West Side

Soul style em Makaha

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Enquanto alguns surfistas pegavam ondas gigantes e tubulares em Teahupoo, Tahiti, nós aqui no Hawaii tivemos que nos contentar com ondas de tamanho médio, porém perfeitas.

Depois de ter recebido um telefonema de Leco Salazar falando que tinha altas ondas em Makaha, me desloquei para o Oeste da ilha. Não costumo sair muito do North Shore nem para surfar, nem para fotografar, mas a pedido de Luciano Ferrero (editor de fotografia da revista Fluir), resolvi dirigir por quase uma hora na intenção de tentar capturar algumas imagens para ilustrar a reportagem sobre a família Salazar no Hawaii, que deve estar nas páginas da próxima edição da Fluir.

Logo ao chegar à praia, já vi um tumulto no lado esquerdo, onde não dá muita onda. Logo percebi que era a equipe de filmagens do filme de Bethany Hamilton, “Soul Surf”.

O engraçado é que onde o pessoal surfa, não havia quase ninguém. Logo de cara já vi Picuruta vindo lá de trás do point e, mesmo surfando com uma prancha emprestada, o “Gato” vinha fazendo um surf impecável.

Mas, na minha opinião, as melhores ondas estavam no inside, pois elas encaixavam mais na bancada, formando uma parede bem longa, perfeita para manobras. Confesso que foi uma certa tortura ter que fotografar aquele mar, pois eu sou um grande fã de ondas para a direita e na verdade nunca havia visto Makaha quebrando tão perfeito como naquele dia.

Então, houve um momento em que tive de entrar na água para pegar pelo menos duas ondas para que pudesse continuar a fotografar. Reparei que muitos dos locais estavam trabalhando na produção do filme e realmente o crowd estava muito tranquilo no outside.

Sorte de quem estava na água, como foi o caso de Leco Salazar. O garoto simplesmente fez a mala de stand up, pegando ondas tanto para a direita quanto para a esquerda. Também vi que havia uma galera do Brasil na água fazendo aquele free surf relax.
 
Além da perfeição e constância das ondas, o que mais me chamou a atenção foi ver um local destruindo as ondas com um pedaço de madeira que eles chamam de “alaya”. O rapaz dava umas rabetadas com pressão, depois já encaixava uns 360. Até tubo vi o cara  pegando…  Realmente impresionante!

Depois de sair da água ele passou pertinho de mim, mas fiquei com vergonha de perguntar o seu nome, apenas o elogiei pela incrível performance. Na real nem imaginava que alguém podia surfar tão bem em cima “daquilo”.

No dia seguinte, o mar abaixou radicalmente, mas as imagens de Makaha continuavam na mente e provavelmente a partir de agora vou tentar algumas investidas no West Side, pois o pico parece ter um potencial incrível. Independentemente da prancha que estiver usando, ali é diversão garantida! Aloha!