A primeira vez de Sidinho

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Paulista de Peruíbe, Sydney Guimarães curte a rotina do North Shore de Oahu na casa do surfista Márcio Paraíba. Foto: Marcus Sala / Mellin Videos.
Contrastando com a grande quantidade de ondas grandes e perfeitas na costa norte de Oahu nesta temporada, uma figura diminuta chamou a atenção em sua primeira vez no Hawaii.

 

Com apenas 12 anos e cerca de 1,5 metros de altura, o paulista local de Peruíbe Sydney Andrade Guimarães, o ?Sidinho?, dropou ondas que tinham o dobro do tamanho dele.

 

O big rider Rodrigo Coxinha conta que ao descer uma onda de responsa em Sunset, Sidinho despertou a atenção do crowd.

 

?Ele veio numa onda de uns oito pés em Sunset que, proporcionalmente, parecia ser até Waimea. A galera presente pirou na atitude do moleque?, revela Coxinha.

 

Sidinho mostra estilo e maturidade em sua primeira temporada havaiana. Foto: Marcus Sala / Mellin Videos.
Campeão dos circuitos Hang Loose Surf Attack na categoria Grommets e do Rip Curl Grom Search, Sidinho está extasiado.

 

?A onda aqui é de verdade, é outra realidade. Tubular, buraco, pesada, com bancada de coral e uma velocidade surpreendente?, analisa o jovem surfista.

 

Antes de embarcar de volta ao Brasil, onde disputa neste fim de semana a sétima edição do Grom Search, em Florianópolis, Sidinho fez um balanço da temporada.

 


A primeira vez ninguém esquece. Como foi a sua no Hawaii?

 

Eu tenho que me acostumar com essas ondas se quiser me tornar um surfista profissional completo. A onda aqui é de verdade, é outra realidade. Tubular, buraco, pesada, com bancada de coral e uma velocidade surpreendente.

 

Quanto tempo você ficou nas ilhas?

 

Eu cheguei no dia 10 de dezembro e vou embora amanhã, 15 de janeiro (domingo último). Logo na primeira caída em Rocky Point, no segundo dia de trip, fui atropelado pelo local Mikala Jones saindo de um tubo e tomei cinco pontos perto do joelho. Tive que ficar uns 10 dias de molho. Mas ele foi muito gente fina e prestativo e me ajudou a sair da água.

 

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Drop vertical em uma onda de tamanho normal para a maioria, mas que dá o dobro do pequeno Sidinho. Foto: Marcus Sala / Mellin Videos.
Explica melhor esse episódio.

 

Ele estava saindo do tubo e eu bem embaixo, olhando para dentro do olho do tubo. Ele
acelerou para cima da onda para ter certeza que iria sair e eu estava no caminho. Na verdade eu não tinha o que fazer a não ser olhar aquele tubão (rs).

 

O Hawaii é muito diferente do que você imaginava?

 

Eu acho que os picos de V-Land, Sunset e Backyards são bem melhores do que eu pensava. O crowd é bem suportável e deu para pegar ótimas ondas. Agora Pipeline e Rocky Point são piores. A bancada é mais rasa do que eu pensava e as ondas muito mais animais, punk mesmo (rs).

 

De volta ao Brasil e bem treinado nas ondas havaianas, Sydney Guimarães quer um bom resultado no Grom Search em Floripa. Foto: Marcus Sala / Mellin Videos.
Qual o seu quiver?

 

Uma 5?1, duas 5?2, 5?4, 5?8, 6? e 6?6. A 5?1 e 5?4 são para Velzyland e Rocky Point, a 5?8 e 6? para Pipe e a 6?6 para Sunset.

 

Quais os surfistas que mais te chamaram a atenção?

 

O Kelly Slater, lógico, Makua Rothman, que me deixou de boca aberta ao surfar um tubo para o Backdoor e outro para Pipeline, e o Robson Santos. Ele pegou um tubo em Pipe que me impressionou.

 

E as suas melhores sessões?

 

Eu fiquei na casa do Márcio Paraíba em frente a Velzyland, então peguei altas ondas ali. Sempre que o crowd diminuía ou tinha altas logo cedo eu caía no mar. Sunset também foi emocionante. E cair em Pipeline sempre é uma adrenalina, principalmente na primeira temporada.

 

E as impressões gerais?

 

O Hawaii tem altas ondas. Mesmo com vento é possível encontrar um pico com boas condições, basta ir para o outro lado da ilha que estará terral. As ondas são muito
fortes e diferentes do Brasil, é outra realidade.