Andrew Serrano faturou a categoria Júnior do circuito. Foto: Divulgação. |
Além do sexto título seguido do Adélia, dois surfistas fizeram história no campeonato.
O santista Andrew Serrano, do Marquês de São Vicente, foi campeão Júnior, sendo o único competidor a faturar todos os títulos do circuito.
Serrano já foi campeão Iniciantes e por equipes em 96 e Mirim em 2000. E o guarujaense Heitor Pereira, maior estrela do Adélia, garantiu o tetracampeonato individual, ao faturar a Mirim pelo segundo ano consecutivo.
Os outros dois campeões do ano foram Fabrício Caraça na Iniciantes, e Fabiana Sandes, na Feminino, ambos do Adélia, completando a festa do colégio e mostrando a força do time.
Dos cinco títulos em disputa, a escola de Guarujá só não levou na Júnior. A competição reuniu mais de 80 escolas de toda a Baixada Santista (Bertioga até Itanhaém), atraindo um grande público de amigos, familiares e professores de Educação Física.
As ondas não ajudaram muito, pois não passaram do meio metro. O locutor oficial do evento, Paulo Issa, usou toda a sua experiência para empolgar o público, que respondeu com muita torcida e aplausos para os atletas na água.
Na disputa por escolas, o Adélia venceu novamente. Nos últimos seis anos, o colégio não perdeu uma única etapa, mas desta vez, o resultado não foi tão tranquilo como nos campeonatos anteriores.
Gatinhas do College Girl. Foto: Divulgação. |
O Francisco Martins dos Santos, de Praia Grande, ficou em 3º lugar, com 66 pontos, seguido do Colégio Itá, de São Vicente, com 44. No ranking o Marquês e o Francisco Martins ficaram empatados, mas o colégio santista foi declarado vice, porque pelo regulamento prevalece o resultado da 2ª etapa para o desempate.
Na categoria Feminina, o nível foi muito forte. Todas as competidoras na final foram novatas, ou seja, atletas que não competem em disputas oficiais. Quem levou a melhor na etapa foi Stephanie Cristina, do Zulmira Lambert, de São Vicente. Ela abriu a bateria com uma nota 5,5 e não foi ameaçada.
?Estou muito feliz com esta vitória. É uma motivação a mais para continuar treinando e até competir em outros campeonatos importantes?, comemorou Stephanie, que também foi destaque fora do mar, ao ser declarada uma das três melhores no College Girl, concurso que escolheu a aluna mais bonita das praias.
A briga, então, ficou pelo título do ranking entre Jayce Maxielle, do Agenor de Campos (Mongaguá) e Fabiana Sandes, uma vez que a vencedora da etapa de abertura, Joceline Noriko, do Marquês, perdeu na semi.
Depois de muita disputa, Gisele Garcia, do Liceu Santista, garantiu o 2º lugar e Jayce ficou em 3º. Se ficasse uma posição acima ela garantiria o seu 1º título, mas quem comemorou foi Fabiana, mesmo ficando em 5º lugar.
?Pena eu não ter vencido. Mas no ano que vem volto para tentar a vitória nas duas etapas. O que vale mesmo é o título?, comemorou Fabiana, de 15 anos. Para a animada e simpática Jayce, o resultado valeu como prêmio. ?O importante é que batalhei pelo título até o último momento. Mostrei garra?, disse.
Finalistas da categoria Iniciantes. Foto: Divulgação. |
Também estavam na briga Fabrício Caraça, do Adélia, e Leandro Santos, do Objetivo de Guarujá, dois surfistas experientes nos circuitos paulista e brasileiro.
O conhecimento do ?pico? prevaleceu no começo da final e Leco saiu na frente, mas faltando cinco minutos para o término, Fabrício garantiu a vitória, com uma nota 7,5 pontos. Enquanto isso, Magno Pacheco, do Jacinto Narducci, de Guarujá, vinha surfando muito bem e por pouco não venceu, ficando em 2º lugar e mostrando ter futuro certo. Fabrício e Leco terminaram empatados no ranking, cada um com uma vitória e um 3º lugar.
Mas o surfista guarujaense foi declarado campeão, pelo regulamento onde vale a 2ª etapa.
?A disputa com o Leco valorizou a minha vitória. Ele é um ótimo surfista. Este é o meu 1º título na carreira e espero que me traga muita sorte?, disse Fabrício, que está com 13 anos e neste semestre competiu no Mundial Grommets, na França. ?Não fui bem, perdi nas quartas, mas foi uma grande experiência?, lembrou.
