Austrade Festival promove encontro cultural

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Lucas e o didgeridoo. Foto: Ricardo Macario.

O longboarder australiano Lucas Proudfoot foi um dos destaques da última quinta-feira no Austrade Festival 2003, no hotel Grand Hyatt São Paulo.

 

O evento é promovido pelo Consulado Geral e pela Embaixada da Austrália com o objetivo de divulgar o país no Brasil e intensificar as relações comerciais entre ambos, principalmente nas áreas de meio ambiente, energia, educação, turismo, gourmet, esportes, moda e cultura.

 

Além de competir no circuito mundial de longboard profissional – WLT, Lucas é músico e dedica boa parte do seu tempo em

O australiano fez uma participação com os Xavantes. Foto: Ricardo Macario.

apresentações do instrumento musical dos povos nativos australianos, o “Didgeridoo”.

 

Nelas ele procura resgatar a cultura de seus ancestrais aborígenes, que enfrentam dificuldades parecidas com as dos índios brasileiros, que foram dizimados e não têm sua rica cultura valorizada como deviam.

 

“Há cerca de 20 anos a cultura aborígene começou a receber a atenção que merece e passou a ser resgatada entre a comunidade australiana. Isso é muito importante, pois possui grandes riquezas como a música, e o Didgeridoo, seu principal instrumento, a dança e vários ensinamentos e valores fundamentais para a própria

O longboarder é também um músico de primeira. Foto: Ricardo Macario.
preservação”, conta Lucas, que começou a praticar com 14 anos.

 

Aproveitando a presença e a riqueza étnica de Lucas, os organizadores do evento promoveram um encontro dele com um chefe e alguns membros da tribo de índios Xavantes, que também falaram sobre o resgate da cultura indígena brasileira e sua importância para as futuras gerações.

 

A apresentação de Lucas com o Didgeridoo arrancou aplausos do público presente. O instrumento possui algumas características interessantes.

 

“O Didgeridoo é feito de uma árvore típica do

norte do país. Os cupins corroem o interior do

Austrade Festival 2003. Foto: Ricardo Macario.

tronco e deixam apenas a madeira dura. Quando fica oco, está pronto. É a própria natureza quem faz”, explica.

 

Depois ele e os índios Xavantes tocaram músicas próprias que falavam justamente sobre esse resgate de ambas as culturas, numa integração musical bastante rica.

 

O surf foi o elemento catalisador que tornou possível esse encontro de tribos e mostrou que tem muito a acrescentar à comunidade.