Big shaper

Beto Santos na onda do tow-in

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Beto Santos durante visita à redação do Waves. Foto: Marcelo Barros.

Considerado um dos melhores shapers em atividade no Brasil, o carioca Beto Santos, 47 anos, trabalha há 29 na fabricação de pranchas.

 

Beto iniciou sua história com o tow-in quando Eraldo Gueiros e Carlos Burle voltaram da temporada havaiana cheios de idéias e iniciaram um trabalho com o objetivo de aprimorar e fabricar pranchas para o surf rebocado de alta performance no Brasil.

 

Profundo conhecedor de linhas, curvas, fundos e outlines, Beto desenvolve pranchas cada vez mais funcionais, tornando-se o shaper preferido das towboards usadas pelos campeões mundiais Carlos Burle, Eraldo Gueiros e Maya Gabeira quando estão no Brasil.

 

Leia a seguir entrevista com o shaper, na qual ele fala sobre sua carreira e as diferenças entre shapes de tow-in e remada.

 

Você é um shaper renomado que acompanhou a evolução do surf no Brasil, como iniciou a proposta de fabricar pranchas de tow-in?

 

Pra mim o tow-in começou com a chegada de Burle e Eraldo na minha fábrica anos atrás, com outlines de pranchas que acabavam de trazer do Hawaii. Logo me interessei pelo novo horizonte, acreditando que ali havia um futuro brilhante para o surf e os shapers.

 

Quais as diferenças básicas entre as pranchas de remada e tow-in?

 

A prancha de remada lida com uma velocidade muito inferior a de tow-in, sendo assim, as curvas são diferentes. Em uma prancha de remada você tem controle do seu corpo em relação à velocidade, na de tow-in isso fica muito mais tenso, o que demanda muito mais controle.

 

Você fabrica pranchas para Eraldo, Maya e Burle surfarem rebocados no Brasil. Existem grandes diferenças nas pranchas desses três atletas?

 

Na verdade são muito pequenas. As pranchas são projetadas para serem usadas em condições extremas de velocidade, as diferenças são mínimas, um pouco de volume aqui ou ali, mas tudo muito sutil.

 

Para o futuro, você pretende fabricar pranchas de tow-in para ondas como Jaws, Mavericks e Dungeons?

 

Sim, é sempre desafiador fazer shapes para esse tipo de ondas. Gostaria de ter tempo e ficar uma temporada nesses picos, observando as ondas para fazer o “foil” mais funcional.

 

Quais as diferenças entre as pranchas de tow-in para o Brasil e para esses picos?

 

No Brasil você tem ondas grandes, mas como sabemos, o oceano Pacífico é onde as ondas encontram mais espaço para crescer e realmente não tem comparação com o Atlântico Sul. Aqui as ondas possibilitam manobras, nesses picos é só “drive”, permanecer em cima da prancha. É muita velocidade!

 

Deixe uma mensagem para a galera que pretende praticar o tow-in.

 

Espero que o esporte continue evoluindo no Brasil, mas quero deixar um recado aos iniciantes. Preparem-se, façam cursos de pilotagem e salvamento com profissionais experientes, porque o esporte não é tão simples quanto parece. Boas ondas e divirtam-se.

 

Fonte CarlosBurle.com