Santos Surf Festival

Bahia vence com nota 10

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Carlos Bahia fatura o 4º Santos Surf Festival. Foto: Fábio Plácido.

Com a primeira nota 10 conquistada na carreira, o baiano radicado em São Sebastião (SP), Carlos Bahia, venceu o 4º Santos Surf Festival, nesta terça-feira (22/1), nas ondas do Quebra-Mar, em Santos (SP).

 

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Numa final de alto-nível, o surfista que foi campeão brasileiro profissional em 2006 e terceiro melhor no Mundial do ano passado, superou Jeremias ?Mica? da Silva, de Saquarema (RJ), o ídolo Picuruta Salazar, competindo em casa, e o vice-campeão Mundial Pro, Danilo Rodrigo, de Guarujá (SP).

 

O evento, que tem a proposta de enaltecer a história e a cultura da modalidade segue até domingo (27/1), com várias atividades esportivas, artísticas e culturais. Os principais atletas do Brasil (o que representa atualmente os melhores do mundo) participaram das disputas, incluindo o campeão mundial da ASP, Phil Rajzman, do Rio de Janeiro.

 

Apesar da chuva, um bom público prestigiou aos atletas. Na grande final Bahia mostrou grande sintonia com o mar, abrindo o caminho para a vitória com uma nota oito. Depois, em sua terceira onda, mostrou um repertório completo de manobras, mesclando o estilo clássico, com Hang Ten e Hang Five, com o moderno, com batidas fortes, para levar o 10 dos juízes.

 

Apesar de somar incríveis 18 pontos de 20 possíveis, Bahia não comemorou o resultado, pois Mica tirou um 9 e depois chegou muito perto de virar, com 8,65. Picuruta garantiu 8,5 e depois um 6,4. Já Danilo, que lutava pelo tri no Santos Surf, não ameaçou o resultado. No placar final, a diferença foi de apenas 35 centésimos – 18 a 17,65.

 

“Sempre falei que queria ganhar um campeonato aqui no Quebra-Mar, o palco do longboard e onde a nossa fera, Picuruta Salazar, iniciou toda a história”, diz o vencedor, que também comemora o título Paulista Pro de 2007.

 

?Não esperava um 10, ainda mais numa bateria tão forte. Quero dedicar esse título à minha esposa, Vanessa, e aos meus amigos, como o Mateus?, acrescenta o surfista.

 

Natural de Ibicaraí, no sul da Bahia, até os 13 anos de idade, ele não conhecia o mar. Aprendeu a surfar depois que se mudou com a família para a badalada praia de Maresias, São Sebastião (SP).

 

Aos 24 anos de idade, tem hoje a sua escolinha de surf em Maresias e comanda a equipe sebastianense nos eventos oficiais. ?Sou muito feliz com a minha vida?, destaca o sempre sorridente e extrovertido Carlos Bahia.

 

Mesmo derrotado por menos de meio ponto, Mica saiu feliz do mar. ?Ele deu sorte no início, mas está ótimo, porque comecei bem o ano?, diz o surfista, que é guarda-vidas em Saquarema.

 

Para o ídolo Picuruta, a vitória de Bahia foi merecida. ?Foi justíssimo. Ele foi espetacular. O Bahia é sempre show, dentro e fora do mar. Agora a festa continua aqui no Quebra-Mar?, frisa o atleta nove vezes campeão Brasileiro Pro e recordista de títulos no surf nacional.

 

Junto com a disputa profissional, o campeonato de longboard do 4º Santos Surf Festival contou com as categorias Pioneiros (50 anos ou mais), Super Master (45 anos para cima), Feminino e Júnior.

 

Nas duas primeiras, quem reinou foi o santista Cisco Araña, dono de um trabalho exemplar com a Escola Radical Semes / Sthill. Nas duas finais, Cisco mostrou um estilo muito bonito nas ondas, mas sem dúvida, a primeira vitória, na Pioneiros, foi a mais marcante.

 

A disputa reuniu algumas lendas, como Homero Naldinho, 64 anos, conceituado shaper e considerado de vanguarda para a sua época, Carlos Twin, 56, e John Wolthers, 52. Com um 8,5 e um 7,5, ele somou 16 para não ser ameaçado. ?Mais do que a vitória, o importante foi a satisfação de estar ao lado de mestres como o Homero, o Twin, o John?, vibra Cisco.

 

?Foi sensacional reviver a camaradagem, hospitalidade e cavalheirismo deles?, ressalta Cisco, que não competia no Quebra-Mar há 10 anos. ?Voltei para prestigiar, principalmente, a Sthill, o Alípio e o Mario, que investiram no evento e que patrocinam a Escolinha Radical desde o início, em 1991?, explica, lembrando que cerca de 20 mil alunos já passaram pelas aulas no Posto 2, em Santos. ?Só no ano passado, foram 1.700 alunos?, lembra.

 

No resultado, John, campeão em 2007, ficou com o vice, com Eduardo Mixirica, de Ubatuba, em terceiro, e Walter Vieira, outro ?nativo? do Quebra-Mar, em quarto. Homero ficou em quinto e Carlinhos Twin completou a festa. ?Com certeza, nessa final também tivemos o La Barre. Ele merece?, relata Cisco, referindo-se à Flávio La Barre, shaper e comerciante, falecido antes do natal e um dos homenageados este ano no Santos Surf Festival.

 

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Depois de 10 anos longe das competições, Cisco Araña fatura as categorias Pioneiros e Super Master. Foto: Fábio Plácido.

