: Ricardo Macario.	O pai de Jihad, feliz da vida. Foto: Ricardo Macario.
Jihad, novo campeão Sul-americano, durante entrevista para TV. Foto: Ricardo Macario.	Jihad agradece aos patrocinadores e a família pelo apoio. Foto: Ricardo Macario.
Jean não esconde a alegria de ter ganho a etapa. Foto: Ricardo Macario.	O hexacampeão mundial de skate Ferrugem dá o troféu de quarto colocado à Pigmeu. Foto: Ricardo Macario.
Heitor Alves faturou o prêmio pelo melhor (e único) aéreo do Airshow. Foto: Ricardo Macario.	Pigmeu acabou em quarto na bateria final. Foto: Ricardo Macario.
Os juizes também tiveram mais trabalho para julgar ondas tão pequenas. Foto: Ricardo Macario.	O cearense Heitor Alves manda o vôo da galinha e fatura R$ 500 pelo melhor aéreo. Foto: Maurício de Souza/FMA.
Campeão brasileiro iniciante e mirim, Jean está trilhando um caminho de sucesso. Foto: Maurício de Souza/FMA.	Pedro Henrique, campeão mundial Junior em 2000, se despede da categoria em grande estilo e termina em terceiro na etapa. Foto: Ricardo Macario.

“Vou rezar para Alá ajudar Jihad! Alá vai ajudar o Jihad!” Com estas palavras e pulando de alegria o pai do paranaense Jihad Kohdr comemorava a conquista do filho, no último dia 29/09 na praia do Farol, Ilha do Mel, uma reserva ecológica no litoral norte do Paraná.

A ilha, por si só, já valeria um texto inteiro sobre as belezas naturais, o astral mágico, as pessoas, os caminhos, as atrações, como o forte e o farol, e, claro, as lendas… Ou melhor, as ondas. É que estas simplesmente se negaram a aparecer durante o campeonato, mas, segundo os locais, estavam perfeitas na semana anterior – como sempre acontece no anedotário do surfe.

Inclusive as lendárias “Paralelas”, um pico de direita com pinta de Jeffrey’s Bay na praia ao lado da do Farol. Ainda segundo os nativos, quando o swell está fora de controle nas outras praias, as Paralelas quebram com um metro a um metro e meio perfeitas, com seções de tubo e manobras à vontade. Pena que não foi desta vez. Mas vale registrar que, apesar da falta de ondas, todos saíram satisfeitos com a energia da Ilha do Mel.

Voltando ao evento, os melhores surfistas do Brasil com idade até 20 anos estavam de olho no título do evento e nos US$ 1.800 oferecidos ao campeão. Mas, uma elite especial buscava algo mais: o título Sul-americano Pro Junior, sancionado pela ASP (Association of Surfing Professionals), entidade máxima do esporte no mundo.

Isso porque este ano teve a etapa final do Mundial Pro Junior cancelada na Austrália devido a falta de calendário. Com isso, as duas seletivas que formariam a seleção brasileira acabaram valendo o próprio circuito e o título sul-americano neste ano. E ainda existe a possibilidade de o Mundial ser realizado no início de 2003.

Após duas fases de triagens, os sobreviventes enfrentaram os cabeças-de-chave da competição na terceira rodada. Foi aí que as disputas ficaram ainda mais acirradas, com os melhores juniores duelando em busca de preciosas vagas nas quartas-de-final, e na seqüência, na semi-final.

A primeira semi teve surfistas de talento inquestionável, como o paulista Bruno Moreira, campeão do circuito no ano 2001, Jihad Kohdr, campeão da última etapa do SuperSurf 2002 e vice na primeira seletiva, Saulo Junior, integrante da seleção que disputou o Mundial Pro Junior de 2001, e Pedro Henrique, campeão Mundial Pro Junior do ano 2000. No final, passaram Pedro e Jihad, em primeiro e segundo, respectivamente.

Na outra semi estavam Jean da Silva, campeão brasileiro Mirim e Iniciante, Gustavo Fernandes, quarto colocado na primeira seletiva do Pro Junior, Adilton Mariano, um dos melhores amadores do país, e Bernardo Pigmeu, campeão da primeira seletiva e um dos maiores talentos da atualidade. Pigmeu passou em primeiro, com Jean na cola.

Assim estava formada a grande final do evento, que começou em ritmo acelerado, com os atletas pegando uma onda atrás da outra. Assim como foi na primeira etapa, Jihad e Pigmeu travaram uma disputa particular pelos dois títulos em jogo, o da etapa e o do circuito.

Com a vitória praticamente garantida, Jean já podia comemorar o título da etapa. Nos segundos finais da bateria, Pedro virou em cima de Pigmeu, que pulou para terceiro lugar, resultado ainda que lhe garantia o tíulo Sul-americano. Porém, Jihad pegou uma direita e tirou 6.33, quando precisava de 6.44 para virar e pulou para segundo, tirando o título das mãos de Pigmeu.

Já era tarde para qualquer reação. Jean saiu da água carregado pelo irmão e pelos amigos, enquanto Jihad foi ovacionado pela torcida e pela família pela conquista. Pigmeu, visivelmente abatido com a derrota, não ficou satisfeito com o resultado e mal esboçou qualquer sorriso durante a entrega de prêmios.

Com a vitória, Jean levou US$ 1.800, enquanto Jihad embolsou US$ 1 mil pela segunda colocação, US$ 1.500 pelo título sul-americano e mais R$ 500 pela melhor nota, um 8.17 pontos na Condominium Best Wave.

“É muito bom vencer em casa, com o apoio da torcida e da família. Este título eu dedico à Matinhos!” Com estas palavras, durante a entrega de prêmios, o paranaense Jihad Kohdr comemorou o título Sul-americano Pro Junior de 2002.

Confira mais imagens do final de semana na Ilha do Mel na galeria de fotos do evento.