Na última segunda-feira (17/3) a temida bancada de Pipeline, Oahu, Hawaii, fez mais uma vítima fatal. O bodyboarder havaiano Joshua Nakata foi a quinta vítima de afogamento nos últimos três anos.
Ondas de até 10 pés varriam o line-up a toda hora e tubos insanos deixavam a galera instigada para percorrer um dos famosos salões.
Infelizmente, às vezes as pessoas não sabem ou vão além do limite físico ou técnico, e Pipeline é uma onda que não permite vacilos. Um erro pode ser o último.
O bodyboarder brasileiro Jean Ferreira estava na água no momento do acidente e relata o ocorrido.
“Antes de entrar no mar cheguei a cumprimentar o Joshua, que é um bodyboarder bem experiente em Pipe. Na areia eu ainda vi uma série maior entrando, algo em torno dos 8 pés e Joshua entrou destemido. Tomei umas cinco ondas na cabeça e assim que varei a arrebentação, vi o Jason Bitzer (salva-vidas) que estava surfando no momento, correr para o resgate. Cheguei a ver um líquido branco saindo da boca do bodyboarder. Depois fiquei sabendo que ele faleceu a caminho do hospital”, conta Ferreira.
Particularmente, o que vejo ocorrer em Pipe são ondas bizarras, crowd descontrolado, vacas absurdas e as mortes, pelo menos as últimas foram varando a arrebentação, tomando séries de 6/8 pés na cabeça.
Aos familiares de Joshua ficam meus pêsames. Surfei com ele alguns mares em Off the Wall. Só o conhecia de vista, mas lembro dele sempre sorrindo com a galera no outside.
É uma pena, lamentável, mas infelizmente surfar no Hawaii é isso. Sua onda da vida está logo ali, mas tem o outro lado, e ela pode te custar a vida.