Para Leco, o mar não ajudou. ?As ondas estavam muito pequenas, difícil para fazer manobras, mas subi ao pódio e isso é o que importa. No ano que vem estarei competindo novamente?, destacou.
Na categoria Mirim, Heitor Pereira entrou na bateria sabendo que poderia entrar para a história do campeonato. Atual vice-campeão brasileiro Júnior, ele esperou por uma boa onda no início da bateria (como fez em todo o campeonato), mas a estratégia acabou atrapalhando o seu caminho para um bom resultado.
Durante a bateria, as ondas baixaram e ele ficou ?boiando?, o seja, esperando pelas ondas sem conseguir surfar.
Ficou exatos 18 dos 20 minutos da disputa, sentado em sua prancha. Em contrapartida, Jefferson Silva, do Willian Aurelli, de Bertioga, chegou a estar em 2º lugar, resultado que lhe garantia o título.
Já o 1º lugar ficou certo desde o início para Bruno Padilha, o Cação, do Reynaldo Kuntz Bush (Praia Grande). Nos dois minutos finais da bateria, Heitor ainda tentou melhorar a sua situação, pegou duas ondas, mas que não foram suficientes para tira-lo da 6ª colocação.
Porém a sorte o ajudou. Jefferson acabou ficando em 5º lugar nos momentos finais, combinação que assegurava o título para o surfista de Guarujá.
?Esperei por uma boa onda, mas o mar ficou ruim e quase me dei mal. Mas acreditei até o final?, disse Heitor, que chegou a pensar que Jefferson seria campeão.
?Achei que ele tinha levado. Fico muito feliz em saber que sou o único tetra e que novamente ajudei o meu colégio a ser campeão geral. No ano que vem será o meu último ano de colegial e vou tentar o penta?, revelou.
Na última final do dia, a Júnior, Andrew competiu em casa, onde aprendeu a surfar. Único surfista que participou de todas as edições do A Tribuna Colegial, sendo campeão, inclusive, no 1º ano de disputa, em 1996, ele chegou como favorito, pela experiência e, principalmente, pelo show na abertura do ranking, com uma nota 10.
Seu maior rival era David do Carmo, do São Francisco de Assis (Praia Grande), que tinha ido muito bem na semi, dando até um aéreo.
Depois de passar um susto na semi, quando quase ficou de fora da decisão, Andrew não deu chances aos adversários e começou a bateria com uma onda quase perfeita. Pegou uma direita e deu várias batidas de backside, arrancando um 9,75 dos juizes. Na seqüência, tirou um 7,75, abrindo uma vantagem muito grande. Dos cinco adversários, quatro precisavam de mais de 10 pontos para virar o resultado.
O único que poderia ultrapassa-lo, Maurício Barbosa, do Francisco Martins dos Santos (Praia Grande) até assustou no final. Precisava de 9,26 pontos e tirou 8,5. A diferença foi de menos de um ponto ? 17,50 a 16,75. Com a vitória e o título, Andrew, de 18 anos, completou o ciclo no A Tribuna Colegial, ganhando todos os títulos possíveis para um atleta.
?Este foi o meu melhor resultado deste ano e uma despedida e tanto da carreira amadora. No ano que vem começo a competir como profissional e entro mais motivado. Foi a chave de ouro da minha fase amadora?, comemorou Andrew que vai usar o prêmio do Circuito, uma passagem aérea para o Nordeste, para participar de sua estréia como profissional. ?Vou para o WQS em Fernando de Noronha no começo do ano e espero que o prêmio me dê sorte?, acrescentou o campeão.
Antes da premiação, o grande público presente ao evento acompanhou o College Girl, onde as candidatas desfilaram de biquíni AntiQueda. Inicialmente houve uma seletiva com 10 candidatas da 2ª etapa. Cinco representantes foram escolhidas para a grande final.
Na sequência, nove estudantes subiram ao palco, animando os espectadores, e a vencedora foi Fernanda Gonçalves, de 15 anos, aluna do Liceu Santista.
Como prêmio ela ganhou um kit de roupas da AntiQueda, um ano de bolsa de estudos do Colégio Monte Serrat, mais seis meses na Academia Unimonte e ainda um book do conceituado fotógrafo Gino Pasquato.
Vale ressaltar que Stephanie Cristina, que foi a campeã feminina nas ondas, fez grande sucesso e por muito pouco não levou também o College Girl.
Durante a premiação, a organização do A Tribuna Colegial homenageou os irmãos Carlos e Eduardo Argento, os ?Irmãos Twin?, que fazem parte da história do surf da Baixada Santista. A homenagem aos surfistas que ajudaram a ?construir? o surf na região será feita todos os anos.