Lost girl

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A paulistana Marjorie Mariano, 41, é uma das figurantes do seriado norte-americano Lost, exibido pelo canal AXN. Foto: Arquivo pessoal MM.
A surfista paulistana Marjorie Mariano, 41, é uma das figurantes do seriado norte-americano Lost, exibido toda segunda-feira, às 21 horas, pelo canal AXN, da TV por assinatura.

 

Marjorie adora pegar onda e está fora do Brasil desde 1988. Depois de passar quatro anos na Europa, a bela morena conheceu o arquipélago havaiano e fixou residência na “meca” do surf.

 

Antes de participar de Lost, a paulistana trabalhou em vários outros filmes e seriados de TV, como Godzila, Bay Watch, The Big Bounce, 50 First Kisses, My wife and Kids, The Break, Hawaii, North Shore e um dos filmes mais importantes para a sua carreira: ?Rundown? (Bem-vindos à Selva).

Marjorie é fissurada em pegar onda e mora no Hawaii desde 1992. Nesta imagem, ela mostra habilidade em Rocky Point. Foto: Mark Berkowitz.

 

O dia-a-dia de Marjorie no Hawaii não é só surfe e relax. Além das gravações de Lost, ela pratica outras atividades pra faturar uma grana.

 

Durante três meses do ano, é instrutora de surfe da Kelea Surf Spa, uma clínica bastante sofisticada de Oahu onde só mulheres se hospedam e se submetem aos tratamentos.

 

Ela também atua no setor de bufês e banquetes para eventos. Além disso, está começando a mexer profissionalmente com fotografia. 

 

“Morava em Sunset Point e surfava todos os dias no pico, determinada a aprender a dominar aquela fera. Hoje encaro até uns 10 pés havaianos de onda e saiam de baixo”, brinca Marjorie.

 

A paulistana começou a pegar onda em 1983 com um bodyboard. Quatorze anos depois, optou por surfar de pranchinha. “A galera sempre me incentivou muito, vários amigos davam conselhos de como ser uma boa surfista. Acabei progredindo rapidamente. Em um mês tive a primeira experiência de surfar ondas de 6 a 8 pés, num pico chamado Browns, que é muito parecido com Sunset e é repleto de corais no inside”, conta Marjorie.

 

Ela revela ainda que sua estréia no inverno havaiano, em 97/98, foi muito positiva. “Saí dropando Sunset 6 a 8 pés com um funboard 8’0. Sempre tive vários incentivadores conhecidos na mídia e que sempre olhavam por mim, como Dan Moore, Ken Bradshaw, Michael Ho, entre outros”, diz Marjorie.

 

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A bela morena já participou de diversos trabalhos como modelo. Foto: Arquivo pessoal MM.

Marjorie está no Hawaii desde 1992. Em 2000, foi para a Flórida fazer um trabalho para a Rede Globo Internacional. Acabou abrindo uma agência de publicidade.

 

Criou, escreveu e dirigiu comerciais para os clientes. Porém, depois do atentado ocorrido no dia 11 de setembro de 2001, perdeu tudo o que tinha.

 

“Levei muito cano de clientes brasileiros. Fiquei cansada da falta de ondas, da superficialidade das pessoas e do ambiente da região, e então resolvi sair fora”, fala Marjorie.

 


Marjorie e o ator Josh Holloway, que interpreta Sawyer no seriado Lost. Foto: Arquivo pessoal MM.
Atravessou os Estados Unidos de carro com uma filmadora, um gravador, vários Cd’s, minhas coisas pessoais e as cinco pranchas de surfe. Chegou a passar por uma adrenalina enquanto atravessava o deserto do Texas: a gasolina acabou!

 

“Felizmente, meu anjo-da-guarda estava lá mais uma vez pra me proteger. Consegui a ajude de um senhor e tudo foi resolvido”, diz a paulista, que já passou por roubadas maiores na vida. Uma semana antes de completar 23 anos, foi atingida por uma bala perdida no Guarujá. .

 

Depois de cinco dias na estrada, Marjorie deixou suas coisas na casa do shaper e amigo Xanadu, em San Diego, Califórnia, e embarcou de avião para curtir uma temporada no Hawaii.

