A estréia da praia do Forte no calendário internacional de surfe não ficará marcada apenas pelas performances de alguns dos melhores surfistas do mundo nas ondas do Papa Gente, entre os dias 16 e 22 de junho.
Além das etapas cinco estrelas masculina e feminina do World Qualifying Series (WQS), que distribuirá U$ 140 mil de premiação, a antiga vila de pescadores e um dos destinos turísticos mais cobiçados do país será palco de muitos agitos culturais e atividades ambientais durante o Billabong Surf Eco Festival.
A curtição começa no dia 7 e contará com shows de O Rappa, da Diamba e da estrela da axé music Tomate. A programação ambiental terá início no dia 8, com a exposição “Recifes de Corais Brasileiros”, apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente em comemoração ao Ano Internacional dos Recifes de Coral, e se estende até a fase decisiva da prova do WQS.
As atividades ambientais englobam ainda sete dias de palestras, um fórum internacional sobre alternativas de sustentabilidade na indústria do surfe, educação ambiental e oficinas com a garotada do vilarejo e exposições sobre projetos ambientais locais, como Baleia Jubarte e Tamar.
O evento será apresentado à imprensa baiana na próxima terça-feira na Barraca do Loro (praia do Flamengo), durante entrevista coletiva seguida de um almoço. Estarão presentes ao encontro os cantores Tomate e Duda Sepúlveda (Diamba), o surfista campeão mundial do WQS no ano 2000, Armando Daltro, a bióloga e surfista Carla Circenis (mentora do projeto sócio-ambiental), além de representantes dos patrocinadores (Billabong, Governo do Estado, Petrobras, Nova Schin, Iguatemi e Iberostar) e de entidades associativas ligadas ao esporte.
A praia do Forte, única localidade em território nacional planejada a partir do conceito de desenvolvimento turístico e econômico sustentável, é um dos poucos lugares do Brasil capaz de abrigar um evento com a concepção do Billabong Surf Eco Festival.
A exuberante beleza dos seus 12 quilômetros de praia, a qualidade e consistência das ondas que rolam nas bancadas de arrecifes de coral, a cultura preservacionista, a infra-estrutura hoteleira e de restaurantes e o carisma e a alegria da população local são ingredientes que têm tudo para fazer um evento inesquecível.
“Combinar a beleza natural e arquitetônica, a qualidade das ondas a vibração da praia do Forte com um evento de surfe que traz um conceito diferente do convencional é um acontecimento para ficar na história do calendário internacional do esporte”, analisa Raílton Lemos, um dos sócios da Dendê Produções, empresa promotora do evento.
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Rappa na Área
Em sua última apresentação na Bahia, em março, o cantor do O Rappa, Falcão, demonstrou bastante entusiasmo ao receber o convite para tocar no evento. “Achamos muito legal misturar surfe, música e ecologia, que têm a ver com a gente. É isso ai, no dia 7 de junho, o Rapa tá na área”, anuncia o vocalista.
No festival, ninguém ficará mais à vontade ao tocar para uma platéia repleta de surfistas brasileiros e estrangeiros do que a moçada da Diamba. O grupo tem à frente do palco dois surfistas fissurados: o vocalista Duda e o guitarrista Paulo Marola, que foi um dos mais talentosos representantes do esporte na Bahia, nos anos 80.
Já para representar a axé-music, a produção do evento não poupou esforços para convidar o que a Bahia tem de melhor: o talentoso artista Tomate, ex-Rapazolla e cantor revelação do carnaval 2005. Fabrício Kraychete, nome de batismo do cantor, é um artista versátil que traz no repertório uma mistura de ritmo interessante e diferenciada. Apesar de ter apenas 25 anos, ele tem uma grande bagagem musical e já conquistou fãs em toda parte do país.
Meio Ambiente
A concepção ambiental do evento foi desenvolvida pela bióloga, educadora e várias vezes campeã baiana de surfe Carla Circenis. Além do objetivo de integrar a comunidade local, as atividades sócio-ambientais visam chamar a atenção das pessoas para a necessidade de construir um mundo ecologicamente correto e sustentável e manter a conservação local em consonância com as demandas estruturais do evento.
“Associar esporte ao meio ambiente é uma iniciativa que busca disseminar uma política de paz e, ao mesmo tempo, mostrar o quanto é importante para o ser humano estabelecer uma relação mais cuidadosa com a natureza”, explica Carla Circenis.
De volta a Bahia
O Billabong Surf Eco Festival é a segunda prova do WQS masculino este ano no Brasil. A primeira foi realizada no arquipélago de Fernando de Noronha, em Pernambuco. Até o final da temporada, acontecem mais cinco etapas no país: duas em São Paulo, duas em Santa Catarina e uma no Rio de Janeiro.
Em águas baianas esta será a terceira competição deste porte. As duas anteriores tiveram o mesmo status e aconteceram em 2005 e em 2006, na Costa do Sauípe, também no litoral Norte. A primeira foi vencida pelo paulista Adriano de Souza, o “Mineirinho”, que ao final daquela temporada faturou o título de campeão mundial do circuito.
E a segunda quem levou foi o alagoano Marcondes Rocha. Eles venceram as decisões contra o catarinense Neco Padaratz e o sul-africano Travis Logie, respectivamente.
Pelo WQS feminino, o Billabong Surf Eco festival também é a terceira prova realizada na Bahia. Só que as duas primeiras foram no litoral Sul, na praia da Tiririca, na cidade de Itacaré, em 2006 e em 2007. Ambas as provas aconteceram junto com competições do World Championship Tour (WCT) e foram vencidas pela cearense Tita Tavares e pela australiana Nicola Atherton.
Entre as estrelas que marcam presença na praia do Forte estarão Fábio Gouveia, os representantes brasileiros do WCT masculino e feminino, a exemplo de Adriano Mineirinho, Rodrigo Dornelles, Heitor Alves, Leonardo Neves, Silvana Lima e Jacqueline Silva.
Estrelas internacionais, também marcam presença, como Sunny Garcia (Hawaii), Patrick Gudauskas (EUA), David Weare (África do Sul), Nathan Hedge (Austrália) e Greg Emslie (África do Sul).
Motivação baiana
Para Armando Daltro, 35 anos, ex-campeão mundial do WQS, o Billabong Surf Eco Festival é uma prova motivadora, pelo fato de a praia do Forte ser um dos seus lugares preferidos para o free surfe, entre as centenas de praias que já surfou ao redor do mundo.
“Voltar a competir em um WQS será muito bom. Sendo em casa e num dos melhores ‘picos’ de surfe da Bahia, melhor ainda. Vou dar tudo de mim para ter chances de brigar pelo título. Sem dúvida, a onda da Praia do Forte foi uma das que mais treinei e que me deu ‘rip’ para muitos eventos do circuito mundial”, diz o surfista.
Outros atletas profissionais baianos que podem fazer a diferença são os também veteranos competidores do mundial Christiano Spirro e Wilson Nora, de Salvador e Ilhéus, e os representantes da nova geração Heloy Júnior, de Salvador, Bruno Galini, Denis Tihara Rudá Carvalho e Franklin Serpa, de Ilhéus, e Bernardo Lopes, de Lauro de Freitas.
O Billabong Surf Eco Festival é uma realização da Dendê Produções, tem apresentação da Nova Schin, patrocínio da Billabong, Governo do estado da Bahia, Iberostar Bahia e Shopping Iguatemi, apoio da Petrobras e colaboração da Uranus 2, Rede Out Light, AL2, Mídia Bus e Prefeitura de Mata de São João.