Angela Bauer

Balanço de fim de ano

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Luiza Tavares foi a primeira campeã do Circuito Carioca de Longboard. Foto: Arquivo pessoal.

Pois é galera, chegamos ao final do ano comemorando duas grandes conquistas no longboard feminino: aumento da premiação para a categoria Profissional e espaço garantido para a nova geração, ou seja, a categoria amadora nos eventos da Petrobras.

 

Parabéns às representantes da categoria Sabrinas Olas e Cris Pires pelo trabalho suado. Este é um trabalho  voluntário, exige muito tempo e com certeza muito amor. 

 

Acho legal alguns atletas como o Bagé trazerem sabedoria para nossa categoria. O Olimpinho também fez isso quando estávamos começando. Temos muita sorte de termos os melhores longboarders do mundo ao nosso lado, sempre nos ajudando a evoluir.


Os fotógrafos também dão a maior força! É muito legal ver nossas fotos, pois assim podemos corrigir nosso posicionamento e usá-las

Mainá Thompson representa o time desde as antigas. Foto: Arquivo Pessoal Angela Bauer.

para divulgar nosso trabalho. Obrigada ao Rick Werneck, Guga Mariano, Bidu, Alvinho, Alan, Bruno Lemos, galera do surfnalata.com.br e todos aqueles que contribuem para o nosso trabalho. 

 

O trabalho e a força de vocês são fundamentais! Vocês registram a história do nosso surf, também tomam os caldos, passam frio e momentos difícieis para registrar o momento mágico de cada onda e cada surfista.


A primeira campeã do primeiro Circuito Carioca de Longboard, que também foi o primeiro circuito de longboard feminino no Brasil foi a Luiza Tavares, que tem um surf lindo no estilo clássico e contribuiu bastante de várias maneiras para o crescimento da categoria no Brasil.

 

A Luiza sempre arranja um jeito de ajudar outras atletas e muitas vezes deixou o trabalho de lado para participar das competições. Luiza sempre abriu as porta de sua casa para atletas de outros estados se hospedarem e nínguem voltava de mão vazia, se não ganhava nada como premiação do campeonato, ganhava bolsas maravilhosas de sua empresa chamada Lucy and Co.


Foi com muita luta e sacrificio que conquistamos nosso espaço e hoje podemos comemorar o sucesso de nosso trabalho pioneiro que resultou na oficialização da categoria no Brasil.


Na época éramos poucas. Eu tinha que pedir para as atletas de pranchinha como a Ana Paula Mello e a Bianca Lima para participarem como longboarders  e completarem as baterias, emprestava minha prancha e tudo mais.

 

Eram cinco etapas nos melhores picos de surf do Rio de janeiro, Arpoador, Saquarema, Prainha, Macumba e  Barra. Era muito legal, todas estavam começando. O time era eu, Ana Faulhaber, Marcia Portes, Cris Stockler, Monique Freitas, Luiza Tavares e Mainá Thompson. 

 

A grana sempre foi pouca e teve uma etapa que ganhei um troféu reciclado (risos), que já tinha premiado alguém antes, que sem nenhum apego o doou para o campeonato estadual.


Como em todas as organizações, associações e ONGs o movimento é feito pelo grupo de pessoas envolvidas e quando esse grupo se dissolve muitas vezes o trabalho também acaba. Com a mudança da diretoria e presidência da Feserj nós perdemos as cinco etapas. 

 

De qualquer maneira fica registrado aqui meus parabéns para o Milton Waksman que me aceitou como presidente da WILA nas reuniões da Feserj e incluiu nossa categoria pela primeira vez na historia do long feminino no Brasil. 

 

Sei que foi uma luta abrir espaço durante os eventos para uma nova categoria e principalmente de iniciantes, mas conseguimos e demos início a um movimento que não parou de crescer.


Este ano a nova geração mostrou coragem e disposição surfando em ondas de respeito durante a última etapa do Circuito Petrobras na praia da Macumba, que de acordo com as informações que recebi da Media Guide, este ano a etapa teria apenas a categoria amadora dando um incentivo para a continuidade desta categoria no Brasil.

 

Fiquei meio triste de termos perdido as etapas do circuito profissional na praia em que tudo começou, mas por outro lado achei bacana a categoria amadora ter espaço para evoluir. Foi legal ver que o número de atletas amadoras cresceu bastante e o nível técnico das iniciantes também evoluiu.

 

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Angela Bauer sempre em ação nas competições. Foto: Bidu.

É verdade que a maioria das meninas que estão no long hoje vieram da pranchinha, muitas com bastante experiência em competições, o que faz muita diferença, mas a galera que começou a competir no long está mostrando que tem muita garra e total apoio das famílias e cedo ou tarde acaba adquirindo experiência em campeonatos e conquistando um lugar no pódio. 

 

Isto é bom, pois não deixa morrer aquele espírito de união e alegria que existe no longboard, além de garantir a torcida que é basicamente feita das famílias das competidoras.


