Almir Salazar, campeão Master com altas direitas em Maresias. Foto: Ivan Storti / FMA Comunicação. |
A competição, uma das mais tradicionais do Brasil, voltou ao cenário em grande estilo depois de três anos sem disputas, com nomes de destaque da modalidade e, principalmente, ondas gigantes, causadas pelo novo e tão comentado ciclone tropical.
O mar subiu significativamente no domingo, com uma ondulação de mais de 3 metros, obrigando
Adriano Melo ficou com o título do Longboard. Foto: Ivan Storti / FMA Comunicação. |
As condições foram as mais extremas e os juizes chegaram a cogitar a paralisação do evento, temendo pela segurança dos competidores. Vários surfistas passaram por situações complicadas. Em algumas baterias, os atletas se limitavam a dropar, sem manobrar.
Na Master, o santista Almir Salazar, único tetracampeão paulista de surf profissional, feito conquistado na década de 80, foi um dos mais atirados. O mais velho atleta da competição, com 45 anos, provou que idade não é limite e venceu a final.
Almir Salazar comemora o título. Foto: Ivan Storti / FMA Comunicação. |
“Tem de botar para baixo mesmo. Mostrar que vale a pena ser campeão”, completou Almir, que na final superou Tekinho do Tombo, de Guarujá, Orlando Carriça, de Santos, e Willian Diegues, de Praia Grande.
Já na Open, o dono da festa foi Ricardinho Toledo, de volta às competições. Bicampeão brasileiro profissional em 91 e 95, ele parou quase um ano por causa de uma hérnia de
Okdok Paulista de Surf Amador, Maresias, São Sebastião. Foto: Ivan Storti / FMA Comunicação. |
“Ainda falta ritmo, mas acho que fiz bonito. O mar é loteria, ainda mais com essas condições tão adversas”, ressaltou Ricardinho, que garantiu a vitória ao se arriscar num grande tubo.
“Fui até boquinha do tubo, mas a onda me pegou na cabeça e cai sentado”, contou o atleta, que está com 36 anos e esbanjou disposição, sendo o único a disputar três categorias, chegando na semi da Master e nas quartas da Longboard.
Animado, ele pretende repetir a dose nas outras etapas. “Se deixarem, vou com tudo. Agradeço a Deus por essa guinada na minha vida”, comemorou. Na final, ele superou Jaime Pereira, de Itanhaém, Clayton Nunes, outro surfista de Ubatuba, e René Oliveira, de São Sebastião.
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Recuperado de uma hérnia de disco, Ricardo Toledo volta a brilhar nas competições. Foto: Ivan Storti / FMA Comunicação. |
Nos pranchões, a nova geração sobressaiu com a vitória de Adriano Alemão, de Guarujá. O surfista de 19 anos, há dois na categoria, vem sendo uma das maiores revelações e foi vice nacional Pro no ano passado.
Na final, ele se posicionou muito bem e pegou uma onda grande, garantindo 7,65 pontos. Carlos Bahia, que competiu em casa, acabou garantindo a mesma pontuação do vencedor, com duas ondas. Mas, no desempate o surfista de Guarujá levou a melhor.
Jahia Bettero, campeã entre as garotas. Foto: Ivan Storti / FMA Comunicação. |
“Essa vitória superando grandes nomes foi uma satisfação muito grande. Minha vontade é ter um apoio para disputar o Circuito Mundial”, disse.
Ainda na final, Amaro Matos, outro veterano que se destacou em Maresias, foi o terceiro colocado, além de chegar à semi da Máster. Em quarto ficou Cristiano Aladin, mais um talento de São Sebastião.
Entre as meninas, Jahia Bettero, de Ubatuba, foi o exemplo da superação. No sábado, ela levou
Júnior Faria, destaque do sábado em Maresias. Foto: Ivan Storti / FMA Comunicação. |
“Achei que não iria conseguir. Quase fui. Mas confiei na vitória. Sabia que hoje estaria maior ainda e vim decidida”, revelou a atleta, irmã de Hizunomê Bettero, atleta do Super Surf.
Filha de hippies, ela tem o nome de origem indiana, significando “todas as glórias”, Jahia tem 20 anos e estuda Educação Física na Faculdade Modulo, a mesma de Ricardinho Toledo.
Na final, Jahia fez dobradinha com Luana Coutinho. Vilma Santos, de Mongaguá, foi a
Vicentina Jessica Marques, nova geração do surfe feminino em Maresias. Foto: Ivan Storti / FMA Comunicação. |
Na disputa por cidades, quando são somados os resultados dos melhores atletas de cada equipe, Ubatuba e Guarujá continuam na supremacia. Com duas vitórias, os ubatubenses saíram na frente, garantindo 3.997 pontos.
Os guarujaenses ficaram logo atrás, com 3.715. São Sebastião manteve a terceira colocação, mais afastada, com 3.121. E São Vicente, apesar de não ter atletas nas decisões, subiu bem, terminando no quarto lugar, 1.774.
Santos, cidade onde o surf nasceu no Brasil, e que já foi um grande “celeiro”, amargou apenas a nona colocação e só teve como finalistas os Masters Almir e Carriça.
A próxima etapa do circuito está marcada para julho, em Santos. Todos os detalhes podem ser conferidos no site Fpsurf.com.br.
O Circuito Paulista de Surf Amador Okdok 2004 tem patrocínio da Brisbane – Têxtil Santa Inês e Sticle Malhas. Co-patrocínio: Sthill, Hot Water, Tent Beach, Quiver, Kyw, Styllos, SP Surf e Rip Wave. Colaboração: Prefeitura Municipal e Associação de Surf de São Sebastião.
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Resultados Okdok Paulista de Surf Amador – primeira etapa
Open
1 Ricardo Toledo – Ubatuba
2 Jaime Pereira – Itanhaém
3 Clayton Nunes – Ubatuba
4 René Oliveira – São Sebastião
Master
1 Almir Salazar – Santos
2 Tekinho Do Tombo – Guarujá
3 Orlando Carriça – Santos
4 Willian Diegues – Praia Grande
Longboard
1 Adriano Alemão – Guarujá
2 Carlos Bahia – São Sebastião
3 Amaro Matos – Guarujá
4 Cristian Aladin – São Sebastião
Feminino
1 Jahia Bettero – Ubatuba
2 Luana Coutinho – Ubatuba
3 Vilma Santos – Mongaguá
4 Silvia Nabuco – Guarujá
Disputa por Cidades
1 Ubatuba – 3.997
2 Guarujá – 3.715
3 São Sebastião – 3.121
4 São Vicente – 1.774
5 Praia Grande – 1.639
6 Itanhaém – 1.616
7 Peruíbe – 1.477
8 Mongaguá – 1.222
9 Santos – 1.1130
10 Bertioga – 547
11 São Paulo – 501