Rico lança pranchão para dropar no Guiness

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Rico de Souza exibe seu pranchão de 8,05 metros. Legend pretende dropar no sábado para inscrever o feito no Guiness Book. Foto: Divulgação.
O Petrobras Longboard Classic, última etapa do Campeonato Brasileiro dos pranchões que acontece de 17 a 19 de novembro, vai decidir o título da modalidade, que tem uma disputa acirrada entre os paulistas Danilo Mullinha e Amaro Matos.

 

Porém, os momentos de emoção na Praia da Macumba não serão guardados para o domingo decisivo.

 

Uma das principais atrações do Petrobras Longboard Classic 2006 entra na água já na sexta-feira, sem tentar impressionar juízes para passar sua bateria.

 

Depois de quase dois meses de trabalho e pesquisas, em que teve o auxílio de engenheiros do Cenpes, centro de pesquisas da Petrobras, Rico de Souza, lenda do surfe brasileiro e organizador da competição, levará ao mar sua prancha de 8,05m, com a qual pretende escrever mais uma vez o nome do Brasil no Guinnes Book, o livro dos recordes: será a maior prancha para uma pessoa já surfada no mundo.

 

?Espero que o mar apresente condições para a tentativa. Ano passado, o surfe brasileiro viveu um grande momento com o recorde de números de surfistas na mesma onda, mas nossa marca já foi batida e queria fazer algo diferente este ano?, explica Rico de Souza, que marcou a tentativa para às 13 horas desta sexta-feira.

 

Para fazer esta tentativa, Rico teve de negociar com o Guinness a inclusão de uma nova categoria de recorde. Uma das exigências foi que a prancha teria de ter pelo menos seis metros.

 

Em 2005, Rico reuniu mais de 50 surfistas na água e 42 deles conseguiram surfar a mesma onda conjuntamente por pelo menos cinco segundos para estabelecer o recorde que está na edição de 2007 do Guinness Book, que está sendo lançado agora pela Ediouro.

 

Para construir a maior prancha do mundo, Rico contou com a valiosa ajuda do companheiro Daniel Friedman, outro nome consagrado do surfe nacional e também diretor-técnico do Petrobras Longboard Classic. O apoio da VI Fiberglass, fornecedoras dos blocos, também foi fundamental.


?Sem o Daniel e a equipe que me ajudou e a força que a VI Fiberglass me deu seria impossível construir esta prancha. O pessoal do Cenpes também foi muito importante e agradeço a todos eles pela oportunidade que teremos de mais uma vez elevar o surfe nacional?, disse Rico de Souza.

 

Para construir a prancha, Rico teve de juntar três blocos de epóxi (uma espécie de isopor muito resistente) e criar uma técnica que batizou de sanduíche, para diminuir a flexibilidade. Foram usados 15 litros de resina e três camadas de fibras de carbono, além de outros produtos em menor quantidade.  Porém, com a prancha pronta, Rico se mostra bastante preocupado.

 

?Não terei como fazer um teste, pois as ondas estão grandes e fica muito difícil passar a arrebentação e mesmo pegar ondas com a minha ?jamanta?. Inclusive estou vendo com o pessoal do Guinness algumas questões relacionadas aos requisitos mínimos para o reorde ser validado, como as que exigem que não posso ter ajudar para carregar a prançha e o tempo mínimo de dez segundos em pé?, disse Rico, que pede para o tempo ser reduzido para cinco segundos. Outra grande dificuldade será achar o tempo da onda, pois a prancha demora muito para sair da inércia. Se com um pranchão normal já temos de começar a remar bem antes numa comparação com uma pranchinha, nesta vou ter de iniciar as remadas uma semana antes?, brincou o veterano surfista.

 

Depois da quebra do recorde, as atenções voltarão para a disputa do título brasileiro. Mullinha e Amaro, com 2.845 e 2.805 pontos respectivamente, são os principais favoritos, mas o também paulista Picuruta Salazar, em terceiro com 2.675, busca sua décima coroa nacional no longboard e não pode nem deve ser menosprezado. O carioca Roger Barros, em quarto com 2.235, pode surpreender e mesmo o paulista Carlos Bahia, quinto com 2.210, ainda tem chances, embora remotas.

 

Critérios para a quebra de recorde


O recorde para a mais comprida prancha de surfe pode ser bem sucedido se surfada por uma única pessoa.

 

A mais comprida prancha de surfe deve ser produzida exatamente com o mesmo material da prancha original.

 

Provas fotográficas devem mostrar a diferença entre a prancha mais comprida e a original como para comparação, em uma mesma imagem.

A prancha deve ser mensurada do bico à rabeta com a presença de duas testemunhas.
Depois de ser produzida, ela deverá ser surfada por uma única pessoa e sem ajudantes.

 

O surfista deve transportar a prancha da praia para dentro d?água, posicioná-la sob seu corpo (abaixo do estômago), remar em direção a quebra das ondas para então surfá-la, permanecendo sobre a prancha por, no mínimo, 10 segundos.

Durante o processo, o surfista não pode ser rebocado por barcos ou ajudado por qualquer outro meio.

 

Um profissional deve marcar o tempo com o cronômetro exato. É preferível utilizar mais de um cronômetro.

O nome da organização e as pessoas envolvidas na quebra do recorde devem ser fornecidos junto com a data e o local de quebra de recorde.

 

Recomenda-se a presença de um grupo de assistência durante a tentativa de quebra do recorde.