O bicampeão brasileiro Jojó de Olivença durante a primeira etapa do SuperSurf, na Joaquina. Foto: Ricardo Macario.

Dos 96 integrantes da elite nacional do SuperSurf 2004, apenas dois não participam da terceira etapa da temporada, em Pernambuco, um em cada categoria.

 

Na feminina, o único desfalque é a catarinense Jacqueline Silva. E na masculina, o baiano Jojó de Olivença teve que operar o tornozelo após a contusão sofrida em São Sebastião (SP) e ainda está em recuperação.

 

O único confronto na região Nordeste começa no próximo dia 30 e vai até o domingo seguinte na praia do Cupe, em Porto de Galinhas, Ipojuca (PE). Entre os oito convidados para esta etapa, estão o pernambucano Paulo Moura, brasileiro mais bem colocado no ranking mundial do WCT 2004, e o catarinense Flávio “Teco” Padaratz.

 

Em Maresias, Jojó brigava pelo título quando sofreu a contusão no tornozelo. Foto: Ader Oliveira.

Além deles, os outros atletas que não fazem parte da elite nacional que foram confirmados para participar da etapa nordestina com convites especiais dos organizadores, são os pernambucanos Olavo Aguiar e Pedro Lima, o potiguar Danilo Costa e o catarinense Thiago Machado, que no ano passado também sofreu uma contusão que o impediu de lutar pela sua permanência na divisão principal.

 

O mesmo drama está sendo vivido agora pelo experiente Jojó de Olivença, surfista baiano radicado no Guarujá (SP) que foi campeão brasileiro nos anos de 1988 e 1992. E há muito tempo ele não começava tão bem uma temporada. Se passasse para a final do SuperSurf de Maresias, em São Sebastião (SP), Jojó assumiria a liderança isolada do ranking depois de longos 12 anos.

 

O baiano operou e já começa a recuperação para as etapas finais do circuito brasileiro. Foto: Ader Oliveira.

Mas, torceu o tornozelo logo em sua primeira onda na semifinal, deixando o caminho livre para o ubatubense Odirlei Coutinho seguir para a decisão e assumir a ponta do SuperSurf 2004 com a vitória sobre seu conterrâneo Renato Galvão.

 

“No mesmo dia, tirei um raio-x e acusou uma fratura na fíbula do tornozelo esquerdo, mas o médico que me atendeu achou que não iria precisar operar”, conta Jojó de Olivença.

 

“Na segunda-feira (26/maio), procurei um ortopedista e foram feitos mais exames que confirmaram a necessidade da cirurgia. Um exame de ultra-som mostrou que os ligamentos também estavam detonados. Enfim, entrei na faca, coloquei uma placa e quatro pinos para refazer os ligamentos e estou na fisioterapia para recuperar os movimentos”.

 

Mesmo assim, Jojó não descarta a possibilidade de ainda brigar pelo título brasileiro do SuperSurf 2004. “A previsão é de que eu só volte a surfar mesmo em setembro. Vou perder essa agora em Pernambuco, mas na etapa de Ubatuba (Ago 04-08) vou pelo menos pegar a camisa para marcar pontos para tentar decidir o título na última etapa (Out 13-17) no Rio de Janeiro”, acredita o baiano, que ocupa a vice-liderança do ranking.

 

“Fazia muito tempo que eu não me sentia tão bem fisicamente e tecnicamente. Estou há anos sem patrocínio e isso acaba mudando um pouco o foco das competições, mas nesse ano vim para o circuito mais confiante, com pranchas boas do Simon e do Nilton Andrade, e acho que o fator sorte também conta. Deus manda as ondas boas e você mostra seu trabalho. Ainda estou esperançoso de poder ser campeão brasileiro de novo, apesar de que não vou ficar me cobrando. Comecei bem o circuito, estou malhando direto e acho que estarei ainda mais fortalecido com essa fisioterapia. Agora, quem maneja as coisas é Deus. A gente faz os planos, mas é Ele quem vai manejar”, disse o Surfista-de-Cristo Jojó de Olivença, que completa 37 anos no próximo dia 20 de julho.