Pro Júnior estréia em Santa Catarina

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Bruno Rodrigues busca o título do Billabong Pro Júnior. Foto arquivo: Ivan Storti / FMA.
Pela primeira vez em sete anos, o Billabong Pro Júnior será disputado em Santa Catarina. A etapa de abertura de 2004 começa nesta quinta-feira (30/9) e segue até sábado (2/10) na praia da Joaquina, em Florianópolis.

 

?Há muito tempo a Billabong planejava uma etapa no litoral catarinense. E nada melhor do que essa disputa chegar embalada com o Brasil sendo o atual campeão mundial da categoria?, ressalta Daniel Friedmann, diretor-técnico do evento.

 

O campeonato, que terá duas fases, define o campeão brasileiro e sul-americano profissional sub-20 e ainda vale como seletiva para definir o

Jean da Silva também aparece entre os favoritos. Foto arquivo: Ricardo Macario.

time do sul-americano para o Mundial da ASP, marcado para 1 a 8 de janeiro de 2005, em North Narrabeen, New South Wales, na Austrália.

 

Com a vantagem de competir em casa, alguns destaques de Santa Catarina aparecem como favoritos.

 

O principal deles é Willian Cardoso, de Balneário Camboriu. Aos 18 anos, ele chega embalado em sua primeira temporada como profissional, depois de ter conquistado o título brasileiro Júnior e a vaga para o ISA World Junior, em dezembro no Tahiti.

 

No ano passado ele foi vice-campeão mundial junior do ISA Games, na África do Sul. “Perdi o título só por 0,30 ponto para o australiano Bem Dunn”, recorda.

 

Outro nome de ponta é Jean da Silva, que este ano venceu o Nokia Pro Junior, em Lacanau, na França. Jean foi campeão brasileiro Iniciante, Mirim e Open, confirmando ser uma das promessas brasileiras, estreou como profissional no final de 2002, justamente com uma vitória no Billabong Pro Júnior, na Ilha do Mel.

 

Naquele ano, ele terminou em quarto lugar no ranking, mas o Mundial foi cancelado. ?Vamos ver se desta vez eu consigo. Esse título é muito importante?, afirma.

 

Quem também está animado é Bruno Rodrigues, um dos caçulas na disputa. Pernambucano de Ipojuca, ele trocou o Nordeste pelo Sul, buscando o aperfeiçoamento de seu surf, melhores condições, a exemplo de dezenas de outros surfistas. Mora em Floripa há mais de dois anos, na casa do técnico da seleção catarinense de surf, Otoney Xavier, que atua quase que como um pai.

 

Apesar de estar competindo numa das praias onde treina, ele diz que o importante é estar treinado. ?Competidor tem de estar preparado para qualquer lugar, qualquer tipo de onda. Minha expectativa é surfar ao máximo e me dar bem. Esse circuito dá muito reconhecimento?, comenta Bruninho, que enfrentou uma mudança foi radical.

 

Quando morava com a mãe Mônica, dona de um dos principais restaurantes em Maracaípe, era totalmente mimado e chegava a ganhar vitamina quando saia do mar, ainda na areia. Em Santa Catarina, o treinamento é sério e complementado com musculação, natação e inglês.

 

Os catarinenses ainda terão outros grandes nomes na disputa, como Thiago Bianchini, Greg Cordeiro, Gustavo Schilickman, Ricardo Wendhausen, o Riquinho, e Giancarlo Zampieri, que este ano faturou o Rip Curl Grom Search. Eles terão rivais de todo o litoral brasileiro.

 

Entre os destaques, o campeão mundial Adriano de Souza, o Mineirinho, Hizunomê Bettero, Edgley Santos, Júnior Faria, Diego Santos, Andrew Serrano, David do Carmo, Heitor Pereira, todos de São Paulo; os cariocas Simão Romão, Leandro Bastos, Hugo Bittencourt, Eric de Souza e Eduardo Rolins; os cearenses Pablo Paulino, Martins Bernardes e Felipe Martins; e os baianos Dennis Tihara e Léo Hereda.

 

Criado em 1998 pela Association of Surfing Professionals (ASP), entidade que comanda o surf profissional no Mundo, o Mundial Pro Júnior tem como objetivo estabelecer uma estrutura para os novos talentos, preparando para o início da carreira no Circuito Mundial. Uma mentalidade voltada para o planejamento da carreira e uma oportunidade de crescer em nível técnico e até físico.

 

Nomes de grande destaque – como o atual bicampeão mundial do WCT e líder isolado este ano, o havaiano Andy Irons – já passaram pelo Pro Junior. Irons foi o primeiro campeão, confirmando que a iniciativa da ASP gera resultados. Os brasileiros da nova geração do WCT também trilharam o Billabong Pro Júnior.

 

O pernambucano Paulo Moura (melhor do país no ranking deste ano), o potiguar Marcelo Nunes e o carioca Raoni Monteiro fizeram parte do time brazuca de 98. Outro representante do Rio, Yuri Sodré também integrou a seleção brazuca na primeira edição e também já esteve entre os atletas da elite mundial.

 

O Billabong Pro Junior começa quinta-feira e segue até sábado, com as finais por volta das 12h, para que todos os atletas tenham condições de voltar para suas casas e participar das eleições municipais.

 

Os melhores da etapa dividirão uma premiação de US$ 5 mil, sendo US$ 1,8 mil para o vencedor. O competidores terão mais dois prêmios extras, a ?Kyw Surf Best Wave?, com US$ 200 para o dono da maior nota do evento e o ?Von Zipper Air Show?, uma bateria especial, valendo só o aéreo, a manobra mais radical do surf moderno, com R$ 800 para quem voar mais alto.

 

Vale destacar que o campeão do ranking ganhará uma passagem aérea para a Austrália, facilitando a sua participação no Mundial.