Finalmente o vento terral entrou em Supertubos e as baterias do Rip Curl Pro voltaram para a água em bons tubos, que quebraram com mais de 1 metro na última segunda-feira (11/10) em Peniche, Portugal.
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O potiguar Jadson André teve uma bela atuação. Com 14.27 pontos somados, ele mandou para a repescagem o tricampeão mundial Andy Irons e o norte-americano Patrick Gudauskas.
Para isto, ele andou fundo e com muita velocidade nos tubos para a
esquerda e disputou forte as ondas com Andy Irons, que passou perto de conseguir a virada, mas não foi suficiente para deter o inspirado brasileiro, que surfa totalmente à vontade e muito sintonizado com os tubos portugueses.
“Ontem eu até pensei que o campeonato não ia rolar, mas fizeram a chamada. Eu estava tranquilo porque minha bateria era a última. Ontem realmente estava muito difícil, mas se no final de tarde tivesse rolado minha bateria eu poderia ter feito alguma coisa, porque a maré ficou cheia e a onda ficou bem parecida com o Nordeste”, explica Jadson André.
“Graças a Deus que eu não competi ontem, porque talvez se eu tivesse passado ontem dando aéreo iriam falar que eu só passei do Andy porque foi aéreo. Hoje eu competi em altos tubos e foi melhor ainda ter passado assim. Espero que na próxima eu continue assim”, deseja Jadson André.
O havaiano Andy Irons mais uma vez não se encontrou na repescagem e foi eliminado pelo australiano Kai Otton, pelo apertado placar de 10.83 a 10.40.
O destaque do dia ficou por conta do australiano Adrian Buchan, que conseguiu a melhor soma do evento até o momento. Com 18.00 pontos, ele não deu chance alguma ao seu compatriota Luke Munro, que obteve apenas 6.24 na soma e está fora do evento.
“Hoje tivemos baterias com boas ondas e outras com grandes períodos de calmaria, porém no geral as ondas foram bem divertidas na minha bateria. Elas estavam consistentes e consegui colocar um bom ritmo. Meu equipamento está muito bom e estou feliz por recuperar meu resultado depois do primeiro round decepcionante”, diz Adrian Buchan.
Mais uma vez a torcida compareceu em peso para apoiar os ídolos locais, mas infelizmente Tiago Pires e o portuga-alemão Marlon Lipke não tiveram sorte e acabaram eliminados.
Tiago Pires caiu diante do inspirado californiano Brett Simpson, que o derrotou por 14.27 a 10.17, em um momento do dia em que as condições já não estavam mais tubulares. O português tentou fazer o possível para buscar a vitória, mas Brett estava realmente encaixado nas ondas do pico e mandou todos os tipos de manobras possíveis nas paredes.
“As condições mudaram muito desde a parte da manhã. Passamos de bons tubos a paredes de alta performance. Foi muito divertido, mas cada um tem que fazer o seu jogo e se adaptar muito rápido. Tiago Pires é muito perigoso em qualquer situação e ele ainda conta com um forte apoio na praia. É chato ver ele cair tão cedo, mas estou feliz em avançar ao terceiro round”, diz Brett Simpson.
Já Marlon Lipke sofreu uma derrota apertada para o vice-líder do ranking, o sul-africano Jordy Smith, que o venceu por 12.80 a 11.63. Marlon liderou boa parte do duelo e fez bonito nos tubos de casa, porém Jordy encontrou as melhores e acabou vencendo.
“Minha bateria foi bem desafiadora. Foi difícil de encontrar as boas e fiquei brigando para me posicionar. Marlon Lipke obviamente conhece muito bem esta onda e a estas alturas todo mundo é perigoso. Tiver a sorte de conseguir duas notas médias e ele não conseguiu uma segunda nota boa”, relata Jordy Smith.
“Estou apenas me divertindo e procurando aprender. Ainda sou jovem e tenho um caminho a percorrer até chegar ao mesmo nível de Kelly Slater e Mick Fanning. Não falta muito para acabar a temporada, mas também não é tão pouco assim”, analisa Jordy Smith.
O eneacampeão mundial Kelly Slater está sempre atento a todas as baterias e fez seus comentários depois de ver os ídolos portugueses caírem. “Os fãs portugueses são realmente apaixonados. Tiago Pires é um tesouro nacional aqui e toda vez que ele vai para o outside a praia inteira entra em erupção. É bom de ver. Eles amam o surf e isto nos deixa sempre empolgados para competir”, comenta Kelly Slater.
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A supresa do dia foi o sul-africano Travis Logie, que finalmente exibiu uma boa atuação nesta segunda metade da temporada e despachou o norte-americano Dane Reynolds, por 16.06 a 8.50.
“Realmente eu tive má sorte nesta temporada até agora em termos de ondas em minhas baterias, então é muito bom conseguir algumas ondas boas finalmente. Você nunca pode desmerecer Dane Reynolds em uma bateria. Eu tinha tudo nas mãos e bastou eu deixar ele pegar uma onda horrível que ele transformou ela em alguma coisa. Isto é muito bom para minha confiança e eu definitivamente preciso de um resultado aqui e nestes últimos eventos”, explica Travis Logie.
Já o niteroiense Bruno Santos não teve a mesma performance de Jadson André e acabou eliminado pelo eneacampeão mundial Kelly
Slater na repescagem por 14.17 a 7.30 pontos.
“Eu só tenho que repetir aqui o que tenho feito até agora nesta temporada. No momento, não estou em uma posição em que eu possa obter resultados descartáveis. Se quiser melhorar minha posição no momento, tenho que fazer algo melhor do que um nono. Então as coisas ainda estão emboladas”, explica Kelly Slater.
