O brasileiro Victor Ribas manteve 100% de aproveitamento no SuperSurf ASP World Masters 2011 na praia do Arpoador, Rio de Janeiro (RJ).
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Vitinho usou uma estratégia diferente durante o segundo round da primeira fase da categoria Master, realizado nesta quarta-feira em ondas de meio metro e boa formação no Arpex.
Ele foi o atleta que mais surfou na quarta bateria do dia e venceu a disputa que reuniu o tricampeão mundial Tom Curren (2º) e os brasileiros Teco Padaratz (3º) e Jojó de Olivença (4º).
Campeão do WQS em 1997 e o brasileiro que possui a melhor colocação no ranking final do World Tour até hoje (terceiro lugar em 1999), Victor desceu 13 ondas, enquanto seus adversários não ultrapassaram a marca de sete ondas surfadas na bateria.
O brasileiro venceu com notas 7.00 e 7.05 no segundo maior somatório do dia (14.05) e saiu da água ouvindo reclamações dos rivais de que deixou poucas ondas sobrarem. Tom Curren ficou em segundo com 11.00 pontos. Teco Padaratz foi o terceiro com 10.60 e Jojó de Olivença o quarto, com 9.75 no total.
“A galera é mais velha e falou que eu impregnei um pouco. Mas é competição. Tem dinheiro envolvido, querendo ou não. E eu vivo disso, sustento minha família assim. Hoje eu tive que usar isso, a competição. Peguei bastante onda e fiz o meu trabalho. Foi uma impregnada educada (risos), nada de má fé, longe disso”, conta Vitinho.
Quem também manteve 100% de aproveitamento e chegou aos 20 pontos no ranking foi o aussie Nathan Webster. Ele venceu a penúltima bateria da segunda fase contra o australiano campeão mundial Mark Occhilupo (2º), o brasileiro Ricardo Toledo (3º) e o norte-americano Brad Gerlach (4º).
“É muito divertido, nós tivemos tantas baterias no passado e agora rever a velha guarda é irado. Me sinto como se fosse mais uma vez meu primeiro ano no tour, surfando com todos esses caras que já estavam lá quando eu comecei, estou me sentindo como um garoto (risos)!”, afirma Webster.
Domínio brazuca Os brasileiros dominaram as primeiras baterias do dia e venceram quatro das seis disputas da segunda rodada nesta quarta. O tricampeão brasileiro Peterson Rosa conseguiu mais 10 pontos no ranking depois de virar para cima do norte-americano Shea Lopez e do brasileiro Guilherme Herdy na primeira bateria do dia.
Herdy saiu na frente com bons ataques de frontside e nota 5.50 nas esquerdas do Arpex, mas Shea Lopez, surfista do Golfo do México e um dos mais jovens da categoria, botou pressão nas rasgadas para virar a bateria com notas
notas 6.75 e 4.25.
Shea ficou próximo de anotar mais 10 pontos no ranking, já que venceu sua bateria no primeiro round. Mas a poucos minutos do fim, brilhou a estrela do tricampeão brasileiro. Peterson Rosa pulou do terceiro para o primeiro lugar com um belo floater, seguido de uma potente batida de backside de nota 7.25.
O paranaense fechou o somatório com 12.35 pontos. Shea Lopez ficou em segundo com 11.60, Guilherme Herdy em terceiro com 10.25 e o experiente Barton Lynch, campeão mundial de 1988, não se achou nas pequenas ondas do Arpoador e terminou em quarto, com 8.80 no total.
“As ondas estão que nem ontem. Se achar a valinha boa sai bastante nota. Hoje consegui um 7.25, ontem o Guliherme (Herdy) conseguiu notas altas. É ter paciência e esperar um pouquinho para achar a onda certa”, afirma Peterson, que agora soma 14 pontos no ranking geral.
