Ozzie Wright, de branco, baixista do Goons of Doom, aberração irada do underground australiano. Foto: Ale Piza.

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Nomes como Mick Dora, Dadá Figueiredo, Pottz, Chris Fletcher, JB Gomes, entre muitos outros, revolucionaram seu tempo com atitudes de arrepiar os cabelos da vovó.

Num mundo em que a sociedade insiste em criar padrões ditados pela força do capital, do controle, da moral e dos bons costumes, surgem essas figuras que chamam a atenção por quebrarem as regras e mostrar um lado diferente daquilo que chamamos de senso-comum.

Não importa se a mídia cria alguns destes personagens, não importa se depois de um tempo eles viram devotos de alguma religião ?bem comportada?, não importa se depois eles engordam, formam família, fazem churrasco com os vizinhos caretas tomando cerveja sem álcool etc.

O que fica mesmo na memória são as atitudes que abrem a mente no meio da correria dos tempos modernos, onde a alienação normalmente se sobressai à percepção reflexiva do ser humano.

Hoje em dia é comum ver nos filmes de surf os caras bebendo até cair, dançando esquisito nas baladas do tour e dando uns vexames. As revistas de surf da Austrália, por exemplo, tiram as fotos e contam as histórias das presepadas como se fosse a narrativa de um campeonato ou de uma trip.

Antigamente a mídia tentou manter isso no ?anonimato? na intenção de apagar ou amenizar àquela imagem de surfista vagabundo e maconheiro.

As empresas de surfwear se firmaram e não dependem mais do julgamento dos ?engravatados de plantão? para fechar o balanço anual no positivo. A indústria e o comércio de surfwear tá bombando e a independência é a bandeira erguida e bem firmada (pelo menos com os gigantes é assim).

O estilo Lost e Volcom de ser, um pouco mais nas antigas seria esmagado pelas conservadoras estampas de coqueiros, uma onda quebrando e o logo da marca bem grandão nas costas das camisetas.

Mas o que se vê hoje são as ?gigantes? copiando esse estilo mais rebel, contratando novos designers (alguns da indústria skatewear), diminuíram o logo da marca em substituição aos desenhos mais abstratos em locais nunca antes explorados, inseriram detalhes bordados etc. Isso abriu um pouco o mercado, o que é muito saudável e reciclador.

Quem tem despontado e simbolizado essa figura atualmente é Ozzie Wright, chamado de ?camaleão? pela imprensa australiana.

Quebra as ondas num estilo doidaço, quebra as pranchas fora da água, é designer da Volcom (seu patrocinador), grafiteiro e ainda tem uma banda meio punk, meio hardcore, meio non-sense, meio julgue como você quiser!

O Goons of Doom (GOD) vem de baladas calmas a Sex Pistols de uma faixa para outra no CD The Story of Dead Barbie and Ghost.

Na turnê de 2006 do Pennywise pela Austrália, eles abriram os shows com performances devastadoras e muitas vezes foram vaiados tamanho o naipe da doideira.

Você olha para o palco e não bota uma fé que aquele cara hipnotizado pelo próprio baixo, tomando uma cerveja atrás da outra, é o tal do Ozzie Wright. As vaias o alimentam mais do que os aplausos!

O cara grita tão alto quanto seus aéreos e irreverência na mesma proporção da viagem dos seus desenhos nos muros e camisetas. O resto do grupo segue a mesma linha, mas Ozzie é o ícone e a identidade.

O som pode não ser nota mil, mas com certeza vai fazer sucesso e vale a pena conferir. Para quem curte mais um punk e hardcore, as faixas ?VD?, ?My Car? e ?Devil? são as boas pedidas.

No mais, voltando a falar de atitude e comportamento, fica o toque para você sempre olhar a floresta de cima, reparando em cada árvore, não somente preso a uma única visão só por que alguém lhe disse que deveria ser assim.

Você pode gostar da estampa do coqueiro com a ondinha quebrando sem problemas, o que vale mesmo é a sua consciência do que é e do que você representa no mundo. Viver é muito mais do que ser feliz! Keep?n surfing!

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