Puerto no limite

Scooby segura o rojão

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O carioca Pedro Scooby fez o que todo surfista tem vontade de fazer: entrou na água, pegou um tubão e saiu rindo à toa.

Mas os detalhes de sua investida no México é que fazem a história ter contornos relevantes. Como o fato de ele ter que surfar com uma prancha emprestada e pegar o tubo da vida em menos de 10 minutos na água.

Confira acima o vídeo com a onda da vida de Pedro Scooby. Na entrevista abaixo, o atleta relata os fatos que antecederam o momento em Puerto Escondido.
 

Quantas vezes você já foi surfar no México?
 
Três vezes. Sendo que a primeira vez fiquei três meses. Foi quando captei imagens para o filme Surf Adventures.
 
Há quanto tempo estava sem surfar antes desta trip?
 

Quatro meses. Tinha quebrado meu pé e fiquei de molho em casa. Voltei a surfar no México.
 
Há quanto tempo você estava no México antes de entrar o swell em que você pegou o tubo?
 
Cheguei ao México último dia 10 de agosto, dia do meu aniversario, por isso que lembro (risos). Acho que este swell foi uns oito dias depois.
 
Quais picos você tinha surfado antes de entrar este swell?
 
La Punta, que fica na ponta esquerda de Puerto e Chacawa, há 1 hora de Puerto de, carro e mais 40 minutos de barco.

 

Conte como foram os momentos que antecederam a sua entrada no mar?
 
Estava sem esperança de surfar no dia. Tinha acordado cedo e vi que o mar estava gigante e estava sem prancha para surfar naquelas condições. Então fui para a praia ficar vendo o surf, estavam os melhores do mundo na água e depois de umas duas horas estava na areia vi uma onda animal do Gordo (Felipe Cesarano) e uma do Grant Twiggy Baker.

Foi quando meu amigo Bento saiu da água e me ofereceu sua prancha meio que brincando. Não titubeei, saí correndo para colocar uma bermuda no quarto e fui para a água com o coração batendo a mil por hora. Quando cheguei lá, fiquei uns dez minutos esperando quando veio uma série e vi o quanto o mar estava grande, nunca tinha surfado com uma prancha daquele tamanho (9’0”), em um mar daquele tamanho.

Fiquei esperando e entrou uma série. O Twiggy foi na primeira e logo atrás veio uma maior ainda e eu estava posicionado perfeito para ela e comecei a remar e a galera gritando para eu ir: dropei e consegui fazer a cavada e colocar para dentro e logo depois sair com o spray, foi a melhor sensação da minha vida, e melhor tubo da minha vida também.

Quando sai da água estava o Twiggy amarradão correndo na minha direção comemorando a minha onda, fiquei muito feliz, pois vejo ele como um ídolo e ele prestigiou um dos momentos mais especiais na minha vida no surf. Depois ainda ficaram comentando que tinha sido o melhor tubo do dia, não sei se foi, mas para mim sei que foi o melhor da minha vida. 
 
Como foi estar no outside com alguns dos maiores nomes do big surf mundial?
 

Foi muito emocionante estar com os maiores ídolos de ondas grandes do mundo, tenho certeza que aprendi muito em dividir o outside com eles. Estava surfando ao lado de nomes como, Jamie Sterling, Twiggy, Greg Long, Rusty Long, Mark Healey, Coco Nogales, Skin Dog, Dave Wassel, Gavin Beschen, Maya Gabeira, Anthony Tashnick.
 
Você acha que esta onda foi um marco na sua carreira? Por quê?

Tenho certeza que sim! Até agora foi o momento mais marcante para mim. Até então não era visto como um surfista de ondas grandes, isso pode ser um início, quem sabe (risos).
 
Você encara o surf em ondas grandes como uma possibilidade?

 
Penso nisso, quem sabe um dia.
 
Quais são seus próximos projetos para este ano?

Vou para o Hawaii no dia 25 de outubro. Acho que esta onda que eu peguei no México foi mais um incentivo para pegar as bombas havaianas. 
 
O Red Nose Tow In tem uma categoria Open, que premia o surfista que pegar a maior onda na remada durante o evento em Maresias (SP). Pensa em participar neste ano ou de repente ano que vem?

Com certeza, se não estiver lá como surfista competidor, estarei prestigiando o evento.

 

Foto da reportagem Kai Benson