Longboard Classic

Solemar define campeão

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Jeremias da Silva encara Picuruta Salazar nas semifinais do Petrobras Longboard Classic 2008. Foto: Márcio Rodrigues / Fotocom.net.

Um duelo de gerações vai marcar as finais do Petrobras Longboard Classic 2008, que termina neste domingo, na praia do Solemar, em Jacaraípe, Espírito Santo.

 

Válida como primeira etapa do Brasileiro de pranchões, a competição chegou à fase semifinal e na primeira disputa os veteranos Picuruta Salazar, de 48 anos, e Jeremias ?Mica? da Silva, de 38 anos, duelam por uma vaga na final.

 

O vencedor enfrenta, na grande decisão, o ganhador da outra semifinal, entre Carlos Bahia, de 24 anos, e Danilo Mullinha, de 22 anos. 

 

O Petrobras Longboard Classic 2008 oferece R$ 20 mil em prêmios e 1.500 pontos para o campeão no masculino. No feminino, as favoritas confirmaram seus nomes nas semifinais.

 

Carlos Bahia duela com Danilo Mullinha na outra semi. Foto: Vinícius Santos.

A carioca Mainá Thompson, campeã brasileira, enfrentará a paranaense Sabrina Olas na primeira disputa, enquanto paulista radicada em Santa Catarina Karina Abras, vice-campeã brasileira, terá pela frente a carioca Cris Pires.

 

As disputas neste domingo em Jacaraípe estão previstas para 7 horas. A partir das 9h30min começam as finais das categorias amadoras.

 

O sábado começou com as oitavas-de-final, ainda em baterias de quatro surfistas, avançando os dois primeiros para as quartas-de-final, em disputas homem-a-homem. 

 

Para chegar à semifinal, Picuruta Salazar teve de travar mais dois duelos com Roger Barros, de 19 anos e atual campeão brasileiro.

 

Nas oitavas, os dois avançaram juntos, com o jovem marcando 14,43, contra 14,03, e empatando a disputa, pois na fase anterior o veterano levara a melhor. André Luiz, o Deka, e Alex Leco foram eliminados nesta bateria.

 

Na fase seguinte, o segundo lugar já não bastava. Na melhor bateria do campeonato, os dois surfistas deram um verdadeiro show e marcaram as duas maiores pontuações do Petrobras Longboard Classic. Com uma escolha de ondas ligeiramente superior, Picuruta venceu por 18,96 a 17,23 pontos. Apesar de usar de muita estratégia na escolha das ondas e na forma de surfar, o Gato disse que teve sorte:

 

?Escolhi ondas que me permitiram surfar no estilo mais clássico, no bico, mas também que ofereceram possibilidades para usar mais radicalidade, pois sabia que assim eu poderia levar uma vantagem sobre o Roger, que por ser mais leve, não tem tanta facilidade para as manobras mais radicais. Porém, contei muito com a sorte. Vieram quatro boas ondas na baterias. Cada um surfou duas e conseguimos ótimas notas. Se viesse mais uma onda para ele, o resultado poderia ter sido outro?, disse Picuruta.

 

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Danilo Rodrigo, o Mullinha, ataca as pequenas ondas do Solemar. Foto: Vinícius Santos.

Em busca de seu décimo título nacional e perto dos cinqüenta anos, Picuruta pode conquistar em Jacaraípe o 154º título de sua carreira. E parece uma criança a cada vitória:

 

?Sempre que consigo vencer uma bateria como essa, contra surfistas que têm idade para ser meu filho, fico ainda mais motivado para continuar na luta por mais títulos?, disse o veterano.

 

O adversário de Picuruta será Jeremias da Silva, o Mica, de Saquarema, Rio de Janeiro. Para chegar à semifinal, Mica também passou por duas baterias, e como Picuruta, inverteu o resultado das oitavas-de-final. 

 

Na fase anterior, ele ficou em segundo lugar, com 13,56, atrás do paulista Amaro Mattos, que marcou 16,43 pontos, a terceira maior soma da competição. Na bateria seguinte, Mica levou a melhor sobre Amaro (13,90 x 11).

Picuruta Salazar segue na briga pelo título no litoral capixaba. Foto: Vinícius Santos.

 

?Enfrentar o Picuruta vai ser uma pedreira. Desde quando eu era pequeno que o admiro. O Picuruta é meu ídolo?, disse Mica.

 

Carlos Bahia e Danilo Mullinha, terceiro colocado e vice-campeão mundial respectivamente, também tiveram um caminho árduo para chegar às semifinais.

 

Nas quartas-de-final, Bahia participou da bateria mais equilibrada da fase, com Phil Rajzman, o atual campeão mundial, Marcelo Freitas, três vezes campeão do Isa Games, e ainda Eduardo Bagé, um dos nomes mais fortes do longboard brasileiro.

 

Phil passou em primeiro, com 12,73, e Bahia, com 11,60 pontos, ficou com a segunda vaga. Mullinha, por sua vez, foi superado por Alex Salazar, filho de Picuruta, nas oitavas-de-final, mas deu o troco no seu adversário nas quartas.

 

?Estou usando a mesma tática e está dando certo, mas cada bateria é um novo jogo; dessa vez eu consegui levar”, disse Bahia, que está com um novo penteado, moicano de duas cores. ?O pessoal chamou de gambá cearense e tem me dado sorte”.

 

Mullinha estava fora das semifinais até os últimos segundos da sua bateria, precisando de uma nota oito. A onda da vitória veio e ele marcou 8,33 pontos.

 

No duelo pela vaga na final, ele vai enfrentar o amigo Bahia: ?Em nenhum lugar existe a confraternização que temos no longboard. Estamos aqui para dar um show de surfe e que vença o melhor?.