Confraternização brazuca

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Jefferson Toco apavora durante a Confraternização Brazuca em Whale Beach, Sydney, Austrália. Foto: Fernando DG.

Escritórios fechados. Pessoal de férias coletivas é sinônimo de festas de confraternização de quem deu o gás durante o ano.

 

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Tomar uma cervejinha, bater uma bola, jogar conversa fora e, porque não, fazer um surf? Resolvi chamar uma galera que participou do Waves Australia durante 2006 para virar o ano renovado com a energia do oceano.

 

Surfistas profissionais, fotógrafo, designer gráfico e quem sempre ajuda nos bastidores para fazer a coisa acontecer.

 

A seleção convocada foi: Alex Chacon, camisa 11. O Ronaldinho Gaúcho desse time faz mágicas aéreas que estão deixando malucos os radares dos aeroportos. Quebrou as barreiras nos campeonatos Pro / Junior e Open na Austrália em 2006. Patrocínio de ponta e em 2007 com certeza vai continuar a subir cada vez mais alto.

 

Tiago Camarão, camisa 9. Em 2007 vai juntar-se à elite brazuca que está conturbando os rankings do país dos cangurus. Veio para estudar inglês, vai morar na Gold Coast, está hospedado na casa de Chacon, em Avalon, mas já estou vendo que vai é ficar com dor nos braços de tanto levantar troféus.

 

Jefferson Toco, camisa 7. Deixou a seleção da praia Mole em Floripa há algum tempo e veio colecionar notas 10 nos campeonatos de New South Wales. Destruidor de lips dos mais espessos, vai de zero a 100 em meio segundo. Em 2007 o WQS vai sentir todo o power-brasilis nas patadas desse cara.

 

Pedro Albano, camisa 10. Deixa que ele distribui. Surf alegre, gênio do estilo, curvas redondas, manobras precisas, sorrisão no rosto, mas não alivia quando toca a sirene da bateria. Também vai focar o WQS 2007 e os campeonatos profissionais na Austrália.

 

Fernando DG, camisa 1. Assiste o jogo lá de trás, claro, é o fotógrafo da trupe. Quando acionado, mostra que também sabe “driblar” e fazer gol de placa. Chegou há pouco tempo na Austrália e já está na equipe titular do Waves local. Em 2007 seus clics vão fazer a festa dos internautas com imagens de trips, campeonatos, free-surf, life style e muito mais.

 

André “Alemão” Suelze, camisa 2. Designer gráfico e fotógrafo substituto paulista. Meu lateral-direito também fica lá atrás só arrumando as besteiras dos atacantes ou as bolas mal atrasadas para o goleirão, ou seja, trata as imagens que ficaram escuras, enquadra, melhora o foco etc. Internou-se em West Oz durante o inverno com os white sharks, com os point breaks afiados, com as plantações de uva e as garrafas de vinho. Está de volta a Sydney para gozar o verão nos beach breaks e matar a sede de uma cervejinha gelada do verão.

 

Anderson “Cabeca”, camisa 3. Meu parceirão de surf. Não dá mole para os longboarders de Fresh Water. Dividimos a vala nossa de cada dia com o lema: “A direita é minha e a esquerda é nossa!”.

 

Alexandre “Fanático” Toledo Piza, técnico. Sabe aquele ex-atleta que depois de aposentar a chuteira abre um boteco ou uma escolinha de futebol no bairro onde cresceu, ou faz uma faculdade de educação física e vira treinador de futebol (muitas vezes comentarista palpiteiro, corneteiro de mesas-redondas)?

 

Pois é, faço de tudo isso um pouco, mas o que gosto mesmo de fazer é incendiar e incentivar quem chega ao topo e não sabe o que fazer direito para manter-se por lá. Apontem o ranking do WCT (focaliza os brasileiros), me dá um computador pra você ver o que sou capaz de escrever dessa galera!

 

Nossa, nem vou pensar nisso agora!

 

As baixas na equipe foram as meninas Aninha Ceccarelli, Marina Amarante e Luiza Romann. O carro das penélopes charmosas ficou sem bateria e elas não conseguiram deslocar-se para Whale Beach para a confraternização da galera.  Não tem problema, elas vão na próxima.

 

A luz não ajudou muito, as ondas estavam de meio a 1 metro, um pouco mexidas. Quando chegamos tinha até um crowd chato, mas não importa.

 

Nessas ocasiões o que vale é juntar os amigos e fazer o surf for fun. Tanto é que o crowd australiano, que acorda com o galo, foi embora fazer o churrasco de hamburger e lingüiça e deixaram a picanha das ondas pra gente saborear.

 

Um ano de conquistas, amadurecimento e vitórias em um país que não é o nosso, mas que acolhe muito bem quem batalha.

 

Onde a saudade da família, do arroz com feijão, do carnaval no Rosa, dos biquínis menores, do trânsito da Radial Leste em dia de alagamento (ops, isso nao!), é colocado na balança e vem a reflexão de que todos estamos aqui por opção e atrás de objetivos sólidos e básicos para o ser humano.

 

O principal, qualidade de vida. E a oportunidade de realmente planejar e alcançar. Estamos todos ligados sempre ao nosso país Brasil, seja pelas bancadas de surf, pelo magnetismo dos tubos, pela realização de uma manobra, um telefonema pra família, pela torcida do time de futebol preferido, pela música de qualidade, pelos filmes de surf, pelo arco-íris depois da chuva, sentado no outside mentalizando e desejando a todos essa mesma paz de espírito que o surf proporciona em nossas almas.

 

Muito surf, saúde e paz em 2007!