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Adeus ao Bruxo

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Taiu Bueno e Marcelo Falcão durante show do Rappa em Sampa, dia de sua despedida com o Bruxo. Foto: Camila Fernandes Pereira.

A cada dia que passa a vida nos testa. Apesar do dia-a-dia parecer uma rotina, na verdade os detalhes de nosso cotidiano se não forem aproveitados e vivenciados ao limite, estamos deixando de viver a melhor parte da vida, talvez a razão de existirmos como humanos e a essência da felicidade.


Estou falando da troca de energia e das vibes boas quando encontramos nossos amigos. Do esforço que temos que fazer para comparecermos a algum evento quando um convite é feito por alguém que queremos bem. 

 

Falo isto porque os nossos dias aqui na terra estão contados e não dá para negar essa verdade. Percebemos isto ainda mais quando algum amigo muito próximo e gente boa se vai. Nunca saberemos se quando encontramos alguém, aquela será a última vez como humanos.


Falo isto porque na última segunda-feira (8/12), eu e muitas pessoas de Ubatuba, Maresias, Guarujá e São Paulo, perdemos um grande amigo.


O Claudio ´Bruxo´, como era conhecido por muitos, sempre foi uma pessoa muito divertida, de uma alta energia positiva. Um grande amigo, pai, irmão e filho. Sem palavras para falar sobre esse nosso amigo que partiu daqui tão de repente, em um jogo de futebol, que ele freqüentemente jogava em São Paulo.

 

Eu tenho recordações especiais deste grande amigo. Em Ubatuba no início dos anos 80, o Bruxo era uma presença constante em Itamambuca. No campeonato de 1984 ele vibrou comigo. Em Maresias eu tenho muitas recordações dele no outside nos finais de semana, muitas vezes admirando os tubos que eu pegava por lá e gritando na vibração.

 

No Hawaii, em 1986 ele estava na casa dos Keawe´s, em Rocky Point, quando ficaram 40 brasileiros alojados ali e acabou ´sujando´geral para os brasileiros com os locais.

 

Quando eu me acidentei em 1991 para 1992, logo nas minhas primeiras idas de volta para Maresias, ele me colocava no buggy branco e dávamos vários roles pelas areias da nossa querida Marerê. Em Sampa, quando ia me visitar em casa, ele batia na porta e a minha mãe perguntava quem era. Uma voz respondia: É o Bruuuxo!


Eu fiquei muito triste por saber que não vou mais encontrá-lo nesta vida. Quando penso na quantidade de pessoas que o conheciam e gostavam dele, acredito que tenha muita gente sentindo este mesmo vazio, esta saudade antecipada.


O show do Rappa foi a maior vibe para todos nós. Para eu e o Enrico foi um grande presente do Jonas, do Fabio Xerife e dos amigos que fizeram isto acontecer. Eu fiquei com o Claudio direto no show, conversando muito.

 

Foi a minha despedida, mas eu não sabia. Este show que já era especial, agora se tornou eterno. O bruxo estava diferente, falando de Jesus, de Deus e me falou para ler o Salmo 92, que era o que ele mais curtia. Ele estava muito preparado espiritualmente para partir, e Deus o chamou, só pode ser isso.


O pior é que ele me convidou para ir no final de semana a um churrasco em Maresias e me ofereceu para ficar em sua casa, que é terrea. Eu estava sem carro e marquei com um amigo, que no dia não pôde disponibilizar seu carro e acabei não indo.

 

Ele me deu o celular novo e na correria, nem liguei para dizer que não iria. Deixei para depois! Pois é…

 

Quando eu soube na terça-feira fiquei meio em choque até bater uma grande tristeza. Procurei seu telefone e mesmo sabendo que ele não iria mais me atender liguei.


Deu caixa. “Ao sinal deixe seu recado: Claudio”. Não segurei a onda, chorei muito e deixei o seguinte recado: Claudio, tarde demais! Demorei! Vai com Deus irmão! Vamos sentir muitas saudades! Nós te amamos!

 

Desliguei, e continuo triste! Beijão irmão!

 

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