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O atleta Marcus Lima foi o grande destaque da seleção brasileira que conquistou a medalha de bronze no ISA Games. O bodyboarder mostrou todo seu talento e garantiu ao Brasil o único título individual no evento que ocorreu em Portugal. Depois da conquista, Marcus fala sobre seus objetivos para o ano de 2009.
Você foi o único brasileiro a levantar o troféu de campeão no ISA Games. Qual o peso desse título na sua carreira e qual importância que você acha que ele tem para o bodyboard?
Em primeiro lugar, eu gostaria de agradecer a todos os bodyboarders brasileiros que acompanharam minha conquista. Eu acho que o peso de um título desses em minha carreira é altamente positivo. Anteriormente, apenas dois brasileiros haviam conquistado o mesmo título (Jeferson Anute e Guilherme Tamêga), daí vem o maior peso do título. Venho trabalhando há muito tempo, investindo em minha carreira profissional. Com isso, tenho colhido bons frutos e obtendo bons resultados. As coisas agora tendem a melhorar não só pra mim, mas para o esporte, pois um título desses prova que o bodyboard também é um esporte importante no cenário nacional.
Como você vê a atual situação do bodyboard no Brasil?
Eu vejo nossa situação meio que numa arena de guerra atletas contra organização. Por um lado isso é muito bom, pois pressiona os organizadores de eventos a melhorar o nível das competições, fato este que está acontecendo nos últimos anos. Por outro lado, é ruim, pois é gerado um clima de guerra, que breca o desenvolvimento do esporte e de investimentos. Eu acredito que a união faz a força e ninguém é mais forte do que nós todos juntos. Em um balanço geral, as coisas estão melhorando e tendem a melhorar ainda com esse título mundial que ganhei e com mais um que vem para o Brasil.
Como foi disputar uma competição por equipes? É diferente entrar em um evento sabendo que o resultado geral é mais importante do que o individual?
Poxa, disputar uma competição por equipes foi muito diferente e divertido. Todos competem uns pelos outros, sem contar categoria, idade ou estilo de surf. A diferença é que sua responsabilidade é dobrada, pois seu resultado individual reflete no resultado geral da equipe. No nosso caso foi positivo, pois todos levaram muito a serio a competição por equipes trazendo o bronze para o Brasil.
Quais são seus objetivos para o futuro?
Meus planos são competir o circuito da IBA no ano de 2009, reforçando o time brasileiro no tour mundial e com certeza, fazer parte da seleção brasileira do ISA no ano que vem, que será realizado na Costa Rica.
Você acha que essa conquista pode mudar alguma coisa na sua vida de atleta ou até mesmo na sua vida pessoal?
Sim, pode mudar e já está mudando, tanto na vida de atleta como na pessoal. Conheci muita gente boa e aprendi muito com elas, independente se eram do surf, longboard ou bodyboard. São todos seres humanos, possuem defeitos e qualidades, nós aprendemos e ensinamos. Isso é muito importante, se guarda por toda vida.
Como você começou a pegar onda de bodyboard? Quem foram os seus grandes incentivadores?
Eu comecei a pegar onda em 97. Tinha um bar na praia e um dia um cliente esqueceu um bodyboard lá. Eu comecei a usá-lo e a partir daquele dia não larguei mais. Sempre tive incentivo dos meus pais e de amigos, que eram uma mistura de técnicos e adversários nas competições locais. Tudo isso fez com que eu tomasse um gosto especial por competições.
Quais são os seus maiores sonhos dentro do bodyboard?
Um dos meus sonhos eu acabei de realizar ao ser campeão mundial do ISA. O outro é viajar o mundo e ser campeão mundial do IBA tour. Quem sabe no ano que vem.
Você acredita que o bodyboard está em alta novamente? Como você vê o cenário dos circuitos no Brasil e no mundo?
Acho que o bodyboard atravessa uma boa fase no Brasil e no mundo. Estão acontecendo bons eventos aqui no Brasil, temos dois atletas na ponta do tour mundial esse ano e vários outros entre os top 16. No entanto, fazendo um balanço geral de crescimento e investimento no esporte eu acho que ainda tem que melhorar, pois olhar para frente nunca é demais. Ainda temos o que fazer para chegar ao nível mais alto do esporte.
O que um atleta precisa para ser campeão do ISA Games?
Muita disposição, pois o evento é longo e você se desgasta muito. Tem que passar o dia inteiro na praia. Tem que existir aquele espírito de equipe, pois você tem que apoiar os seus companheiros ao máximo, gritando, torcendo e correndo de um lado para o outro. É preciso também muita determinação, pois o atleta tem que manter o foco durante os 10 dias de competição, este é um fator crucial no bom desempenho na competição. Essa foi a receita que eu levei de casa para vencer o ISA.
Conte para nós qual a sua relação com o boydboard. Porque você escolheu esse esporte?
Minha relação com o bodyboard é muito boa. Tento treinar todos os dias me manter preparado fisicamente e emocionalmente sempre. Levo o bodyboard como meta de vida, sempre crescendo,aprendendo e me fortificando. Essa é, sem sombras de dúvidas, minha filosofia de vida. Eu não escolhi o bodyboard, ele quem me escolheu, veio até mim.
