Brasil entra na rota do mundial

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Costão do Santinho abre as disputas do circuito mundial no Brasil entre os dias 13 e 19 de fevereiro. Foto arquivo: Divulgação.
O ano de 2006 promete muitas emoções para o surf feminino no Brasil com a volta da elite mundial ao país e a estréia do mundial WQS.

 

Depois de sete anos sem sediar uma etapa do WCT (a última foi o Rio Marathon em 1999 na Barra da Tijuca (RJ), vencida pela carioca Andréa Lopes), o país entra na rota das principais provas do mundo.

 

A primeira é o Costão Pro/Floripa 2006, que rola entre os dias 13 e 19 de fevereiro na praia do Santinho, Florianópolis (SC), paralelamente à prova do WQS Masculino. A competição tem nível quatro estrelas e oferece US$ 20 mil de premiação.

 

Vice-campeã mundial em 2002, catarinense Jacque Silva está ansiosa para competir nas provas do circuito mundial em casa. Foto arquivo: ASP World Tour / Karen.
Em agosto, as meninas têm duas etapas (WQS/WCT) seguidas, promovidas pela Billabong na praia da Tiririca, Itacaré (BA), entre os dias 17 e 27 de agosto.

 

A etapa do WQS tem nível cinco estrelas e distribui US$ 25 mil de premiação, enquanto o WCT tem US$ 100 mil de prêmio.

 

A catarinense Jacqueline Silva, vice-campeã mundial em 2002, está feliz com a oportunidade de disputar os circuitos no Brasil.

 

“Não vejo a hora de competir em casa. Espero por isso desde quando corri pela primeira vez a prova do WCT Feminino na Barra. Não poderíamos receber notícia melhor com a realização destas três provas”, comenta.

 

Jacque acredita que a vinda do circuito para o Brasil será muito bom para o mercado feminino e também para incentivar as garotas.

 

Em 2006, a atleta pretende dedicar-se apenas às provas do WCT. Mas, vai abrir exceção para disputar as etapas da segunda divisão no Brasil. “Acho que essa escolha vai render bons resultados, pois viajarei um pouco menos e poderei ficar mais tempo em casa. Isso vai me fazer bem”, acredita Jacque.

 

Veterana comemora evolução da categoria – A experiente surfista Brigitte Mayer também está feliz com a realização das provas do circuito mundial. Aos 38 anos, ela compete como profissional desde 1990.

 

“Essas etapas são a prova que o surf feminino nacional está no caminho certo. Sempre vislumbrei isso, só não achava que poderia participar como atleta dessa nova era do esporte no país”, comenta.

 

No ano passado, Brigitte participou da prova do WQS realizada no Peru e presenciou o show da campeã mundial Sofia Mulanovich.

 

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Há 16 anos competindo como profissional, Brigitte Mayer é presença garantida nas provas do WQS. Foto: Rick Werneck.
 “Cerca de 10 mil pessoas gritavam freneticamente o nome da Sofia a cada onda surfada. Acredito que em breve sentiremos esse mesmo orgulho com uma brasileira chegando ao topo”, diz Mayer.

 

No entanto, para Brigitte, ainda falta apoio dos empresários. “Apesar de termos uma quantidade razoável de novos valores, aindo vejo uma falta de apoio enorme por parte dos patrocinadores. Talento e vontade sobram nas atletas, porém  pouquissímas conseguem correr as etapas que rolam mundo afora”, analisa Brigitte.

 

 

 

 

Silvana Lima é um bom exemplo de que talento aliado ao apoio do patrocinador leva à elite mundial. Foto: © Karen / ASP World Tour.
“É necessário oferecer condições melhores de trabalho para elas. Um bom exemplo é a Silvana Lima. Assim que ela conseguiu correr as etapas mais importantes do WQS com tranqüilidade, entrou para o WCT”.

 

Brigitte torce para que esse intercâmbio com as melhores atletas do mundo e a possibilidade de competir em casa permitam que mais atletas e patrocinadores vejam que é possivel fazer parte desse grupo seleto de surfistas que compõem o WCT/WQS.

 

Ela conta que disputará as duas etapas do WQS e, quem sabe, o WCT caso seja convidada. “Adoraria receber um wildcard para a competição”, comenta ela, que disputará também os circuitos SuperSurf e Brasil Tour.

 

Novidade brasileira – Além da realização de três provas do circuito, o Brasil conta com o reforço de a cearense Silvana Lima na elite mundial.

 

“Infelizmente nossa baixinha Tita ficou de fora e desfalcará o trio que se formaria neste ano. Desejo tudo de bom para mim e para a Silvana e que cada uma possa dar o seu melhor”, diz Jacque Silva sobre sua nova companheira no circuito.


Para Brigitte, correr campeonatos nestes últimos anos com a Silvana foi inspirador.  “Ela revolucionou a categoria no Brasil com seu surf inovador e rápido. Com sua determinação elevou nosso nível. Atualmente, acredito que ela seja umas das melhores no mundo. Só falta experiência nas melhores ondas do mundo. Tenho certeza que ela nos trará muita alegria e orgulho e isso não deve demorar muito não”, afirma.

 

Calendário de provas femininas

 

Fev 13-19 ? Costão Pro ? Floripa 2006 ? Praia do Santinho, Florianópolis (SC)
WQS Feminino 4 estrelas ? US$ 20 mil ? 1.500 pontos

 

Ago 17-20 ? Billabong Girls WQS ? Praia da Tiririca, Itacaré (BA)
WQS 5 estrelas ? US$ 25 mil ? 2.000 pontos


Ago 21-27 ? Billabong Girls WCT ? Praia da Tiririca, Itacaré (BA)
WCT Feminino ? US$ 65 mil ? 1.200 pontos