Mundial de bodyboard

Renata dá a letra de campeã

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Renata Cavalleiro bota para baixo sem medo. Foto: Arquivo pessoal.

Ela é bonita, inteligente, empreendedora e campeã mundial da categoria amadora de 2008. Com vocês, Renata Cavalleiro.

Em entrevista a atleta fala um pouco mais sobre o título, o terceiro conquistado pelo Brasil em 2008.

 

Você foi coroada como a melhor atleta amadora do Circuito Mundial de 2008, podemos afirmar que você é campeã mundial?

 

Sim, tem sido assim durante alguns anos. Como não existe um Circuito Mundial exclusivamente amador, há essa homenagem para a atleta amadora filiada ao circuito que tiver melhor colocação.

 

Como você soube que havia sido a melhor atleta amadora de 2008?

 

Renata Cavalleiro, vencedora do concurso Musa do Verão 2007 . Foto: Arquivo pessoal.

Analisando o ranking final de 2008. Depois disso o Derek Hulme

(diretor técnico da divisão feminina) cuidou de tudo e foi muito atencioso. Meu troféu e minha medalha são personalizados com meu nome e foto.

 

Conte como foi sua participação no Circuito Mundial de 2008?

 

Foram duas etapas no Brasil e depois fui para a Venezuela. O evento de Santa Catarina foi empolgante. Havia 51 atletas e eu passei duas baterias e terminei em 25º. Em Rio das Ostras não me dei bem e perdi logo na primeira fase. Já na Venezuela fiquei em 13º lugar. Terminei em 24º no ranking final.

 

Você nunca teve um título de expressão no Brasil, mas é campeã mundial amadora, como é isso?

A atleta posa com o troféu e medalha personalizada Foto: Arquivo pessoal.


Na verdade eu tenho um título estadual, mas não do meu estado. Fui campeã paulista em 2005 e vice em 2006. Aqui no Rio fui campeã da Copa Rio no ano passado e campeã do Musas em 2007, mas são circuitos independentes. Também fui vice-campeã carioca em 2007. Com relação ao Brasileiro, eu só o disputei de forma completa no ano passado, mas o único resultado importante que tive veio na última etapa. Nos outros anos eu só participava de uma ou duas etapas, normalmente as mais próximas do Rio de Janeiro.

 

A sua evolução nos últimos anos tem sido muito boa, inclusive recebendo elogios de juízes e pessoas do meio. Você já surfa há muito tempo, mas o que aconteceu nos últimos anos?

 

Eu me dedico bastante. Treino quase que diariamente antes do trabalho, até umas 8:30 horas e às vezes consigo fazer fim de tarde. Também estou correndo e pedalando, o que ajuda no preparo físico. Além disso, eu comecei a treinar mais em ondas para direita. A Soraia Rocha é uma das pessoas que me ajuda sempre com isso. E não posso deixar de mencionar o Julio e o professor Ley (Escola de BB da Rocinha), que estão sempre de olho nas minhas ondas e dando suas dicas. Eu também aprendi a relaxar mais antes das baterias, pois o nervosismo muitas vezes me atrapalhava.

 

Desde que você liderou o movimento feminino Musas do Bodyboard você deu uma sumida. Depois do movimento você optou por se dedicar mais ao o seu surf e a sua vida pessoal? O que tem feito desde então?

 

Sim, exatamente. O Circuito Kpaloa Musas é algo de que eu, Julio, Mariana e Isabela Nogueira nos orgulhamos muito. Mas todos tivemos que priorizar alguns aspectos da vida pessoal, o que acabou impedindo a continuidade em 2008. Atualmente eu me dedico aos treinos, ao projeto social da Escola da Rocinha, ao meu trabalho “oficial” como gerente administrativa da grife Nymphe e também faço alguns trabalhos como modelo.

 

Você conseguiu entrar na área de publicidade por meio de sua beleza e talento no esporte, como foi isso?

 

Depois que eu venci o concurso da Revista Domingo do JB “Musa do Verão” em 2007, achei que valeria a pena investir nisso. Eu tenho assessoria da Agency Models, que me passa os testes e os trabalhos. Faço catálogos, comerciais para a televisão, editoriais de moda e alguns desfiles. Em março sai o editorial produzido para a revista Rio de Janeiro, com fotos no Iate Pink Fleet, do empresário Eike Batista.

 

Algum projeto em andamento para 2009?

 

Eu e Julio vamos passar um mês na Indonésia no meio do ano e também queremos planejar a chegada de nosso herdeiro para 2010.

 

Você é uma atleta que tem um shape exclusivo de pranchas, da marca internacional do nove vezes campeão mundial Mike Stewart. Como é essa experiência?

 

Eu me orgulho muito disso. Eu já fazia parte do time desde 2005 e recebi o convite para criar o shape diretamente do Mike Stewart. O Julio, que é designer, me ajudou com a logomarca e o Passarinho, da Vortec me ajudou com a burocracia. Escolhi meu shape de acordo com a onda que eu gosto, desenhei as opções de cores e elas estão aí no Brasil desde outubro de 2008.

 

Quais são as empresas que te patrocinam?

 

Produtora Cinerama Brasilis, pranchas Science, Kpaloa, Insane, Bintang e Clínica Capilar By Maira.

 

Agora como profissional você vai correr o Tour Mundial?

 

Sim, pretendo correr algumas etapas do mundial, mas não sei se conseguirei ir a todas elas. Possivelmente não vou para Pipe, o que é uma pena, pois adoro esquerdas! Irei certamente às etapas brasileiras e, se Deus quiser, vou para as etapas da Europa também.