Estudantes invadem praia do Tombo

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Jessé Mendes é uma das armas do Adélia Camargo Côrrea para garantir mais um título. Foto: Ivan Storti / FMA.
A disputa entre equipes é a grande atração no 9º Circuito A Tribuna de Surf Colegial, que começa neste sábado (19/6) na praia do Tombo, Guarujá.

 

A competição estava marcada para o Quebra-Mar, em Santos, mas foi alterada por falta de ondas no local.

 

Cerca de 200 alunos, de aproximadamente 70 escolas de Ensino Fundamental e Médio da Baixada Santista e Litoral Sul, participam do mais importante campeonato do país no gênero, que tem o patrocínio da AntiQueda e da Sthill.

 

O formato adotado é o mesmo do circuito brasileiro amador,

Paulo Kid, atual campeão brasileiro de longboard, é o ténico da equipe do colégio Adélia Camargo Côrrea. Foto: Marcio Rodrigues / Fotocom.net.
com os atletas somando pontos para as suas equipes a cada bateria que avançam.

 

“Este tipo de disputa empolga a todos. Porque há uma participação efetiva de toda a escola, que leva torcida para a praia, com amigos, professores, família”, comenta o diretor técnico da competição, Marcos Bukão, também o responsável pelo comando do ISA World Surfing Games, mundial por equipes realizado a cada dois anos, reunindo mais de 40 países.

 

Marcelo Kassardjian, diretor da surfwear AntiQueda, patrocinadora do A Tribuna desde seu início em 96, destaca a valorização do esporte, por intermédio do incentivo aos estudos entre os competidores.

 

 

Júnior Faria é o grande destaque do colégio Don Domenico. Foto: Ricardo Macario.
“Cada vez mais esse campeonato vem atraindo a atenção das escolas e isso aproxima mais o esporte com a educação, o que é o nosso objetivo desde o começo. O circuito A Tribuna vem melhorando a imagem do surf e isso é muito importante para a formação de novos talentos”, afirma Kassardjian.

 

As expectativas ficam para a disputa entre dois colégios justamente do Guarujá, o Adélia Camargo Corrêa, campeão nos últimos sete anos, sempre com grande vantagem sobre os rivais, e o Don Domenico, que a exemplo do concorrente, reforçou seu time com atletas de ponta e chega com grandes chances de faturar seu primeiro título.

 

Kátia Moura briga pelo bicampeonato no circuito. Foto: Maurício de Souza/FMA Comunicação.
O Adélia chega novamente como um dos cotados. Das 16 etapas realizadas até hoje, o colégio venceu nada menos que 15 (sendo em grande parte com mais que o dobro da pontuação da vice).

 

Isso levando em conta que a equipe não participou da disputa inicial, vencida pelo Marquês de São Vicente, de Santos, que acabou com o título da primeira edição.

 

Para este ano, o atual heptacampeão volta com um time forte. Um dos destaques é o caçula do time, Jessé Mendes, de 11 anos. O atual campeão paulista Petit e líder do estadual na categoria Estreantes faz a sua estréia no campeonato e terá dois outros familiares competindo, mas pelo time rival, os primos Júnior e Caio Faria.

 

Há duas semanas, o pequeno surfista venceu a etapa de abertura do Santista, na categoria Iniciantes, no Quebra-Mar. Apesar da pouca idade, ele tem uma boa experiência. Já surfou nas ondas do Peru cinco vezes e este ano viaja para o Hawaii.

 

Na categoria Mirim, o Adélia também chega forte, com Fabrício Caraça e Emerson Silva, campeões Iniciantes do A Tribuna em 2002 e ano passado, respectivamente.

 

Na Júnior, estarão Pedro Bufoni e Rafael Rocha. Além dos talentos no mar, a equipe conta com o experiente técnico Paulo Kid, da seleção paulista. “Continuamos com uma equipe forte, para ganhar. Esse ano teremos um adversário que também chega com boas chances”, afirma Kid, que é o atual campeão brasileiro de longboard Profissional.

 

Instrutor de surf de vários atletas de ponta, como Heitor Pereira, único tetracampeão do

A Tribuna e hoje atuando como Profissional, Paulo Kid é contratado pelo colégio desde a primeira edição.

 

“O Adélia foi o primeiro a acreditar no surf. Investiu nos atletas, dando bolsas de estudo, chamando um técnico para coordenar a equipe nas competições. Os sete títulos conquistados até agora é resultado de um trabalho sério, planejado”, comenta Kid.

