Roberto Bruno é a bola da vez

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Roberto Bruno conquistou o tricampeonato brasileiro profissional de bodyboard em 2002. Foto: Xandão Barros.
O bodyboarder cearense Roberto Bruno tem motivos de sobra pra comemorar o ano que passou.

 

Com a terceira colocação obtida na oitava e última etapa do circuito, em dezembro, na praia do Futuro, ele garantiu em casa o título de campeão brasileiro da temporada 2002 e sagrou-se tricampeão brasileiro profissional – feito conquistado apenas pelo lendário Guilherme Tâmega.

 

Aos 23 anos, Bruno é um exemplo de competidor, mas é um sujeito quieto, de poucas palavras. Nesta entrevista para o site Abbctour, ele conta um pouco mais sobre o momento que está vivendo e seus objetivos para o futuro. 

 

 

Como você está se sentindo após esse tricampeonato brasileiro?

 

A sensação é de dever cumprido! Foi um circuito muito disputado do começo ao fim. Minha vitória em Floripa foi determinante para a conquista do título, pois como a decisão seria na “minha casa” a pressão ficou ao meu favor.

 

Como foi o seu dia após esta conquista ? Acordou e fez a sua rotina de sempre?

 

Foi muito bom. Lógico que estava amarradão com a conquista. Não é todo dia que alguém é tricampeão brasileiro.

 

O cearense é quase imbatível nas competições em ondas pequenas. Foto: Jarbas Soares.
Não é de agora que os cearenses vêm conseguindo bons resultados em nível nacional. Essa etapa no Ceará mostrou uma esmagadora supremacia dos cearenses. A que você atribui isso?

 

Como você mesmo disse, não é algo que vem de hoje, há todo um trabalho por trás disso. No Ceará nós temos uma federação atuante, além disso, os BBERS cearenses têm um talento nato. Não posso deixar de falar que o Francisco Rosa abriu todas as portas para nós.

 

A gente só ouve a respeito dos bodyboarders do eixo Rio / São Paulo / Sul. Como anda o bodyboard no Ceará ? Existem empresas patrocinando, apoiando?

 

Eu acho que isso já mudou. Em nenhum lugar do Brasil o BB cresceu tanto quanto no NE. No Ceará algumas empresas acreditam no esporte, principalmente a SMOLDER e a DIPOLY.

 

E como anda o bodyboard feminino no Estado? O título conquistado pela também cearense, Patrícia Setúbal, na sua opinião foi uma surpresa?

 

O BB feminino cresceu muito nos últimos anos. Acho que a federação tem que olhar com muito carinho a categoria para continuarem aparecendo novos valores. Quanto à conquista da Patrícia Setúbal, para mim não foi surpresa, pois ela manteve uma boa regularidade durante todo o ano.

 

Roberto Bruno (esq) e Roberto Germano no estande Waves.Terra. Foto: Ricardo Macario.
Falando de circuito mundial, por que este ano você não resolveu investir no GQT para conseqüentemente sonhar com uma vaga no super tour de 2003?

 

Na verdade, foi um “circuito” que não me atraiu, principalmente pela desorganização. Além disso, não houve nenhuma cobertura, portanto não haveria retorno aos meus patrocinadores. Resolvi investir no Brasileiro e esperar para ver como será 2003.

 

O Brasil tem atletas de ponta como Luis Gustavo, Uri Valadão e Diego Cabral que estão com um pé no Super Tour de 2003. Qual é o seu objetivo para o ano que vem?

 

Renovar com meus patrocinadores e continuar buscando evoluir. Acho que um atleta tem sempre que estar procurando melhorar dentro e fora d’água. O circuito mundial continuará sendo um objetivo a ser trabalhado.

 

Você mostrou no internacional de São Conrado este ano que tem surf de sobra para encarar ondas pesadas e perfeitas, muito diferentes que você encontra no seu dia-a-dia. A que você atribui essa facilidade sua de surfar ondas grandes e pesadas?

 

Os caras conseguem, porque eu não posso também?! Acho importante estar sempre procurando vencer seus limites.

 

 

Bruno entuba com estilo. Foto: Divulgação.
Você está pronto para encarar ondas como Shark Island, The Box, Cloud 9, Pipeline em um eventual Super Tour?

 

Não é só chegar e se “jogar”, são ondas muito difíceis. Eu acredito muito no meu potencial, mas tenho consciência de que preciso evoluir nesse tipo de onda.


Este ano tivemos o maior circuito brasileiro de todos os tempos, foram oito etapas com uma premiação boa. Mesmo assim teve gente que não saiu satisfeita. O que você achou do circuito deste ano?

 

O circuito foi excelente e a CBRASB está de parabéns. Lógico que ainda temos que melhorar, mas não se pode ignorar a evolução do circuito brasileiro nos últimos anos.

 

Tem alguma viagem agendada para 2003? Se tiver, vai surfar onde?

 

Pretendo ir à Fernando de Noronha. Ano passado fomos eu, Daniel Rocha, a Biba, Paulo Barcellos e o Diego Cabral. Deu altas ondas!

 

 Para encerrar, faça um resumo de como foi o ano de 2002 e quais são as suas expectativas para 2003.

 

Concentração antes de entrar para mais uma disputa. Foto: Xandão Barros.
Foi mais um ano em que priorizei o circuito brasileiro. Tivemos oito etapas das quais venci duas e fiz outras três finais. A nova geração está arrebentando, o que
valoriza ainda mais o meu tricampeonato. Para o ano que vem, pretendo continuar evoluindo principalmente em manobras aéreas e competir o GQT, se tudo der certo.

 

Deixe um recado para a galera do bodyboard.

 

Galera, vamos nos unir em torno do objetivo, que é ver o BB crescer. Atletas, federações e confederação, todos juntos, fazendo o melhor para o esporte.

 

 

Agradecimentos ao site Abbctour.net .