Bruninho fez o possível e se atirou em todos os tubos que apareceram. Apesar de andar muito profundamente em todos eles, encontrou a saída em apenas um, que foi avaliado pelos juízes em 5.50.
“Pedreira, ainda mais homem-a-homem. Ontem estava ruim, fechando e sem tubos. Hoje eu estava bem confiante. Apesar do Kelly ser um adversário como outro qualquer, o cara é o melhor desde 2 pés de ondas no meio da Barra até o Eddie Aikau, mas quando tem tubo eu estou sempre confiante. Mesmo assim você sabe que sempre tem que fazer algo a mais para conseguir as notas”, diz Bruno Santos.
O norte-americano não só entubou com maestria de backside nas esquerdas, como também competiu com inteligente estratégia. Depois de inúmeros tubos, em seus melhores Slater somou notas 7.50 e 6.67 e partiu para a marcação todas a vezes em teve a prioridade, não dando chances ao brasileiro de pegar as melhores.
“Eu fiquei esperando pelas melhores e procurando dropar sempre bem deep, mas acabou não dando. Mas tá show, estou amarradão por ter tido mais esta oportunidade de participar e fica pra próxima, vamos assistir o show da galera agora e torcer para o Mineiro e pro Jadson”, finaliza Bruno Santos.
Algumas baterias depois o paulista Adriano de Souza foi eliminado pelo australiano Dean Morrison também na repescagem por 13.67 a 11.43. O brasileiro tinha bateria ganha e dominou quase todo confronto depois de bons tubos para os dois lados, porém falhou no jogo da prioridade.
Nos últimos minutos o australiano precisava de 5.77 para virar, nada impossível em ondas como estas, mas Adriano optou por não marcá-lo e investiu em uma esquerdinha sem potencial, que deu a prioridade a Morrison. Sozinho no outside e sem marcação, ele ficou livre para escolher a onda que quis e tirou um tubão para a direita, que foi avaliado em 8.00 pontos pelos juízes, nota que lhe deu a vitória sem dificuldades.
Uma nova chamada para possível reinício da competição acontece nesta terça-feira (12/10) na praia dos Belgas, Portugal.
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Terceira fase do Rip Curl Pro 2010
1 Taj Burrow (Aus) x Matt Wilkinson (Aus)
2 Michel Bourez (Tah) x Daniel Ross (Aus)
3 Adrian Buchan (Aus) x Dusty Payne (Haw)
4 Damien Hobgood (EUA) x Tom Whitaker (Aus)
5 Chris Davidson (Aus) x Taylor Knox (EUA)
6 Kelly Slater (EUA) x Gabe Kling (EUA)
7 Mick Fanning (Aus) x Travis Logie (Afr)
8 Bobby Martinez (EUA) x Jeremy Flores (Fra)
9 C.J. Hobgood (EUA) x Patrick Gudauskas (EUA)
10 Owen Wright (Aus) x Kai Otton (Aus)
11 Jadson André (Bra) x Brett Simpson (EUA)
12 Jordy Smith (Afr) x Dean Morrison (Aus)
Repescagem
1 Kelly Slater (EUA) 14.17 x Bruno Santos (Bra) 7.30
2 Jordy Smith (Afr) 12.80 x Marlon Lipke (Ale) 11.63
3 Travis Logie (Afr) 16.06 x Dane Reynolds (EUA) 8.50
4 Dean Morrison (Aus) 13.67 x Adriano de Souza (Bra) 11.43
5 Adrian Buchan (Aus) 18.00 x Luke Munro (Aus) 6.24
6 C.J. Hobgood (EUA) 16.16 x Roy Powers (Haw) 9.03
7 Michel Bourez (Tah) 12.93 x Luke Stedman (Aus) 8.23
8 Kai Otton (Aus) 10.83 x Andy Irons (Haw) 10.40
9 Patrick Gudauskas (EUA) 12.17 x Fredrick Patacchia (Haw) 10.37
10 Daniel Ross (Aus) 12.03 x Kieren Perrow (Aus) 10.17
11 Chris Davidson (Aus) 12.23 x Adam Melling (Aus) 11.94
12 Brett Simpson (Aus) 14.27 x Tiago Pires (Por) 10.17
Primeira fase
1 Taylor Knox (EUA) 9.60, Luke Munro (Aus) 7.43 e Adriano de Souza (Bra) 4.23
2 Jeremy Flores (Fra) 9.10, Dane Reynolds (EUA) 8.00 e Dean Morrison (Aus) 5.50
3 Taj Burrow (Aus) 10.17, Travis Logie (Afr) 4.33 e Brett Simpson (EUA) 3.73
4 Gabe Kling (EUA) 14.94, Jordy Smith (Afr) 11.07 e Adam Melling (Aus) 6.70
5 Mick Fanning (Aus) 12.67, Marlon Lipke (Ale) 12.10 e Daniel Ross (Aus) 8.73
6 Tom Whitaker (Aus) 14.67, Kelly Slater (EUA) 13.10 e Bruno Santos (Bra) 3.03
7 Matt Wilkinson (Aus) 12.66, Tiago Pires (Por) 10.00 e Adrian Buchan (Aus) 8.30
8 Owen Wright (Aus) 12.40, Roy Powers (Haw) 6.14 e Chris Davidson (Aus) 5.26
9 Dusty Payne (Haw) 16.57, CJ Hobgood (EUA) 13.44 e Kieren Perrow (Aus) 8.57
10 Damien Hobgood (EUA) 15.36, Fredrick Patacchia (Haw) 15.10 e Luke Stedman (Aus) 13.27
11 Bobby Martinez (EUA) 16.70, Michel Bourez (Tah) 8.94 e Kai Otton (Aus) 6.93
12 Jadson André (Bra) 14.27, Andy Irons (Haw) 14.07 e Patrick Gudauskas (EUA) 10.76
