Nessa temporada de Réveillon, vi um dos exemplos mais clássicos de que Noronha realmente é para poucos. No dia 2 de janeiro, o surfista profissional Adilton Mariano roubou a cena no dia das maiores ondas do primeiro swell de 2012 na ilha.
Mesmo sem patrocínio, Adilton, pressentiu que aquele swell seria bom e investiu toda a premiação que havia ganho na última competição que participou, na viagem que lhe renderia destaque por surfar as maiores ondas do início da temporada 2012 no Brasil.
Surfando sem cordinha de segurança, ele pegou as maiores ondas que quebraram na Cacimba do Padre e arrancou aplausos de todos que presenciavam seu show.
“Tive sorte de as ondas terem entrado nesse período e de estar no lugar certo, na hora certa. Mesmo sendo os dias mais caros do ano em Fernando de Noronha, sabia que todo mundo ia comemorar o Réveillon e poucos estariam no dia seguinte na Cacimba do Padre devido à ressaca do ano novo. Apenas fiz o que mais amo, que é surfar as ondas mais desafiadoras”, declara Adilton, explicando com uma generosa dose de modéstia, a estratégia que utilizou para surfar as maiores ondas do primeiro big swell em Fernando de Noronha em 2012.
Quanto ao tamanho da maior onda que surfou e a possibilidade de participar da disputa do prêmio de maior onda surfada no Brasil, oferecido àquele que pegar a maior onda em qualquer parte do território nacional, ele desconversa e diz que está focando sua carreira no surf performance e seu atual objetivo é viajar pelo mundo, surfando ondas grandes e aproveitando a experiência que adquiriu ao longo desses anos para desbravar lugares e ondas desconhecidas, instigando e ajudando a manter vivo o seu sonho (que é o mesmo de todos os surfistas): a eterna busca pela onda perfeita. E como seu objetivo é pegar ondas grandes, Noronha sempre estará entre seus principais destinos no Brasil e no mundo.
“Claro que ganhar um prêmio em dinheiro é muito importante para qualquer surfista, principalmente quando se está sem patrocínio. Mas, isso não faz parte do meu foco há alguns anos. Tenho diminuído minhas participações em competições, mas por enquanto, ainda preciso do dinheiro das premiações para manter meu sonho vivo e por isso ainda não posso me afastar do mundo competitivo. Contudo, eu tenho tanta fé em Deus e no surf que sei que falta muito pouco para que essa nova fase engrene e eu possa concretizar todos os meus planos de viajar pelo mundo apenas pelo simples prazer de viver a eterna busca pela onda perfeita, a verdadeira essência do surf”, declarou Adilton.
Para finalizar, uma frase que resume muito bem a importância que o esporte tem na sua vida: “O surf é muito mais que meu trabalho ou minha profissão. O surf é a minha vida”.