 

Ele lembra que vários atletas de destaque já aproveitaram o benefício das bolsas de estudo. Entre os principais estão Leonardo Oliveira, Rodrigo Silva, Roni Bonetti, os gêmeos Camilo e Sandino Hornke, os profissionais Vitor Faria, Gilmar Silva e Heitor Pereira, além de Cláudia Gonçalves, que já foi campeã brasileira e hoje é top do SuperSurf. “São todos surfistas que sempre se destacaram”, ressalta.


Seguindo o exemplo do Adélia, o Don Domenico, vice-campeão ano passado, principalmente graças a atuação de Júnior Faria, que faturou o título Mirim, também investiu na aquisição de surfistas de ponta.

 

Os irmãos Júnior e Caio Faria, que já defendem a escola há alguns anos, continuam no time, reforçado agora com Ricardo Silva, Rafael Spitaletti e Wesley Moraes, todos com boa experiência no circuito paulista.

 

Júnior Faria é o grande nome do campeonato. Ele começou a despontar justamente no A Tribuna Colegial, depois de vencer numa final o fenômeno Adriano de Souza, o Mineirinho, atual campeão mundial Pro júnior.

 

No ano passado, o atleta do Don Domenico faturou os títulos paulistas Júnior e Mirim, entrando para a história do Circuito e foi o quinto colocado no ISA World Júnior, na África do Sul.

 

“Esse circuito é muito importante, porque mostra que os surfistas estudam. O nível do A Tribuna Colegial é tão forte quanto o Paulista. Basta ver os atletas que já passaram por aqui”, afirma Júnior, que aponta como seu grande rival pelo título individual seu companheiro de equipe, Ricardo Silva, outro surfista empolgado, sobretudo por estar defendendo a nova escola.

 

“Espero fazer bonito e vou brigar pelo título com tudo. Ano passado cheguei perto”, afirma Ricardo, que foi vice-campeão Mirim e este ano lidera os circuitos santista e guarujaense (onde teve uma grande atuação na praia do Tombo).

 

Além das escolas favoritas de Guarujá, merece atenção o Itá, de São Vicente, e o Francisco Martins Santos, de Praia Grande, cidade que vem ganhando cada vez mais espaço no surf paulista, com a revelação de vários talentos.

 

Destaques para Kátia Moura, que defende o Colégio Monte Serrat, de Santos, e Flávio Nakagima (Paulo Freire). Kátia briga pelo bicampeonato e terá pela frente a pequena Jéssica Marques, do Itá, de São Vicente.

 

Outro talento individual, também revelado no A Tribuna, é o santista Leco Salazar (Barão do Rio Branco). Com sobrenome campeão, ele é filho de Picuruta Salazar, o mais surfista brasileiro de todos os tempos. Em 2002, surgiu nas competições sendo um dos destaques no Colegial, ao terminar empatado no ranking com Fabrício Caraça, declarado campeão Iniciante por ter vencido a última etapa.

 

O bom desempenho lhe valeu, inclusive, o patrocínio da AntiQueda, que já apoiava o seu tio, Almir Salazar. “Ele foi revelado no A Tribuna e resolvemos contratá-lo para a equipe”, diz Paulo Sérgio Nogueira Lopes, o Paulinho, diretor da AntiQueda.

“O Colegial é uma grande vitrine. Podemos avaliar novos talentos, nomes que estão iniciando. Nesse campeonato eles têm a chance de aparecer”, completa Paulinho. Além de Leco, a família Salazar será representada pelo caçula Matheus, de 11 anos, aluno do Colégio Lamec. 
 
Outra atração do nono circuito A Tribuna de Surf Colegial será o College Girl AntiQueda, concurso que vai escolher a aluna mais bonita das praias. Este ano, o evento paralelo tem uma grande novidade, a soma de pontos para as escolas.

 

O colégio que inscrever uma candidata ganhará 10 pontos na pontuação por equipe. Se a aluna passar para a final, fatura mais 10 pontos e se for vencedora outros 10.

 

As candidatas desfilarão de biquínis fornecidos pela AntiQueda logo após a competição e serão escolhidas cinco candidatas para a final. A vencedora ganhará um book feito pelo fotógrafo Gino Pasquato e um vale-compras da AntiQueda. A idade mínima para participar é de 15 anos. “Esse foi uma atração criada pela AntiQueda, que hoje está totalmente integrado ao campeonato, por valer pontos para as escolas”, afirma Paulo Nogueira Lopes.

 

Mas a grande novidade deste ano, que visa promover ainda mais a aproximação das escolas com o surf, é a participação dos professores de Educação Física como juizes. Uma iniciativa pioneira no país, visando que os profissionais possam aprender na prática sobre os critérios de julgamento.

 

“Todos os professores interessados poderão atuar, mas sem que suas notas influam no resultado final. Neste primeiro momento, eles vão se sociabilizar com a organização”, ressalta Marcos Bukão, diretor técnico do evento.