Maresia Girls International

Jacque apronta no quintal

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Jacqueline Silva tem melhor atuação entre brasileiras no primeiro dia. Foto: Basílio Ruy. Foto: Basílio Ruy.

Depois de quebrar a prancha, Silvana Lima avança em Florianópolis. Foto: Basílio Ruy.

Válido como etapa de nível 6 estrelas do WQS Feminino, o Maresia Girls International 2010 começou nesta terça-feira (21/9) em ondas maiores de 1 metro e formação irregular na praia Mole, Florianópolis (SC).

 

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O dia amanheceu frio e chuvoso na capital catarinense, e logo no início da etapa – a penúltima do WQS nesta temporada – o tempo parecia estar fechado também para as atletas brasileiras.

 

Na primeira bateria do dia, Cláudia Gonçalves e Bárbara Segatto não superaram a inspirada Joanne Defay, revelação do surf francês, que avançou em primeiro depois de uma esquerda bem trabalhada de backside.

 

Joanne, de apenas 15 anos, aplicou duas rasgadas e finalizou bem a onda, com uma batida forte na junção. Ela conquistou nota 8.50 dos juízes e terminou com somatório de 15.50, as maiores pontuações do primeiro dia.

 

A sul-africana Nikita Robb, integrante da elite mundial, também achou boas esquerdas e avançou em segundo, com 11.55 pontos. Cláudia Gonçalves (7.85), em terceiro, e Bárbara (2.70), em quarto, deram adeus à competição.

 

Não demorou muito e na segunda bateria Taís de Almeida tratou de abrir caminho para as brasileiras na praia Mole. A carioca classificou-se em segundo na disputa vencida pela jovem australiana Laura Enever, vice-líder do ranking do WQS da temporada. A sul-africana Tarryn Chudleigh acabou eliminada.

 

Mas o grande destaque brasileiro na abertura do Maresia Girls International foi a local Jacqueline Silva. No sétimo round do dia, Jacque provou conhecer muito bem as ondas do pico e abriu a bateria com uma ótima esquerda, que lhe rendeu 8.00 pontos.

 

Local da Barra da Lagoa, pico vizinho da praia Mole, a catarinense finalizou a disputa com mais uma nota 5.00, suficiente para lhe garantir a ponta da bateria.

 

“Abrir a bateria de estreia com uma boa nota é fundamental. As condições não estão as melhores, a onda está muito rápida. Aqui é meu local de treino e fiquei um pouco nervosa, mas aquela boa onda me deixou mais aliviada. Estou muito feliz de ter avançado. Agora vai afunilar cada vez mais, pois o nível da competição está muito alto”, afirma Jacque.

 

A brasileira Marina Werneck e a francesa Justine Dupont duelaram até o último minuto pela segunda vaga. Melhor para Marina, que garantiu a dobradinha brasileira com boas rasgadas de backside e o somatório de 7.05. Justine Dupont (6.90) e a catarinense Juliana Quint (5.55) se despediram do evento.

 

Entre as integrantes da elite mundial que participam do WQS, destaque para a havaiana Coco Ho, filha do lendário Michael Ho. Coco avançou sua bateria em primeiro com muita tranquilidade e segue na briga pelo título em Florianópolis. A atleta, que costuma dar sorte em águas brasileiras, diz gostar de competir em ondas diferentes de seu país de origem.

 

“É minha quarta vez no Brasil. Além disso, viajo desde os 13 anos pelo mundo. Mas a verdade é que me sinto cada vez mais à vontade nos beach breaks brasileiros”, revela a atleta, sétima colocada no ranking do World Tour desta temporada.

 

Na quarta bateria do dia, Silvana Lima protagonizou um momento inusitado na praia Mole. Depois de radicalizar e botar para dentro de um tubo quase impossível, a brasileira teve sua prancha partida ao meio.

 

“Fiz a rasgada, acelerei na onda e botei pra dentro do tubo que acabou me esmagando. Não é fácil ter que correr na areia fofa para buscar outra prancha reserva, mas faz parte da vida do atleta”, conta a cabeça-de-chave número 1 da competição.

 

Mesmo com o imprevisto, a cearense avançou em primeiro depois de bons ataques de backside. Em uma bateria de poucas ondas boas, a japonesa Sayuri Hashimoto ficou em segundo. Valéria Solé (Per) terminou em terceiro e Marina Rezende (Bra) foi a quarta.

 

No último confronto do dia, o único 100% brasileiro da primeira fase, Bruna Schmitz virou em cima de Diana Cristina (2º) e Suelen Naraisa (3º) na bateria mais equilibrada do Maresia International até agora.

 

A paranaense teve tranquilidade para tirar a liderança de Tininha nos minutos finais e não tomou conhecimento da experiência de Suelen, eliminada da competição. Com o resultado, Bruninha segue com chances de permanecer na elite do ano que vem pelo ranking do WQS, mas sabe da pressão que terá pela frente.

 

“É um evento 6 estrelas e ainda por cima no Brasil. Bate uma pressão e um nervosismo a mais, mas não adianta, tenho que me dar bem para chegar na última etapa no Hawaii com boas chances”, diz Bruna, 19º no ranking da divisão de acesso. 

 

Sul-americano da ASP O Maresia Girls International 2010 também define a campeã sul-americana profissional da ASP em 2010. A peruana Anali Gomez, líder do ranking, venceu sua bateria e segue no caminho do título. A segunda colocada Valeria Solé foi eliminada e deu adeus à disputa. As melhores brasileiras no ranking são Bruna Schmitz e Diana Cristina, empatadas na terceira posição.

 

Uma nova chamada para o início da segunda fase acontece nesta quarta-feira, às 8 horas. O evento é

transmitido ao vivo pelo site da Maresia.

 

Segunda fase do Maresia Girls International 2010 

 

1 Laura Enever (Aus), Pauline Ado (Fra), Joanne Defay (Fra) e Mizuki Hagiwara (Jap)
2 Silvana Lima (Bra), Sage Erickson (EUA), Nikita Robb (Afr) e Taís de Almeida (Bra)
3 Alana Blanchard (Haw), Sayuri Hashimoto (Jap), Marina Werneck (Bra) e Gabriela Leite (Bra)
4 Claire Bevilacqua (Aus), Jacqueline Silva (Bra), Bethany Hamilton (Haw) e Anali Gomez (Per)
5 Coco Ho (Haw), Ornella Pellizzari (Arg), Diana Cristina (Bra) e Monik Santos (Bra)
6 Bruna Schmitz (Bra), Courtney Conlogue (EUA), Cannelle Bullard (Reu) e Lakey Peterson (EUA)