O lance é continuar treinando porque todo mundo tem o seu dia e toda a dedicação traz resultados cedo ou tarde!


É muito bom competir e este ano participei apenas da primeira etapa do circuito brasileiro, que aconteceu no   Espírito Santo, onde fui muito bem recebida. Os capixabas são muitos simpáticos e eu peguei altas ondinhas, fiz novas amizades, conheci outras longboarders com um surf muito bom, como o da atleta capixaba Sharon Pimenta e o pessoal da rádio Sunset FM, que me presenteou com uma camiseta irada que todo mundo pergunta onde eu arranjei! Foi super legal! Espero poder participar novamente no ano que vem. O Conde  organizou um ônibus para a galera do Rio e além de mais barato e confortável foi divertido. Com direito a filmes e tudo mais…


A vice-campeã  da última etapa do Circuito Petrobras de Longboard, Melissa Gergull gosta das ondas grandes  e este é apenas o primeiro campeonato da Petrobras em que participa e o segundo de sua carreira. Melissa é big rider e está aprimorando suas manobras no long.

 

Depois de surfar anos de pranchinha, está mostrando que veio para ficar e perdeu apenas para a atleta Fernanda Daichtman, que ocupa a 6ª colocação no ranking profissional de longboard feminino deste ano.

 

Parabéns  também para Rayanne Amaral da nova geração de longboarders da praia da Macumba, que nos surpreendeu com sua participação. Rayanne é um dos orgulhos de nossa praia. Além da beleza, simpatia e humildade, esta carioca está se dedicando muito aos treinos e já colhe resultados, pois ganhou da atleta profissional Isadora Costa, que atualmente ocupa a nona colocação no ranking brasileiro.

 

E eu to comemorando com a Chloé que me mandou um email dizendo: “Estou muito feliz porque em 2009, o Circuito Petrobras de Surf Feminino contará com a nova categoria Longboard Júnior, o que ajudará na renovação do esporte e será uma porta aberta para novas meninas que queiram iniciar no esporte”.

 

Esperamos que hajam muitas meninas interessadas no longboard a partir do ano que vem. Parabéns nova geração! Voces estão representando! E nossa praia da Macumba vai se tornando cada vez mais um berço de campeãs de longboard.

 

Então, nova geração, vamos nos movimentar em prol da educação ambiental, reduzindo o uso dos plásticos, reciclando, retirando o lixo da praia, da natureza em geral, o seu e o dos outros. Temos que começar a ir à praia com um saco para recolher o lixo.

 

O lixo é um caso sério, estou detestando remar em sacos plásticos, que sensação ruim, todos nós temos que fazer nossa parte, e às vezes a do vizinho também, pois todos nós vamos sofrer quando a ilha de plásticos que circula no oceano chegar em nossas praias. Acredite que uma pessoa faz a diferença. Conscientizem-se!


Agora estou muito engajada em participar de movimentos ecológicos que alertem as pessoas sobre a necessidade de novos hábitos em relação ao lixo que produzimos.


Procurei a recicloteca que é uma ONG que trabalha e educa a população sobre a reciclagem e me inscrevi no programa de vivência que eles oferecem gratuitamente, para poder me educar e passar isso para as pessoas  através de meus projetos futuros. Confira o site Recicloteca.

 

Aprendi a fazer potes e brinquedos com garrafas pet, espero que isso vire moda e ao invés de comprarmos  potes de plásticos para guardar coisas, reciclemos as garrafas pet, ou seja, o plástico, assim podemos  reduzir o consumo dele contribuindo com a natureza, que não tem mais lugar para guardar esse lixo. O problema é serio galera, precisamos conscientizar a todos para que cada um faça sua parte e contagie outras pessoas, afinal quem quer remar em sacos plásticos!?


Nós mulheres temos um papel fundamental nessa missão, pois além de sermos na maioria da vezes a compradora da casa, também produzimos muito lixo de plástico com os absorventes e fraldas descartáveis. Foi recolhendo esse lixo da praia na semana passada  que me toquei o quanto nós mulheres  produzimos lixo de plástico, todos os meses.


Esta semana visitarei o palácio das ONGs para me informar sobre as ONGs existentes e procurar conhecer o trabalho das que estão focando seus esforços nos problemas relacionados ao oceano, a praia e a educação, além de ver quem realmente está  fazendo um trabalho efetivo e de respeito, não apenas de oba-oba como tenho visto desde que resolvi me tornar uma ativista ambiental ativa.

 

Se você acha que pode colaborar nesse movimento, então participe. Vamos ajudar quem quer fazer alguma coisa em prol da educação ambiental, converso direto com muitos surfistas e vejo que a maioria não tem uma participação ativa ou nem sabe o que esta acontecendo no planeta, como por exemplo a existência da ilha de plásticos entre o Hawaii e o continente americano, motivo pelo qual milhares de animais estão morrendo.

 

Boas ondas sem poluição para todos!