Existe hoje em Florianópolis (SC) um grande número de pessoas que precisa apenas de um par de nadadeiras para surfar com muito estilo. São os praticantes do bodysurf ou surf de peito.
No meio da praia da Joaquina, Florianópolis (SC), em uma comunidade conhecida como Reefifi, está localizado o projeto Kaha Nalu Escola de Bodysurfing Profissional.
Adolescentes foram selecionados e foi formada uma equipe de bolsistas, que participam de aulas teóricas, práticas, recebem transporte, alimentação e todo o equipamento necessário, como roupa de borracha e nadadeiras.
As lições aprendidas ali vão muito além do surf de peito e do esporte, servem para a vida. Além do surf de peito, os alunos praticam atividades complementares como yôga e percussão em um espaço amplo e familiar.
?Sempre pensamos em fazer do esporte um meio para transformação social, de transformar jovens em lideranças conscientes para o futuro, com auto-estima e autoconhecimento?, explica Henrique Pistilli, um dos fundadores do Kaha Nalu.
O aluno Conrado Mujica, 15, acredita que a prática do bodysurf pode lhe dar um futuro melhor. ?O bodysurf é um esporte pouco difundido e muitas vezes discriminado, mas o projeto faz a gente acreditar em um esporte que gostamos muito?, afirma.
Já Yakã Souza, 16, aponta a disciplina e o comportamento como as melhores mudanças em sua vida, depois de começar a freqüentar as aulas.
A psicóloga e coordenadora pedagógica do projeto, Elise Schmitz, confirma todas essas alterações de comportamentos citados pelos alunos. ?Não tem preço quando nos reunimos com os adolescentes e ouvimos os mesmo falarem que depois de entrarem na escola muita coisa mudou na sua vida, como disciplina, responsabilidade, iniciativa para se expor em público, impulso de liderança, sem contar o desenvolvimento físico e a performance no mar?, diz.
Nas terças e quintas-feiras, as atividades começam às 9 horas com aula de percussão e sucata musical com o professor Beto. Os alunos vão para o treino na água com o professor Paulo Módolo se as condições estiverem boas.
Se o mar não estiver legal, eles ficam na sede e fazem yôga até às 11 horas. Aos sábados, o treino começa com yôga e depois o surf de peito rola solto.
Para incentivar ainda mais, os coordenadores do projeto lançaram atividades abertas à comunidade, como aulas de yôga, dança do ventre e percurssão. Aulas de teatro e outras atividades serão incluídas em breve.
Um aula experimental aberta à comunidade rola no próximo dia 2 de agosto na sede do projeto, localizada à rua das Gaivotas, 38, lagoinha Pequena, Rio Tavares, Florianópolis (SC).
O projeto seleciona novos bolsistas e alunos. Para os interessados, entre em contato pelo telefone (0xx48) 8415 1334 ou envie mensagem para [email protected] .
O Kaha Nalu Escola Profissional de Bodysurfing conta com patrocínio de Instituto EcoSocial, FunDive, VIVO e Governo do Estado de Santa Catarina.