Cearense arretado

Heitor vai com tudo ao Hawaii

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Heitor Alves comemora performance no WCT de Imbituba. Foto: Pedro Monteiro / Ability.

O cearense Heitor Alves não vacilou diante da tropa de elite do surfe mundial. Convidado por estar bem posicionado  no WQS – ele é o 13º no ranking, Heitor mostrou a que veio e fez a mala de Cory Lopez, Chris Ward, Bobby Martinez e Michael Campbell.

 

Surpresa para muitos competidores, que ainda não conheciam o estilo radical do cearense voador, e bônus para o brasileiro, que chega a elite mundial em 2008 com um bom retrospecto de competição.

 

Feliz com o resultado, Heitor Alves fala sobre sua participação no evento, a preparação para o ano que vem e a comemoração que, segundo ele, vai acontecer em casa, ou melhor, no mar.

 

Como ficaram os nervos no campeonato? Para você, tinha um gosto diferente por ser uma prévia do que vai acontecer ano que vem?

 

Cearense mostra boa atuação nas ondas pesadas da Vila e parte determinado à perna havaiana do WQS. Foto: Pedro Monteiro / Ability.

Esse evento foi muito importante para a minha carreira. Não fiquei nervoso, não, porque entrei feliz e sem pressão. Não entrei para ficar nervoso e sim para deixar os outros nervosos (risos). Foi uma oportunidade de dizer a eles que eu mereço a vaga que conquistei e que tenho condições de disputar de igual para igual o título mundial. Quem sabe até trazer a vitória para o Brasil.

 

Como está sua preparação para a verdadeira estréia na elite do surfe? Além do respeito que você conquistou, o campeonato também serviu como laboratório para o ano que vem em outros sentidos?

 

Sim, claro! Tive a oportunidade de competir em condições boas, com ondas grandes e pesadas, como será na maioria dos eventos daqui para frente. Isso foi muito bom, consegui me destacar nas condições apropriadas, que eles estão  acostumados a competir. Tenho treinado muito, vou ao Hawaii, ainda esta semana, para disputar o WQS e vou continuar treinando nas ondas grandes.  Também ganhei experiência de competição porque é bem diferente competir o WCT, você tem que surfar muito mais, fazer manobras mais agressivas e não perder a concentração.

 

Você competiu com algum atleta que te inspire e que tenha te deixado nervoso?

 

Sim, com o Joel Parkinson. Sempre admirei o surfe do cara, gosto do estilo dele e fiquei amarradão de competir com ele,  foi alucinante.

 

Depois da quinta colocação, você se sente mais seguro para ir ao Hawaii disputar o WQS?

 

Ah, me sinto, sim, porque as condições do mar em Imbituba estavam bem parecidas com as de Haleiwa (praia onde vai acontecer a etapa do WQS), com ondas grandes e uma correnteza forte que dificulta o posicionamento certo no pico. Foi um bom treino para esse evento.

 

Como foi o antes e o depois do evento? Você acha que os competidores ficaram surpresos com seu desempenho?

 

Surpreendi bastante, sim, sem dúvidas. Quando cheguei percebi que poucas pessoas confiaram em mim, mas eu fui lá e mostrei que a gente pode chegar até a um título mundial e este vai ser o meu maior objetivo!

 

Como o futuro top do Brasil vai festejar esta conquista?

 

A comemoração vai acontecer no mar, surfando! Não tem jeito, é o que eu mais gosto de fazer e é onde eu faço festa de verdade!