Homero também saiu radiante. ?O único problema é que estou sem pranchas. Mas fiquei muito contente em participar dessa competição. Veja só, antes eu fazia as pranchas para o Cisco e agora usei uma feita por ele?, brinca.

 

Na Super Master, Cisco ficou no mar e voltou a surfar muito bem, com notas 8,75 e 8. Wagner Ramos terminou em segundo lugar, seguido de Luiz Juquinha, de Guarujá, e outra lenda do Quebra-Mar, Almir Salazar.

 

Na final da Feminino, a paulistana Renata Porcaro comemorou a sua primeira vitória. ?Foi o meu segundo campeonato, a minha terceira bateria. Só posso surfar de final de semana e esse título reflete bem o meu esforço?, diz a atleta, que aprendeu a surfar na Escolinha de Surf da Riviera, em Bertioga (SP).

 

A paranaense radicada em Ubatuba, Bárbara Sieno foi a vice, seguida da carioca Juliana Moura e da santista Rita Gardano.

 

Já na disputa Júnior, o catarinense de Balneário Camboriú, Gabriel Vitorino foi o vencedor. O atleta de apenas 13 anos e que há três se dedica com exclusividade aos pranchões foi superior durante toda a bateria.

 

Augusto Olimpo, de Ubatuba, chegou perto, mas terminou como vice, seguido de Enderson Biludo, de São Sebastião, e Marcelo Carbone, de Guarujá. ?Essa é a primeira vez que competi em Santos e me apaixonei?, disse o pequeno surfista, que começou a pegar ondas aos quatro anos. ?Depois, gostei do estilo clássico dos pranchões e agora é só long?, conta.

 

Depois do campeonato profissional, as ondas do Quebra-Mar foram tomadas por policiais militares de várias corporações, incluindo os bombeiros, em disputas de pranchinhas e longboard. O Dia do Policial Militar foi realizado, novamente, com sucesso no Santos Surf Festival. O comandante interino do 6º BPM/I, major Armando Bezerra Leite, destacou a importância da atividade.

 

?É muito importante para quebrar o paradigma que havia antigamente. Mostra que o policial gosta de diversão, pratica surf e convive com a comunidade. Tivemos quase 100 policiais inscritos de várias unidades?, afirma o major Armando.

 

O comando do CPI6 também esteve representado pelo major Roberto Alves, chefe da Divisão de Operações e Administração da corporação.

 

Pela primeira vez, houve uma disputa oficial e um dos destaques foi Fabiano Amorim, soldado PM da 2ª Cia. do 6º BPM/I, vencedor na longboard e sétimo colocado nas pranchinhas. Habitual competidor do Circuito Santista, Fabiano foi um dos responsáveis pelo sucesso do Dia do Policial Militar Surfista, junto com o cabo Miguel Waldowiski, que é instrutor voluntário na Escola Radical Semes / Sthill.

 

Já nas pranchinhas, quem levou a melhor foi o soldado PM da Rocam (Rondas ostensivas com apoio de motos) no 40º BPM de São Bernardo do Campo. Ex-morador de Guarujá, Marcelo já foi competidor no passado, nos velhos tempos do Lightining Bolt e mostrou que continua com surf no pé, garantindo uma nota 8,75 na final e sendo o melhor nas três fases da competição, inclusive com a melhor somatória, 14,30 de 20 possíveis.

 

Para o domingo, no encerramento do evento, os organizadores planejam a realização de um desafio no mar, reunindo o maior número de surfistas numa mesma onda. Vale lembrar que foi em Santos, no dia 2 de setembro de 2007, que o recorde mundial foi estabelecido, com nada menos que 84 atletas surfando uma mesma onda.

 

Também está prevista uma competição em ritmo de festa com os pioneiros do litoral paulista. O Santos Surf Festival foi criado com base no Dia Municipal do Surf, celebrado todo o dia 21 de janeiro, pela Lei Municipal nº 2.172, de autoria do vereador Fábio Nunes, o Fabião.

 

O 4º Santos Surf Festival tem os incentivos culturais da Prefeitura Municipal de Santos, Agem ? Agência Metropolitana da Baixada Santista, Sabesp e Sthill. Apoio: Waves e Prado Design. Homologação: Associação Santos de Surf e Federação Paulista de Surf. Divulgação: FMA Notícias.

 

Resultados

 

Profissional

 

1 Carlos Bahia ? São Sebastião

2 Jeremias ?Mica? da Silva ? Saquarema

3 Picuruta Salazar ? Santos

4 Danilo ?Mullinha? Rodrigo

 

Pioneiros

 

1 Cisco Araña ? Santos

2 John Wolthers ? Santos

3 Eduardo Mixirica ? Ubatuba

4 Walter Vieira ? Santos

5 Homero Naldinho ? Santos

6 Carlinhos Twin ? São Vicente

 

Super Masters

 

1 Cisco Araña ? Santos

2 Wagner Ramos ? Santos

3 Luiz Juquinha ? Guarujá

4 Almir Salazar ? Santos

 

Feminino

 

1 Renata Porcaro ? São Paulo

2 Bárbara Sieno ? Ubatuba

3 Juliana Moura ? Rio de Janeiro

4 Rita Gardano ? Santos

 

Júnior

 

1 Gabriel Vitorino ? Balneário Camboriú

2 Augusto Olimpo ? Ubatuba

3 Enderson Biludo ? São Sebastião

4 Marcelo Carbone ? Guarujá