Brasil Surf Master

Joca desfila nas ondas

0

Joca Júnior anota maior somatório da estreia. Foto: Renato Boulos.

Jojó de Olivença exibe backside afiado. Foto: Renato Boulos.

Ricardo Toledo vence para alegria local. Foto: Renato Boulos.

Começou o desfile das grandes estrelas que brilharam no início da história do circuito da Associação Brasileira de Surf Profissional (Abrasp) e o grande destaque do Brasil Surf Master na última sexta-feira foi Joca Júnior.

 

Único surfista a ser campeão nacional nas três fases da carreira, faturando o título de melhor amador do Brasil em 1989, o profissional em 1996 e o Master em 2005, o potiguar surfou as melhores ondas do primeiro dia em Ubatuba.

 

Joca mostrou um backside afiado nas direitas da praia de Itamambuca para arrancar notas 8.00 e 9.00 dos juízes e totalizar imbatíveis 17.00 pontos de 20 possíveis na primeira fase da categoria Master.

“Essa direitinha é demais e esperando ela vem”, conta Joca Junior. “Eu tava louco pra pegar mais ondas ainda, mas como eu já estava bem na bateria, fiquei um pouco mais tranqüilo pra deixar os outros surfarem também. Essa última onda (nota 9), eu peguei até aqui bem embaixo do pico. Ela passou por eles, só que a direitinha abriu e eu fui manobrando de backside, daquele jeito, relembrando os velhos tempos”.

Joca derrotou os paulistas Freddy Jacob e Alfredo Correa, além do pernambucano Claudio Marroquim, na quarta bateria do Brasil Surf Master, que foi iniciado ao meio-dia em Ubatuba.

 

Antes dele, já haviam competido outras estrelas do passado, como os bicampeões brasileiros Jojó de Olivença e Ricardo Toledo, que igualmente estrearam com vitórias na praia de Itamambuca. Todos, independentemente do resultado, estavam muito felizes por voltarem a competir e, principalmente, por reencontrarem os adversários que enfrentavam quando competiam nas décadas de 70, 80 e 90.

“É muito bom rever essa galera”, continua Joca Junior. “Itamambuca foi muito importante na minha carreira, pois foi aqui que eu conquistei o título brasileiro profissional em 1996 e também o Master em 2005, então estou muito feliz por estar aqui relembrando tudo isso. Aproveito até para deixar uma sugestão pra Abrasp, de criar uma categoria para 35 a 40 anos também, porque tem muita gente boa que poderia estar aqui, como o Peterson (Rosa), o Guilherme (Herdy), o Fabio Silva, o Saulo Carvalho, enfim, a festa ficaria mais bonita ainda”.

Já o ubatubense Ricardo Toledo, que venceu o catarinense Roni Ronaldo, o baiano Marco Martinez e o paulista Josil Mandacaru, também comentou sobre outra categoria, porém bem diferente da sugerida por Joca Junior. “Acho que eles deveriam fazer categoria por peso, porque assim facilitaria um pouco o lado da gente, que ta meio parado, com sobrepeso, mas, brincadeira, é muito manero esse evento e importante também”.

O bicampeão brasileiro em 1991 e 1995, contou com uma torcida especial da família, inclusive do filho Filipe Toledo, que no ano que vem vai estrear como integrante da elite mundial do WCT.

 

“Pois é, apesar das ondas pequenas, consegui achar duas ondinhas ali pra vencer até o Roni (Ronaldo), que foi campeão brasileiro Master na CBS (Confederação Brasileira de Surf) esse ano, então foi muito legal”, diz Ricardinho. “Na real, quero mesmo é curtir e rever meus amigos.

 

Não tem dinheiro que pague isso. E essa galera merece até muito mais, então parabéns a todos que trabalharam pra fazer o evento, os patrocinadores, a Abrasp, AUS (Associação Ubatuba de Surf), o Paulinho (Paulo Motta), o Alvinho (Correa), pois o surfe brasileiro chegou ao nível que está hoje no mundo porque a gente ralou muito lá atrás para isso, então espero que nos próximos anos seja melhor ainda”.

Outro bicampeão brasileiro, Jojó de Olivença, número 1 no ranking da Abrasp em 1988 e 1992, ganhou a bateria que inaugurou oficialmente o Brasil Surf Master em Ubatuba. O baiano Carlos Brito conquistou a segunda vaga para as quartas de final, com ambos superando o carioca Sergio Penna e o capixaba Nenelson Perine.