“É importante somar os pontos logo no começo, para dar mais tranquilidade lá na frente. O objetivo é pelo menos classificar-se para as quartas-de-final. Minhas duas primeiras baterias foram difíceis, contra atletas da minha geração, agora enfrento atletas com idade superior à minha e acredito que possa fazer um bom trabalho”, diz Peterson.
Na bateria seguinte, Fábio Gouveia também chegou aos 14 pontos ao vencer a disputa contra o havaiano Kaipo Jaquias (2º), o australiano Richard Lovett (3º) e o tricampeão mundial Master Gary Elkerton, que amargou o último lugar pela segunda vez consecutiva na capital carioca.
Fia verticalizou as manobras e jogou muita água de backside para somar 7.50 e 6.50 em duas esquerdas até a beira da praia e deixar o havaiano Kaipo Jaquias atrás, com 6.85 e 4.75 em suas duas melhores ondas.
“O Gary (Elkerton) reclamou ali na água que nessas condições não tem surf. Mas a natureza é isso aí, às vezes tem onda e outras vezes não. Acho que o que podia ser feito é ter uma janela de espera um pouco maior só. Hoje consegui achar umas ondinhas melhores e trabalhar mais. Mas devo trocar de prancha nas próximas, pegar uma com uma rabeta um pouco mais estreita, essa aqui é muito larga”, revela Fabinho.
Depois foi a vez do paulista Renan Rocha, único atleta do país que já conseguiu nota 10 unânime em Pipeline, vencer uma bateria só contra atletas estrangeiros na praia da zona Sul carioca.
Renan apresentou um frontside afiado e muita disposição na remada para deixar o australiano Jake Patterson em segundo, o havaiano Derek Ho, primeiro campeão mundial do arquipélago, em terceiro e o norte-americano Richie Collins em quarto.
“Neste nível técnico e nessas condições ninguém leva vantagem. Quem conseguir achar uma onda melhor vence. Você tem que fazer o jogo do line-up, alguns estão com mais apetite na série, outros estão mais ‘hang out’. Acho que os brasileiros estão levando vantagem neste ponto”, argumenta Renan.
O cearense Fábio Silva ficou em segundo na última bateria do dia. A disputa foi vencida pelo australiano Luke Egan com a maior nota (8.50) e maior somatório da segunda rodada (14.25). O australiano Rob Bain ficou em terceiro e o norte-americano Marty Thomas em quarto.
“Tem apenas um elemento faltando aqui, mais alguns pés de onda. É irreal ver todos esses caras juntos, caras que eu surfei nas minhas primeiras baterias como profissional, que batalharam pelo título, mas o que mais me impressiona é ver como esses caras ainda tem a paixão, uma vontade de surfar, é especial”, diz Egan.
Uma nova chamada acontece nesta quinta-feira às 8 horas (horário de Brasília). Clique aqui para ver o evento ao vivo.
Ranking primeira fase categoria Master depois de duas rodadas (classificam-se os oito primeiros)*
1 Victor Ribas (Bra) – 20 pontos
1 Nathan Webster (Aus) – 20
3 Shea Lopez (EUA) – 17
3 Renan Rocha (Bra) – 17
3 Mark Occhilupo (Aus) – 17
3 Luke Egan (Aus) – 17
7 Peterson Rosa (Bra) – 14
7 Guilherme Herdy (Bra) – 14
7 Fábio Gouveia (Bra) – 14
7 Teco Padaratz (Bra) – 14
7 Fábio Silva (Bra) – 14
7 Kaipo Jaquias (Haw) – 14
13 Richard Lovett (Aus) – 11
13 Tom Curren (EUA) – 11
15 Richie Collins (EUA) – 8
15 Jake Patterson (Aus) – 8
15 Rob Bain (Aus) – 8
18 Derek Ho (Haw) – 5
18 Jojó de Olivença (Bra) – 5
18 Brad Gerlach (EUA) – 5
18 Ricardo Toledo (Bra) – 5
22 Barton Lynch (Aus) – 2
22 Gary Elkerton (Aus) – 2
22 Marty Thomas (EUA) – 2
*O pior resultado é descartado.
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