Tita Tavares surfou muito para derrotar Silvana na final. Foto: Ricardo Macario.	As cearenses durante coletiva após o evento. Foto: Nancy Geringer.
Silvana vendeu caro a vitória para Tita. Foto: Ricardo Macario.	Tita comemora a vitória em Maresias. Foto: Ricardo Macario.
A surfista fala sobre seu retorno à elite do surf mundial. Foto: Ricardo Macario.	Silvana mandou bem durante toda a competição. Foto: Ricardo Macario.
Tita conseguiu competir em Maresias com o apoio do governo cearense. Foto: Ricardo Macario.	Silvana Lima vive atualmente no Rio de Janeiro. Foto: Nancy Geringer.

As cearenses Tita Tavares e Silvana Lima apresentaram surf de sobra na primeira etapa do SuperSurf 2003, encerrado no último domingo (23/03), em Maresias (SP).

As duas surfistas, que estão sem patrocínio, não se deixaram abater e fizeram uma dobradinha cearense na grande final do evento, realizada em ondas de até 2 metros.

As duas se encontraram já na primeira fase da prova, quando Silvana levou a melhor e venceu Tita por 10.83 contra 8.40, passando em primeiro com a conterranêa na segunda colocação. A partir daí, as duas traçaram uma trajetória de vitórias até se encontrarem novamente na final. 

No segundo round, ambas passaram suas baterias em primeiro. Já nas quartas, quando entram em ação as baterias homem x homem (ou mulher x mulher), o fato se repetiu.

Silvana, que estrou este ano no SuperSurf, marcou 11.50 pontos contra 7.10 de Cláudia Gonçalves. E Tita levou a melhor sobre Juliana Guimarães, marcando 17.33 pontos, contra 5.04 da carioca.

De quebra Tita arrancou 10 unânime dos juízes com um tubo. 

“Não esperava essa onda. Precisava de uma onda 5.09 e quando vi a direita vindo comecei a remar. A onda veio certinha, segurei na parede e quando percebi já estava dentro do tubo. Vi uma brechinha muito longe e disse para mim mesma que conseguiria sair. Do jeito que imaginei a coisa aconteceu e tirei nota 10”, comenta a atleta, que conseguiu ir para o evento em cima da hora com o apoio do Governo do Ceará. 

A onda nota 10 rolou numa das primeiras baterias do dia e levantou o a galera na praia.

“São apenas 7:30 da manhã e a Tita já está deslizando pelo salão”, elogiou um dos locutores da competição.

“No ano passado, Deus mostrou para mim que tinha muito o que aprender e que só um problema como a falta de um patrocinador faria com que eu crescesse e parasse para pensar duas mil vezes antes de errar. Agora a minha cabeça é outra e estou me preparando bastante para voltar ao WCT”, afirma.

Na semi-final, Silvana passou por Andréa Lopes, tricampeã brasileira de surf profissional. Já Tita teve uma bateria difícil contra a ubatubense Suelen Naraísa. Tita computou 8.33 pontos, contra 7.90 da paulista – apesar das reclamações do técnico Alberto Jacob, que acusou os juízes de favorecerem a cearense. Suelen ficou em terceiro lugar e saiu como uma das revelações da prova, distribuindo batidas fortes e certeiras no lip e uma grande disposição para as ondas grandes.

A final foi lá e cá, com as duas surfistas cearenses sedentas pela vitória. Tita se deu melhor e deixou Silvana precisando de 6.51 pontos para virar o resultado. Tavares somou 12.83 pontos, contra 10.30.

Pela vitória, a surfista faturou R$ 5 mil – que lhe ajudarão a dar uma respirada devido o sufoco da falta de patrocinador. Além da vitória, Tita desempatou o número de cinco vitórias no SuperSurf que tinha com Andréa Lopes (RJ).

“Só falta um patrocínio para a gente ter mais estímulo, mas estou no maior gás para tentar o título brasileiro”, disse Silvana, que embolsou R$ 2,5 mil.

A partir desta etapa, o número de integrantes na elite feminina também aumentou com o ranking unificado Super Trials e SuperSurf. Até o ano passado, 16 garotas disputavam o título brasileiro. Este ano são 25 atletas competindo nas cinco etapas.

Confira o ranking feminino após o evento

1 Tita Tavares (CE) 1000 pontos
2 Silvana Lima (CE) 860 pontos
3 Andréa Lopes (RJ) 730 pontos
3 Suelen Naraisa (SP) 730 pontos

* Colaborou Juliana Patera