 

“Quando vim pra Itamambuca hoje, já achava que minha bateria poderia ser a primeira, como de fato foi, então fiz um treininho antes e deu tudo certo”, falou Jojó. “Pena que o mar perdeu bastante a força, mas tá todo mundo surfando bem ainda, todo mundo em forma. Alguns em forma de pêra, outros em forma de abacate (risos), brincadeira, mas o evento está muito legal, bem divertido”.

Jojó também destacou a importância de um campeonato para os que fizeram a história do esporte no Brasil. “A gente sabe da dificuldade em vender um evento como esse, convencer a iniciativa privada de que é um evento exclusivo, diferente, tem um glamour, tem todo esse resgate da história do esporte, um campeonato que agrega muitos valores. Mas, estamos aqui, felizes porque deu tudo certo, através da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo do Estado de São Paulo, a Skol abraçou a idéia junto com a Oakley e outros apoiadores, então essas empresas estão de parabéns pela iniciativa, pois acho que não podemos jamais deixar de relembrar a história e aqui é o grande palco, desde os antigos Festivais. Em 1986, eu fui a revelação nacional aqui e acho até que uma etapa é muito pouco, porque tem outros palcos importantes no Brasil e nós precisamos de um circuito para que outros tenham oportunidade de rever a gente que fez a história mesmo do esporte”.

A Associação Ubatuba de Surf (AUS) também trabalhou bastante para a viabilização do evento na verdadeira “Cidade do Surf” do litoral paulista.

 

“É a segunda vez que sediamos uma etapa do Brasileiro Master Profissional aqui em Ubatuba”, destaca Carlinhos Roberto, presidente da AUS. “Eu fiquei sete anos atuando como vice-presidente da AUS. Neste ano assumi a presidência e estamos completando 40 anos da Associação, então é uma felicidade a presença dessas lendas vivas aqui de novo. É importante este resgate para nossa cidade, que sempre foi palco de grandes eventos, desde os Festivais de Ubatuba da década de 70 até etapas do Circuito Brasileiro e do Mundial. Itamambuca é uma das principais praias para competições no Brasil e a opinião de todos é que Ubatuba não pode ficar de fora do calendário da ABRASP, então a gente fica feliz de ver toda essa verdadeira confraternização de ídolos do passado. Alguns não vinham pra cá há muitos anos, como o Claudio Marroquim e outros, então é muito legal ver todo mundo aí e surfando muito bem como mostraram hoje”.

Na sexta-feira, foi realizada apenas a primeira fase da categoria Master, para surfistas com 40 anos ou mais de idade. Além de Joca Junior, Jojó e Ricardo Toledo, também estrearam com vitórias no Brasil Surf Master o ubatubense Tadeu Pereira, o carioca Pedro Muller, os catarinenses Carlos Santos e Carlos Kxot e o baiano Helio Rocha. Neste sábado, a competição será reiniciada às 9:30 horas com a categoria Kahuna, com os que já passaram dos 50 anos, seguida pela Grand Master, para os que têm 45 anos ou mais. As semifinais e finais ficarão para o domingo, quando serão conhecidos os últimos campeões brasileiros da ABRASP na temporada 2012.

Transmissão ao vivo Esta é a grande oportunidade para todos que gostam do esporte poderem rever os primeiros ídolos da história do Circuito Brasileiro Profissional, que brilharam nas décadas de 80 e 90 nas etapas da ABRASP.

 

Para os que não puderem comparecer na Praia de Itamambuca, o Brasil Surf Master será transmitido ao vivo pela internet, com o link podendo ser acessado pelos sites Abrasp.com.br, Fpsurf.com.br e Waves.com.br.

O Brasil Surf Master é um evento viabilizado através da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo, apresentado pela Skol Praia, com patrocínio da Oakley e apoio do Aquário de Ubatuba, L23 e Nivana Turismo, contando com apoio de mídia da ESPN Brasil, Revista Fluir e Waves.com.br.

 

O evento decide os títulos brasileiros da categoria Master da Associação Brasileira de Surf Profissional, em uma realização conjunta com a Federação Paulista de Surf, Associação Ubatuba de Surf e Prefeitura Municipal de Ubatuba.