 

“Foram quase dois meses de surfe intensivo. Eu só saía do mar para comer e beber água. Dormia na casa de amigos, dirigia um carro velho que comprei por US$ 600, o suficiente pra me levar aos picos de surfe. Nas horas vagas, resolvi arrumar o carro e pintar pra conseguir vender por um pouco a mais do que comprei, um costume que tenho desde a época em que morava na França”, relembra.

 

Faltando poucos dias pra voltar à Califórnia, uma oportunidade surgiu para Marjorie. Seu ex-marido estava procurando alguém pra morar na casa dele e tomar conta de propriedade por um aluguel muito insignificante. “Quando fui ver a casa em Haleiwa, fiquei encantada  e tomei a decisão que estava na hora de voltar a morar no Hawaii. Fui buscar minhas coisas na Califa e voltei”, diz a paulistana.

 

“Não sei se muita gente acredita nisto, mas os Deuses havaianos sempre gostaram de mim, desde a minha primeira visita, em 1991. Foi com esta benção que eles me trouxeram de volta. Confesso que não passei um dia sequer sem pensar no Hawaii enquanto estava na Flórida e o quanto eu amava este lugar”, revela Marjorie.

 

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Marjorie Mariano entocada num canudo em Velzyland. Foto: Gordinho.
A paulistana sempre gostou do mundo do cinema, novela e teatro. Depois de muitos anos e muitos caminhos desviados para outros interesses como a moda, resolveu entrar na lista dos figurantes de uma das maiores diretoras de casting do Hawaii, Margaret Diversola.

 

“Em 1995, procurava um trabalho extra e ouvi dizer que precisavam de gente pra trabalhar no piloto do seriado Hawaii 5.0. Como eu já havia feito umas fotos pra deixar na agência de modelo, logo mandei as imagens para o escritório do casting e fui chamada pra preencher uma ficha com as minhas informações”, conta.

 

 

Marjorie em anúncio da Reef no ano de 1998, ao lado de Fabinho Gouveia. Foto: Reprodução.
Logo, foi chamada pra interpretar uma prostituta no filme e não recusou o convite. “Margaret gostou da minha atitude de não ter tido preconceito para pegar o papel de prostituta, viu que eu tinha a intenção de dar duro no trabalho, mesmo sendo só pra passar no fundo das telas”, fala Marjorie.

 

Hoje, 10 anos depois de sua primeira experiência como figurante no Hawaii, está trabalhando num dos seriados com o maior número de audiência no mundo todo: Lost.

 

Além de Marjorie, a produção conta mais duas brasileiras. Márcia Arbito atua como figurante fixa e a jovem Cláudia Cox ocupa o papel de “stand in” e dublê das cenas de ação das protagonistas Evangeline Lilly (a assassina Kate) e Maggie Grace (a patricinha Shannon).

 

Lost vem fazendo sucesso em vários países. O seriado tornou-se o programa americano mais assistido da TV britânica, desde a novela “Dallas”, exibida há mais de 20 anos.

 

Uma média de 6,1 milhões de telespectadores, ou 26,8% de todos os que estavam assistindo TV no horário, sintonizaram no canal 4 para assistir ao primeiro episódio da série que conta a história dos sobreviventes de um acidente de avião que estão presos em uma ilha cheia de mistérios. O segundo episódio, que foi exibido mais tarde, alcançou 5,9 milhões de telespectadores.
 

Marjorie Mariano faz parte do núcleo de sobreviventes da praia. No total, são dez figurantes incorporados à família de Lost. Ela não tem um nome e nem um personagem muito definido, mas já gravou cenas em que dialoga com a Shannon (Maggie Grace) e com o Sawyer (Josh Holloway).

 

“Minha expectativa é a de que o seriado fique bastante tempo no ar e que eles precisem incorporar novos personagens à trama. É aí que eu posso entrar. Els contam comigo, estou sempre lá. Digo que eu e minhas colegas, as demais figurantes, somos agregados da família Lost, somos os filhos adotivos do núcleo principal, que é composto pelos 14 protagonistas”, diz Marjorie.

 

“Desde o 15º episódio, nossos rostos passaram a ser focalizados e mostrados mais de perto dentro da série. Somos parte do elenco para valer. Tanto que, todo dia, eu tenho de ser maquiada para simular um ferimento no rosto”, finaliza a paulistana.

 

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