Billabong Eco Festival

As palavras dos atletas

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Adriano Mineirinho, ao lado do fã Grunge, segue para a disputa da final do Billabong Eco Festival. Foto: Pedro Campos.

A primeira apresentação de Adriano de Souza como o quarto melhor surfista do mundo no WCT foi coroada com vitória no Billabong Eco Festival. Ele derrubou os dois únicos estrangeiros classificados para o domingo decisivo na praia do Forte e na final brasileira contra o carioca Marcelo Trekinho surfou a melhor onda de todo a semana na bancada de recife de coral de Papa-gente.

 

Mineirinho, de Guarujá (SP), levou nota 9,73 nessa onda e quase também bate o recorde de pontos do campeonato no placar de 17,40 x 12,00 pontos, que ficou abaixo apenas dos 17,50 do paranaense Jihad Kohdr no sábado.

 

Ele já havia vencido uma etapa igualmente promovida pela Billabong na Costa do Sauípe na mesma cidade de Mata de São João em 2005, na única vez que tinha competido no litoral Norte da Bahia. E também ganhou as duas últimas do WQS que disputou no Brasil, no final do ano passado em Itajaí (SC) e Ubatuba (SP).

 

?Acho que incorporei o axé da Bahia. Estou muito feliz por ter vencido esse campeonato. Fazer uma final 100% brasileira é uma grande emoção para mim. E também estou muito feliz por ser esse o segundo evento que participo como profissional na Bahia. Ganhei de novo e quero ficar com esse axé da Bahia pra sempre?, vibrou Adriano de Souza.

 

Ele ressaltou que seu foco principal é o WCT e disputou o Billabong Surf Festival mais para acompanhar a namorada, Cláudia Gonçalves, que ficou em nono lugar no feminino vencido pela cearense Silvana Lima numa decisão contra a líder do WQS, a australiana Sally Fitzgibbons. Só deu Brasil na Bahia!

 

?Agora é voltar a concentração para o WCT. Vou chegar mais cedo a Jeffreys Bay (África do Sul) para treinar desde o dia 1 de julho para tentar me manter nas primeiras posições do ranking mundial?, falou Mineirinho, que também contou o segredo da vitória em Papa-gente.

 

?Eu apostei nas esquerdas desde a primeira bateria que disputei aqui e elas me deram essa vitória. Inclusive, o recorde do campeonato foi uma esquerda que consegui fazer três manobras radicais que os juízes souberam valorizar. Então estou feliz também com isso, por ter vencido o campeonato e feito o recorde de nota também?, comemorou Mineirinho, que faturou o prêmio máximo de US$ 12 mil oferecido ao campeão do Billabong Eco Festival.

 

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Marcelo Trekinho: bela campanha na praia do Forte é premiada com o vice-campeonato. Foto: Pedro Campos.

O vice-campeão Marcelo Trekinho, do Rio de Janeiro, levou US$ 6 mil e 1.750 pontos, mas estava em 302.o lugar no ranking e ainda não aparece nem entre os 120 melhores do WQS 2008.

 

?Eu não corri as etapas do começo do ano e meu plano era iniciar aqui mesmo nesse campeonato minha participação no WQS.  Então tá show, comecei do jeito que eu queria, no pódio?, contou Trekinho, que também falou sobre a sua atuação em todo o evento. ?Eu não fui o melhor atleta do evento, com certeza, mas fiz as baterias com inteligência, com calma, tranquilo. E na final o Mineirinho achou mesmo as duas melhores ondas que entraram na bateria, quase bate todos os recordes do campeonato, então o segundo lugar foi um resultado alucinante para mim?.

Os dois únicos estrangeiros que conseguiram avançar para o domingo decisivo do Billabong Surf Eco Festival foram eliminados pelo quarto melhor surfista do mundo.

 

 

Ricardo Ferreira extrapola os limites na bancada da praia do Forte (BA). Foto: Daniel Smorigo.

A primeira vítima de Adriano de Souza foi o australiano Shaun Cansdell no primeiro confronto do dia e na semifinal Mineirinho já começou com uma ótima onda nota 8,17 para liquidar o norte-americano Nathaniel Curran.

