Quiksilver Pro

Furacão ameaça etapa

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Long Island corre risco de ficar de fora do calendário do World Tour 2011. Foto: Divulgação Quiksilver.

Apesar de ser rebaixado para tempestade tropical e ser menos devastador do que se temia, o furacão Irene pode provocar o cancelamento do Quiksilver Pro em Long Beach, New York, Estados Unidos.

Com premiação recorde de US$ 1 milhão e marcada para os dias 4 a 15 de setembro, a badalada etapa norte-americana pode ficar de fora do calendário do World Tour 2011.

Segundo Renato Hickel, tour manager da ASP, a entidade aguarda a confirmação da Quiksilver, que, por sua vez, depende da autorização do governo nova-iorquino.

 

Em comunicado enviado pela ASP na tarde desta terça-feira, a Quiksilver revelou estar trabalhando em conjunto com a cidade de Long Beach para preservar a competição.

 

“Reconhecemos que os recursos da cidade estão focados na restauração e limpeza como prioridade. Dessa forma, fomos informados pela Prefeitura de que o festival e música do evento não são mais viáveis”, revela a nota.

A chegada do ciclone fez New York parar no último fim de semana, forçando a suspensão do sistema de transporte público, pelo qual 11 milhões de pessoas em média circulam diariamente.

Aeroportos locais também foram interditados. “Irene nos deu um fim de semana para lembrar. Obviamente poderia ter sido pior, mas ainda há milhares de nova-iorquinos sem luz”, reconheceu na última segunda-feira o prefeito Michael Bloomberg em sua primeira entrevista da semana, onde não escondeu sua satisfação com a retomada do funcionamento dos ônibus e do metrô.

As autoridades se mostram aliviadas porque Irene não provocou danos maiores e porque o gigantesco sistema de metrô pôde voltar a funcionar muito antes que o esperado: às 6 horas da manhã (7 horas de Brasília), com menos trens que o normal e com algumas mudanças no serviço, mas pronto para levar os nova-iorquinos ao trabalho.

As linhas de ônibus, metrô e grande parte das ferrovias foram iniciadas “com limitadas exceções”, anunciou a Autoridade Metropolitana do Transporte (MTA), que detalhou que o serviço de transportes para a zona norte, o chamado Metro-North, ainda registra os maiores problemas e só reabriu parcialmente.

 

No domingo, muitos cidadãos temiam não conseguir chegar ao trabalho na última segunda-feira. Por isso, o trajeto matinal foi menos caótico que o previsto pelo prefeito, que no domingo chegou a recomendar até o uso de táxis.

 

“Não esperava que houvesse metrô e, como estava aberto desde de manhã, pude chegar sem problemas ao trabalho”, explicou na segunda-feira à Agência Efe o nova-iorquino Pierre Swofferd, morador do bairro de West Village, que assinalou que o transporte estava funcionando “quase como outro dia qualquer”.

Essa era a sensação generalizada num dia em que, no entanto, surpreendia a tranquilidade da Grand Central Station – devido à ausência do Metro-North – e da Penn Station, onde os trens de Nova Jersey ainda sofriam cancelamentos e enquanto também não recebia os trens frequentes procedentes de Long Island.

A normalidade também retornava paulatinamente aos aeroportos que servem Nova York. Desde 6h locais (7h de Brasília), os terminais do John F. Kennedy e Newark começaram a aceitar pousos, embora as decolagens só seriam retomadas ao meio-dia local (13h de Brasília).

Ainda há atrasos em voos de várias companhias aéreas, que tentam agora acomodar os passageiros que ficaram sem voar durante o fim de semana – foram cancelados cerca de 10 mil voos -, entre os quais se destaca o grande número de turistas.

O fechamento dos aeroportos afetou também as atividades na sede das Nações Unidas, onde vários atos tiveram de ser cancelados, como as reuniões do Conselho de Segurança sobre a missão no Kosovo (Unmik), já que o ministro das Relações Exteriores kosovar, Enver Hoxhaj, não conseguiu viajar a Nova York devido ao cancelamento de seu voo.

Apesar dessas incidências, o início da semana se mostrava mais tranquilo que o esperado, o que permitiu o funcionamento normal do mercado financeiro de Wall Street e dos escritórios e empresas do bairro de Midtown, além da reabertura dos espetáculos da Broadway.

A preocupação das autoridades ainda é avaliar as perdas ocasionadas pelas enchentes provocadas por Irene, assim como a volta para casa dos vários cidadãos que foram obrigados a deixar suas casas, uma medida que afetou 370 mil nova-iorquinos e suspensa no domingo.

 

Deles, 9,5 mil foram aos abrigos abertos pela cidade, onde nesta segunda-feira ainda havia cerca de mil pessoas em 25 instalações, segundo os últimos dados da Prefeitura.

Apesar das grandes enchentes nos cinco bairros, a cidade Nova York saiu ilesa, enquanto em todo o estado morreram duas pessoas, um número que, segundo as autoridades, poderia aumentar se não fossem as rígidas medidas de segurança determinadas pelo prefeito Bloomberg e pelo governador de Nova York, Andrew Cuomo.

 

Muitos já se perguntavam no domingo se as evacuações forçadas e a suspensão dos transportes públicos teriam sido decisões exageradas, mas os dois políticos defenderam várias vezes as medidas, especialmente Bloomberg, cuja atuação no grande temporal que castigou Nova York no Natal passado ficou em interdição quando a cidade ficou praticamente incomunicável.

 

Colaborou Redação Terra