O final do mês de agosto ficará marcado em Jaguaruna (SC), palco de uma das maiores ondas da América do Sul. Basta os gráficos de previsões alertarem um bom swell na região que a pergunta é sempre a mesma: como serão as ondas na Laje da Jagua?
Jaguaruna tornou-se rota dos caçadores de ondas grandes. Em dias de ressaca, a pacata cidade fica ansiosa para saber quem virá. A base da Atow-Inj (Associação de Tow in de Jaguaruna) monitora todas as investidas e gráficos que apresentam condições reais para a prática do big surf.
Ao saber da entrada do swell, os paulistas Rodrigo Koxa e Vitor Farias uniram-se à equipe composta pelos surfistas Plínio Cruz, Arno Phellipe, Mauricio Angeloni, André Paulista, Carlos Piri, Thiago Jacaré e o fotógrafo Lucas Barnis. Eles deslocaram-se para encarar água fria, temperatura de abaixo de zero, chuva e um forte nevoeiro.
Fatores que contribuíram para mais uma investida na onda mais desafiadora da costa brasileira. Fabiano Tissot, que sofreu uma forte lesão em Teahupoo, Tahiti, estava na barca, mas devido à recuperação de uma cirurgia em um dos pés, resolveu não arriscar sua volta ao surf. Mesmo assim, Tissot participou de toda função de operacionalidade.
Na Laje as ondas estavam entre 4 a 5 metros – com período 12 a 13 segundos de intervalo. Desta vez, o swell encaixou nas esquerdas. O big rider Rodrigo Koxa havia surfado a onda da Jagua em outras sessões, mas foi dessa fez que realmente conseguiu sentir de perto as poderosas ondas do pico.
“Não tenho dúvida que por possuir certos privilégios, como situar-se a 5,3 quilômetros da costa, em alto mar, com uma bancada rasa formada por uma montanha submersa, a Laje da Jagua tem um potencial inacreditável. Certamente é a maior onda que já vi e surfei no Brasil’, relata Koxa.
A ideia principal era encarar as ondas na remada, mas as fortes correntes dificultavam muito a permanência do surfista no pico. O jeito foi cair de tow in e desfrutar de mais um dia de big surf épico. Koxa e Vitor aproveitaram e treinaram para outra ondulação que estava para encostar no Tahiti.
Com isso, Leandro Lima e Marcos Moraes se deslocaram para Jaguaruna com intuito surfar o dia seguinte. Já os big riders paulistas acordaram cedo e partiram rumo a outro swell. As ondas do segundo dia praticamente dobraram de tamanho em relação ao dia anterior. Quem presenciou afirmou ser as maiores ondas já vistas na Laje.
Um dos grandes destaques foi o surfista Mauricio Angeloni, que por dois dias consecutivos surfou as rainhas do dia. Angeloni mora no Farol de Santa Marta (SC), conhece as histórias da Laje desde pequeno e só agora foi desfrutar dessa pérola no quintal de sua casa.
Apesar de ser um ano de poucas ondulações, esse swell ficará para história como um dos maiores já surfados em Jaguaruna.
Foto de capa Lucas Barnis