Heitor Alves bate na lata em Rocky Point. Foto: Bruno Lemos / Lemosimages.com. |
A vida do WQS não é fácil. São ?trocentos? mil caras com muito talento e disposição. A situação é parecida com as peneiras do Corinthians ou do Flamengo: muita gente, mas só os fortes sobrevivem.
É nessa pegada que está o cearense Heitor Alves, viajando o mundo atrás de resultados para ingressar na ?sombra e água fresca? (e dólares, claro) do WCT.
Alves já fez a mala de medalhões do circuito. A última vítima do carrasco cearense foi o havaiano Sunny Garcia, que sucumbiu ao talento de Alves em Haleiwa, na abertura da Tríplice Coroa Havaiana.
Heitor e o mestre Simon comemoram vitória no WQS de Floripa no ano passado. Foto arquivo: Divulgação. |
Como todo surfista de ponta da atualidade, Heitor Alves tem um treinador que também é patrocinador, amigo, shaper, irmão e torcedor.
Trata-se de Marcelo Simon Dias, carioca radicado em Florianópolis (SC) e responsável pelos foguetes do atleta.
Como torcedor fanático e professor formado de educação física, enxergo talento de sobra na dupla Heitor e Simon.
Por isso, resolvi bater uma papo com o shaper para saber mais sobre seu pupilo e o que podemos esperar dele.
Como é a ansiedade de um cara que investe no futuro de um talento e vê seu pupilo na porta do WCT?
Na verdade, não sou um técnico propriamente dito. Sou tudo o que você falou menos técnico. Olha, já descobri uma coisa, não adianta se preocupar, o negócio é deixar fluir.
E agora, quais os planos para o ano que vem?
Com certeza, vida de surfista não é moleza. Mas este ano foi bom para acumular mais experiência e chegar com tudo no ano que vem.
Passar pelo Sunny Garcia em Haleiwa não é para qualquer um. Quem mais o Heitor já derrubou nas baterias?
Muitos! Bruce Irons, Mick Fanning, Michael Campbell, Tom Curren, entre outros.
O que preocupa nos surfistas brasileiros não é a merrecagem do WQS, mas quando o mar fica com mais de 6 pés em fundos de coral. Como está o preparo do Heitor nesse tipo de onda?
Pergunta isso pro Sunny (risos)! Ele está bem preparado, pode confiar.
Outro ponto é a preparação psicológica. Não basta o cara ser uma máquina de batidas e aéreos. Tem que lidar com a pressão. O que você conversa com o Heitor sobre isso?
Olha, o Heitor tem uma namorada que o ajuda muito, principalmente quando ele viaja, pois às vezes ela também vai. Depois desse namoro, os resultados começaram a aparecer. Sempre que posso estou junto também. Ele já está acostumado com a pressão e manda bem nessa situação.
Qual sua orientação em pontos como preparação física e nutricional?
Ele faz bastante alongamento e pratica capoeira também. Quando tem tempo treina na academia.
E as pranchas, qual quiver Heitor levou para o Hawaii?
O quiver dele vai de 5?10 a 7?4, com modelos para todos os tipos de ondas, desde beach breaks a ondas como Sunset ou Pipeline.
Qual o segredo das pranchas de um Top que os free-surfers normalmente não têm em seus shapes?
Acho que o segredo é o piloto mesmo. Prancha boa todo mundo faz. Mas, um campeão não se acha em qualquer esquina.
Por que você foi morar em Floripa, qual a vantagem em relação a outros picos?
O que me levou a Floripa foi a paz e a tranqüilidade do lugar.
Até onde o Heitor chegará?
Ao topo: campeão mundial WCT!