Invasão barriga verde

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Guilherme Ribeiro mostra elasticidade em Tongo Reef. Foto: Flávio Vidigal.
Uma barca composta por surfistas catarinenses desembarcou no último dia 3 de fevereiro nas Ilhas Galápagos.

 

Os integrantes da trip são o surfista profissional Guilherme Ribeiro, atleta da South to South, o mirim Icaro Ronchi e os free surfers Fernando Teixeira, João Amin, Jerson Seemund, Felipe Vieira e Marco Giacomelli. 

 

Para registrar todos os momentos da barca, a galera levou o fotógrafo e filmaker Flávio Vidigal.

 

A viagem para Galápagos começou de forma tensa. Os surfistas não tinham a reserva do vôo e foram pegos de surpresa ao saberem que

Fernando Teixeira por dentro do canudo. Foto: Flávio Vidigal.
só embarcariam no vôo das 23h30. Confirmaram o vôo às 18h e a partir daí já começou a correria.

 

“Como toda barca que se preze tem que ter roubada, a nossa não ficou por menos. Tivemos que dormir no aeroporto de Guarulhos, sobre as capas das pranchas”, conta Guilherme Ribeiro, o “Graja”, atleta que disputa o circuito catarinense e a divisão de acesso do circuito brasileiro.


Depois de várias horas de vôo e muitas escalas, enfim os catarinenses chegaram a Galápagos, um conjunto de ilhas situado no Oceano Pacífico, exatamente na Linha do Equador, e pertencente ao Equador. 

João Amin ataca de backside. Foto: Flávio Vidigal.

No primeiro dia de surf, os catarinenses pegaram umas ondinhas de meio metro em Canhon. Nada de especial, mas o suficiente pra sentir o power das ondas de fundo de pedra. No dia seguinte foram conhecer Tongo Reef, a esquerda mais longa da região.

 

“Uma onda longa, porém perigosa, pois desde o drop até o final dela as pedras vão aflorando na parede da onda. O mar estava pequeno, mas deu pra se divertir bastante”, diz Guilherme.

 

Depois conheceram uma esquerda mais ao sul de Tongo. “Pusemos o nome de Johnny’s Point, pois o João Amim foi o primeiro a surfá-la. Era uma ondinha curta, porém perfeita com um tubo no drop. Ondinha parecida com a do Matadeiro, em Floripa, só que com fundo de pedra. Os lobos-marinhos marcaram presença e eles são muito brincalhões, ficam nos rodeando e jogando água na gente, puxando a cordinha”, diverte-se Graja.

 

 

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Icaro Ronchi experimenta o power de Tongo Reef. Foto: Flávio Vidigal.

No dia seguinte alugaram um barco e foram a Manglecito em busca de uma esquerda que ouviram falar, mas acabaram achando uma direita perfeita e solitária.

 

“Do barco parecia uma ondinha pequena e eu levei minha prancha 6 pés. Quando cheguei ao outside, veio uma rainha perfeita com quase 2 metros”, recorda Graja.

 

Como Felipe Teixeira foi o primeiro a cair no mar, os catarinenses colocaram o nome da onda de Tex Point.

 

A galera ficou assustada ao ver uns tubarões.

Até o lobo-marinho parou pra ver o show de Icaro Ronchi em Tongo Reef. Foto: Flávio Vidigal.
“Saímos da água, mas depois voltamos porque o cara do barco falou que não tinha problema, pois nunca houve ataque por lá e os tubarões eram pequenos e da espécie tintureira”, diz Guilherme.

 

Assim que a maré começou a secar, partiram logo a Punta Carola, considerada por muitos a melhor onda da região. Uma direita longa e tubular.

 

“Foi onde pegamos uns tubos incríveis. Esse foi o único lugar em que encontramos crowd. Surfistas de todo o mundo se degladiavam no outside. Destaque para os havaianos, que são muito folgados, mas surfam muito bem”, revela Graja.


Jerson Seemund manobra no crítico. Foto: Flávio Vidigal.
Atletas como Dustin Barca e Ola Eleogram incomodaram bastante a galera, principalmente os brasileiros. “Eles são muito folgados, ficaram chamando os brazucas de macacos e impregnando todo mundo. O único havaiano que tava na dele foi o Mikala Jones”, conta Guilherme.

 

Jerson, um dos integrantes da barca catarinense e que pesa 110 quilos, já estava de olho em Dustin Barca. Quando soube que Dustin havia batido em um brazuca lá no Hawaii, chegou até a caçar os havaianos em Galápagos, mas já era tarde, pois os encrenqueiros haviam voltado para casa.

 

“Sorte deles não terem encontrado um rolo compressor pela ilha. Senão iam fazer parte da paisagem local”, brinca Fernando Teixeira, free surfer que faz parte do time da Evoke.


O pico de Loberia tem sido o mais visitado pela galera nos últimos dias. “É a onda mais casca-grossa aqui da ilha. Tem uma esquerda tubular e uma direita mais longa e manobrável. Não pára de dar onda e nós já estamos de cabeça feita. O mar deu uma trégua, mas está previsto um novo swell vindo do Hawaii no próximo domingo. Estamos aguardando”, finaliza Guilherme.

 

 

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