Talento à toda prova

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Adriano Mineirinho ao lado de seu manager Luis Henrique, o “Pinga”. Foto: Nancy Geringer.
Para esclarecer a ausência de Adriano “Mineirinho” de Souza no O’Neill World Cup of Surfing – 36a e última etapa do WQS 2004 – a redação do Waves.Terra entrou em contato com Luiz Henrique Campos, o “Pinga”, manager do atleta.

 

O guarujaense de apenas 17 anos ocupa a 43a posição no ranking do circuito e possuía chances matemáticas de entrar na elite do surf mundial em 2005.

 

Porém, teve de desistir da World Cup of Surfing em Sunset Beach, Hawaii, para cumprir suas obrigações escolares.

 

O atleta desistiu da etapa em Sunset para cumprir suas obrigações escolares. Foto: ASP World Tour / Karen.
Depois da maratona de provas no Colégio Objetivo, onde estuda, Mineirinho disputa o Mundial Pro Junior na Austrália e encara as ondas potentes do oeste australiano para participar de uma matéria numa revista americana.

 

Em seguida, o atleta volta ao Hawaii para curtir o resto da temporada e treinar em picos como Off the Wall, Sunset, Pipeline e Backdoor.

 

De acordo com Pinga, a inscrição em Sunset nem foi feita. Houve uma falha de comunicação entre a ASP South America e a ASP Hawaii e o nome de Mineirinho foi colocado erroneamente na relação de baterias.

 

A decisão de não correr em Sunset foi tomada no último dia 19 de setembro, em uma reunião no colégio Objetivo do Guarujá, em que estavam presentes Luiz Henrique, Adriano e a diretora do colégio.

 

Foi discutida a situação do surfista no que se refere a provas pendentes e provas que ainda iriam acontecer até o final de ano. “Em um primeiro momento ele não poderia ir nem à primeira competição no Hawaii, mas depois de montarmos um calendário de provas acertamos que ele iria ao Hawaii e voltaria para fazer todas as provas”, conta Pinga. 

 

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Adriano Mineirinho quebrou em Haleiwa e só perdeu nas oitavas-de-final. Foto: Vans Triple Crown.

Mineirinho começou a enfrentar uma verdadeira maratona na última segunda-feira. São diversas provas até o próximo dia 8 de dezembro, chegando ao ponto de fazer quatro num mesmo dia.

 

Depois disso começa a recuperação. Caso ele não tenha terminado as provas anteriores, não tem direito a fazer, o que significa ?pau? certo, ou seja, a perda de mais um ano na escola.

 

“Não queremos isso, pois existe um plano, e dentro deste plano estão os estudos. Não simplesmente terminar, mas sim aprender e ter uma base educacional e cultural, já que sabemos que somente a escola dá esta base”, diz o

Devido ao bom desempenho no WQS 2004, o atleta continua na última fase das triagens na próxima temporada. Foto: Ricardo Mega.

manager do atleta.

 

A “maratona” é resultado das diversas provas perdidas pelo atleta durante o ano, já que Mineirinho viaja bastante. 

 

“O término dos estudos de uma maneira séria é exigência dos patrocinadores do atleta, que foram totalmente a favor de ele voltar para terminar o ano”, fala Pinga.

 

Segundo Pinga, a Oakley, assim com a maioria das marcas que realmente fazem um trabalho de base com seus atletas para que eles tenham destaque e sucesso em sua vidas profissionais e particulares, exige que seus atletas terminem no mínimo o colegial.

 

O manager revela ainda que eles querem não somente um atleta, mas uma indivíduo capaz de raciocinar, expor idéias e saber exatamente o que quer e como alcançar seus objetivos.

 

“Esta é apenas uma das, senão a maior contribuição que podemos dar em troca pelo trabalho que fazem conosco. Ou seja, darmos condições de serem alguém quando a carreira terminar”, conta Pinga.

 

Para finalizar, o manager manda um recado do atleta. “Mineirinho agradece a todos que torcem por ele e pede que continuem mandando mensagens positivas e de incentivos, pois sempre são boas, já que instigam e estimulam. E que todas as críticas são bem vindas, mas desde que tenham intuito de fazer com que as pessoas evoluam e não simplesmente para difamar e derrubar as pessoas, como fizeram agora com ele e anteriormente com outras pessoas”, conclui Pinga.