Brazealand
Brazucas invadem tela gringa
Final de julho na Nova Zelândia. A temperatura da água é congelante e as montanhas
estão totalmente brancas. O snowboard toma o lugar do surf e a temporada de inverno está bombando por aqui.
Checando o surf repórter local vi um anúncio de um festival de vídeos de surf amador. O mais interessante foi saber que parte do dinheiro arrecadado seria para salvar vidas nas comunidades de Mentawai, uma parceria da Surfaid International e Christian Surfers.
Resolvi me inscrever. Confesso ter um rico arquivo pessoal com boas imagens e isso me encorajou a entrar na disputa de novas revelações.
O nome escolhido para meu pequeno video de três minutos foi Brazealand, um mix de Brasil com New Zealand e o tema abordava a presença cada vez mais marcantes de brasileiros nas águas do país.
O festival aconteceu na cidade de Gisborne, a meca do surf na costa Leste da Nova Zelandia. Para minha surpresa, os vídeos foram apresentados na tela do cinema, uma maneira de adrenalizar tanto os participantes como a comunidade local, que estava presente em massa no evento.
Quando meu video foi exibido na tela pude escutar e sentir uma vibe diferente, não muito positiva, a trilha sonora em português tocou os gringos e a reação dos locais não poderia ser diferente.
Fiquei com medo de ser vaiado, mas fiquei bem de cantinho e ninguém percebeu minha presença ali, até que acenderam as luzes do cinema e o representante da “Surfista de Cristo de Gisborne”, Don Pearson, anunciou os dois vídeos vencedores da noite iniciando seu discurso com a seguinte pergunta: “Silvério Filho está presente?”
Fiquei muito feliz com o resultado. A segunda colocação em meu primeiro festival do outro lado do mundo fez eu me sentir um campeão. Melhor que isso foi a oportunidade de mostrar e agradecer a Nova Zelândia por tudo que tem me oferecido em termos de evolução de vida. Agradeci a Deus e a todos os locais, que sempre me trataram com respeito dentro e fora d’água.
Depois desse pequeno discurso fui aplaudido pelos mesmos que fizeram eu me sentir um haole no início da apresentação.
Agradeço também a galera de todo Brasil. Por aqui seguimos levantando a bandeira.
Kiaora!