Paulista amador

Emerson Silva é 10 em Maresias

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Emerson Silva descola nota 10 para vencer categoria Open no Okdok Paulista de Surf 2008. Foto: Ivan Storti.

Já virou tradição. Todas as etapas do Okdok Paulista de Surf promovidas na praia de Maresias, São Sebastião (SP), são encerradas em grande estilo, com ondas enormes, empolgando atletas e o público.

 

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Neste domingo, não foi diferente. O mar subiu significativamente e as ondas chegaram a 3 metros de altura, causando ansiedade, expectativa e até temor entre os atletas.

 

Tanto que as categorias Feminina e Longboard, por solicitação dos atletas, foram transferidas para a próxima etapa, em Ubatuba.

 

No caso das meninas, pela preocupação em enfrentar, principalmente, a arrebentação, e para o long, pelo risco de quebra dos pranchões. Já na Open e Master, os competidores enfrentaram as ondas grandes e pesadas.

Alexandre Miranda, campeão da Master, despenca em Maresias. Foto: Ivan Storti.


Com uma nota 10, Emerson Silva, do Guarujá, levou a Open, e com um tubo valendo 9,9, Alexandre Miranda, de Ubatuba, garantiu o primeiro lugar entre os veteranos. Para ter uma idéia das condições adversas, todos os finalistas foram rebocados para o outside por jet-ski, com o big rider Jorge Pacelli.

 

?Desde que a Okdok assumiu o patrocínio do Paulista, em 2004, sempre tivemos etapas empolgantes em Maresias, com mar grande?, lembra o diretor-técnico do Circuito, Marcos Bukão.

 

Depois de um sábado com ondas de 1 metro, o domingo amanheceu radical, com ondulação passando dos 3 metros. Antes das finais, alguns atletas garantiram atuações marcantes, principalmente na Master, com Flávio Oliveira, de São Paulo, num tubo, e Daniks Fischer, de São Vicente, com um drop que empolgou o público na areia. Ricardo Toledo, de Ubatuba, também deu uma batida forte e levou uma nota 9.

 

Nota máxima – Mas os melhores momentos ficaram mesmo para as duas finais realizadas. A Open teve uma disputa entre quatro surfistas do Guarujá. Depois de um começo equilibrado, Emerson Silva deu duas batidas fortes, uma delas na junção, numa direita, para alcançar a nota máxima, a única do evento.

 

Com a sua outra nota, ele somou 16,75 pontos em 20 possíveis, abrindo uma tranqüila vantagem sobre os rivais. Rodrigo Silva ficou com o vice, com 11,95, seguido por Magno Pacheco, com 8,10, e Dárcio Dias, com 3,10.

 

?O mar amanheceu storm, muito difícil de entrar e aquela onda foi a salvação. Veio do nada. Eu estava meio perdido e deu tudo certo?, vibrou Emerson Silva.

 

?Estou vindo de uma boa atuação no Pro Junior, no Sul, instigado. Treinei muito com o meu técnico (Ademir Silva) e agora vou para a próxima etapa pensando em nova vitória?, acrescenta. ?Pode falar para as minas que agora eu sou top?, brinca o vencedor.

 

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Paulo Matos passeia pelo canudo. Foto: Ivan Storti.

Na Master, Alexandre Miranda enfrentou três ex-profissionais com currículos de destaque e roubou a cena. Ao seu lado estavam Paulo Matos, do Guarujá, o primeiro campeão brasileiro da Abrasp, em 1987, e atual bicampeão máster; Ricardo Toledo, bicampeão nacional em 91 e 95 e novo vice-mundial máster; e Daniks Fischer, especialista em ondas gigantes.
 

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Tubo – Ricardinho começou na frente, numa disputa com Paulinho, que defendia uma invencibilidade de dois anos na categoria. Até que Alexandre Miranda pegou uma direita, deu uma batida forte e entrou num tubo de pé, durante três segundos, para garantir a nota 9,9 e não ser mais alcançado.

 

Daniks Fischer bota pra baixo em Maresias. Foto: Ivan Storti.

Antes mesmo do final da bateria, demonstrando muito cansaço, ele saiu do mar e ficou aguardando as ondas dos rivais, que não conseguiram alcançá-lo. ?Deus mandou aquela onda. Foi um tubo de pé, irado, casca-grossa?, vibra Alexandre, que ao entrar no mar sabia o que enfrentaria.

 

?Quando olhei para o fundo e vi dois grandes campeões, o Ricardinho, que eu respeito muito, o Paulinho, que é um gentleman, pensei ?vai ser histórica, mas também tenho experiência e seja o que Deus quiser?. Tenho 15 temporadas havaianas, fui 10 vezes para Puerto Escondido e isso conta?, afirma o surfista de 36 anos, que mora em São Paulo e trabalha com o diretor de comerciais de TV.

 

?Competi antigamente no Natural Art e mais mesmo em Ubatuba. Meus pais moram em Itamambuca e sempre que posso estou lá surfando?, relata o vencedor, que somou 13,30 pontos. Paulo Matos ficou em segundo, com 9,05, seguido por Ricardinho, com 8,85, e Daniks, com 5,85.

 

O Okdok Paulista de Surf terá três etapas e a próxima disputa está confirmada para os dias 5 e 6 de julho, na praia de Itamambuca, Ubatuba. O circuito tem os patrocínios de Supatech e Brisbane – tecidos com qualidade Santa Inês – e Sticle Malhas; co-patrocínios de Kyw Boardstore e RipWave; colaboração da Prefeitura Municipal, Associação de Surf de São Sebastião e Governo do Estado de São Paulo / Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer. A organização é da Federação Paulista de Surf.