Garrett McNamara

A onda que não quebra

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Ângulo da foto de Garrett McNamara em Nazaré pode ter causado impacto acima do normal.Tó Mané
Ângulo da foto de Garrett McNamara em Nazaré pode ter causado impacto acima do normal.

A bola foi levantada por Marcus Sanders, editor do conceituado site Surfline, que questiona se uma onda que nem chegou a quebrar pode entrar na disputa pelo prêmio. Um vídeo publicado pelo site Surf Total exibe o percurso do havaiano e mostra que o ângulo da foto – clicada do alto de um prédio – pode ter causado um impacto acima do normal.

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No vídeo, a onda de Garrett cria grande volume, mas a parede vai perdendo força e o lip não é arremessado. Na sequência, quando abandona a onda, seu parceiro Keali Mamala tenta fazer o resgate, mas se dá mal ao tentar passar pela espuma da onda de trás.

Perguntado pelo Surfline como se pode medir com precisão uma onda que não quebra, Bill Sharp (organizador do Billabong XXL) apenas disse que isso era uma boa pergunta.

Os portugueses reclamam ainda de que as ondas surfadas pelo lusitano Antonio Silva foram as mais pesadas do swell e não tiveram a mesma repercussão da dupla Garrett McNamara / Keali Mamala.

Também na Europa, uma sessão cabulosa na Irlanda despertou a atenção da galera nos quatro cantos do planeta. Esquerdas cavernosas foram desafiadas na rasa bancada de Mullaghmore, com muitas bolhas de água formadas pelas pedras. A session na água congelante ainda rolou sob chuva e muita neve.

Nomes como Danilo Couto, Kohl Christensen, Eric Rebiere e Alain Riou domaram esquerdas potentes e tubulares. Com uma morra impressionante, Couto já entrou na briga pelo prêmio de Biggest Wave (Maior Onda) do Billabong XXL.

O swell no continente europeu ainda foi marcado pela realização do Punta Galea Challenge, primeiro evento qualificatório para o Big Wave World Tour (BWWT).

Disputada nas ondas de Punta Galea, Espanha, a competição foi vencida pelo local underground Natxo Gonzalez, de apenas 17 anos.

As sessões de surf na Europa colocam fogo na briga pelos prêmios do Billabong XXL e atiçam a tradicional subjetividade existente em nosso esporte.

Para Marcus Sanders e outros especialistas em big surf, a onda de Garrett nem chegou a quebrar. Será que o havaiano vai mesmo bater seu próprio recorde no Guinness Book, ou será que ele sequer chegará à final do XXL depois que sua onda for assistida em vídeo?