 

No entanto, os dois comemoraram suas entradas na lista dos 15 surfistas que o WQS indica para completar a elite do WCT.

 

?O mar estava difícil, poucas ondas. Minha primeira onda tentei dar um aéreo, mas não deu, o Adriano esperou mais por uma onda melhor e pegou uma boa para começar bem com um high-score. Eu não consegui achar as ondas abrindo como ele e continuei tentando os aéreos para tirar notas, só que não completei nenhum e não deu?, lamentou Nathaniel Curran, que com o terceiro lugar subiu da 36.a para a 12.a posição no ranking das 17 etapas completadas na Bahia.

 

?Estou amarradão, é a segunda semifinal que faço no Brasil (a outra foi em Fernando de Noronha-PE) este ano, tem mais dois eventos até fechar o seeding (ranking de entradas) para o segundo semestre, então já estou bem colocado para entrar nas fases mais avançadas nos campeonatos depois da África do Sul. Já a luta para o WCT do ano que vem ainda tem um longo caminho pela frente?, disse Curran.

 

O norte-americano dividiu o terceiro lugar no pódio com o paulista Ricardo Ferreira, com cada um recebendo US 3.6 mil de prêmio e 1.500 pontos no ranking do WQS. O surfista da Praia Grande tinha passado pelo paranaense Jihad Kohdr e só foi derrotado na última onda que o carioca Marcelo Trekinho surfou na semifinal.

 

?O Trekinho é um excelente surfista, sou fã dele desde quando assistia ele surfando pela televisão e estar hoje aqui disputando uma semifinal com ele foi um feito marcante na minha vida?, confessou Ricardo Ferreira, que estreou no WQS 2008 na praia do Forte.

 

?Esse lugar é demais. Eu já tinha ficado hospedado aqui quando o campeonato da Billabong aconteceu na Costa do Sauípe, surfava aqui direto e gosto muito dessa onda. Tudo o que um surfista quer tem aqui, ou seja, uma direita e uma esquerda com um canal no meio é tudo o que a gente quer?, destacou Ricardo Ferreira. 

 

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Praia do Forte pode ser etapa prime em 2009 e 2010. Foto: Juninho.

Todos sem exceção elogiaram a escolha de Papa-gente para sediar o Billabong Eco Festival na paradisíaca praia do Forte, também conhecida como a Polinésia Brasileira.

 

?Estou muito feliz, primeiro porque Silvana Lima, minha amiga, ganhou ontem naquela virada maravilhosa faltando 10 segundos para acabar e agora dois brasileiros na final masculina. O Nova Schin apresenta Billabong Surf Eco Festival estreou com o pé direito, com os brasileiros ganhando?, vibrou Railton Lemos, um dos diretores da Dendê Produções, organizadora do evento inédito na praia do Forte, que tem uma licença de três anos para ser realizado na cidade de Mata de São João, litoral Norte da Bahia.

 

?Fizemos tudo para que a Bahia se perpetue definitivamente no cenário internacional do esporte e para que todos os brasileiros continuem tendo essa oportunidade de somar pontos para alcançar a divisão de elite do surfe mundial. Esse foi o primeiro campeonato do Brasil realizado em reef break, espero consolidar estes três anos de contrato, que a ASP ratifique a viabilidade do evento e que para o ano que vem a gente já possa ir trabalhando para aumentar o nível do evento para 6 estrelas e, quem sabe, virar um ´prme location´ também do WQS?, disse Railton Lemos, referindo-se à indicação ?prime? que a ASP classifica as etapas realizadas em ótimas ondas e que valem um bônus de 500 pontos a mais no ranking.

 

O Billabong Surf Eco Festival foi realizado pela Dendê Produções e Axé Mix com patrocínio da Petrobras, Governo do Estado da Bahia, Nova Schin, Iberostar Bahia e Shopping Iguatemi, além do apoio da Von Zipper, Kustom, Nixon, Uranus 2, rede Out Light, AL2, Mídia Bus, Waves.Terra, Prefeitura Municipal de Mata de São João, Turisforte e Federação Baiana de Surf. O evento foi homologado pela ASP South America como 17.a etapa do World Qualifying Series Masculino e 6.a do Feminino.