De volta das ondas de Teahupoo, no Tahiti, o niteroiense Bruno Santos recebeu a imprensa nesta quarta-feira para falar sobre sua heróica conquista no World Championship Tour (WCT), a divisão de elite do surfe mundial.
O surfista fez questão de ressaltar a importância da vitória de um brasileiro, algo que não acontecia havia seis anos, ter sido na onda mais temida do circuito: grande, pesada e tubular, pois os surfistas nacionais não têm boa fama quando se trata dessas condições.
“Fiquei amarradão em ter esse reconhecimento dos estrangeiros. Já estão me respeitando. Os brasileiros realmente não costumam ter bons resultados nesse tipo de onda, mas essa vitória, do jeito que aconteceu, foi importante para melhorar a nossa imagem”, declarou Bruno, elogiado pelo tricampeão mundial Andy Irons. “Ganhei respeito e acho que os brasileiros ganham mais confiança. É bom para mostrar que treinando bastante, com dedicação, os resultados chegam”.
Os próximos meses serão determinantes para Bruninho. Motivado, ele dará início a uma forte preparação para enfrentar o World Qualifying Series (WQS) de 2009, a segunda divisão, e tentar uma das 15 vagas para o WCT do ano seguinte.
“Quero testar novos equipamentos com meu shaper e treinar como nunca fiz antes. Vou tentar a vaga por mais dois anos. O formato do WQS é bem difícil, são quatro atletas na água e as ondas são menores. Tem surfistas como o Pancho Sullivan que só conseguiram entrar no WCT com 33 anos. É guerra o ano inteiro”, contou Bruno.
A vontade de pegar ondas gigantes também pode influenciar a carreira do surfista de Niterói. Ele não descarta a possibilidade de praticar o tow in.
“Sempre gostei de ondas grandes. Na verdade, enormes. Então penso em comprar um jet ski e fazer tow in em lugares como Teahupoo, para pegar uns tubos gigantes. É minha idéia caso pare de competir”, projeta.
Na terça-feira, Bruninho foi recebido com festa por amigos e familiares no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. De lá, seguiram para Niterói, onde desfilou em carro aberto dos Bombeiros, seguido por uma caravana de carros.
“Tentei escapar dessa parte da comemoração porque sou um pouco tímido. Mas meus amigos armaram a maior festa lá. Foi engraçado e estranho ao mesmo tempo, me senti como um jogador de futebol que ganha uma Copa do Mundo. Foi o dia que me senti mais famoso na minha vida”, brincou o baixinho, de 1,65m.
O bom resultado no Tahiti ainda o credencia para pleitear uma vaga de convidado nas etapas do WCT no Brasil e na Indonésia, que acontecerá num local ainda secreto.